AVISO DE GATILHO: violência explícita, abuso sexual e suicídio.
A HISTÓRIA
Mara Dyer enfrentou provações suficientes. Achou que estava louca, descobriu que pode fazer coisas acontecerem com a mente, foi caçada, testada, internada e ferida de maneiras inimagináveis.
Pelo menos ela descobriu a verdade. Possui um gene raro, é parte de uma pesquisa secreta e imoral que está tentando domar pessoas como ela, Noah e seu amigo Jamie. Pessoas com poderes de ler a mente dos outros, convencê-los de qualquer coisa, de matar e de curar.
Mas Mara não pode ser domada mais, não agora que sabe separar realidade da loucura, mesmo que entender quem é o mocinho e quem é vilão seja bem mais difícil. A própria Mara está escorregando para o lado mais sombrio da equação. Capturada pela dra. Kells, que está testando uma nova droga em Mara, a garota fará o que for preciso para se libertar mais uma vez.
E também para achar Noah. Kells diz que ele está morto, mas Mara sente que não. Noah está em algum lugar, sozinho e precisando de ajuda. E nada nem ninguém a impedirá de tê-lo de volta. O que fazer, contudo, quando há mais de um inimigo: aquele que está a cinco passos na frente e aquele dentro da própria Mara?
A SÉRIE
A Vingança de Mara Dyer é o terceiro volume da trilogia Mara Dyer, da escritora norte-americana Michelle Hodkin. Uma saga jovem e sombria, tudo começa quando Mara Dyer sobrevive ao mesmo desabamento que matou seus melhores amigos e coisas bizarras continuam acontecendo a ela. Os livros 2 e 3, A Evolução e A Vingança de Mara Dyer, respectivamente, são continuações e não podem ser lidos de forma independente.
A trilogia Mara Dyer se conecta com outra da autora, a trilogia Confissões de Noah Shaw, cujo apenas o livro 1, A Construção de Noah Shaw, foi publicado no Brasil. Ele se passa depois de A Vingança de Mara Dyer e é contado pela perspectiva de Noah.
Conheça e leia as resenhas dos volumes anteriores:
A NARRATIVA
A Vingança de Mara Dyer começa poucas semanas após o desfecho do livro anterior. Como sempre, a autora consegue transmitir muito do estado mental da personagem através da escrita.
Sentimos a raiva, o medo, a lealdade e a esperança de Mara na narrativa em primeira pessoa sob sua perspectiva. Contudo, em momentos bem-vindos temos alguns vislumbres do mundo interno de Noah, o que deixa a leitura ainda mais interessante.
Esse é o desfecho da trilogia e é mais direto ao ponto. Menos descritivo, a narrativa também tem uns cortes ríspidos entre as cenas, o que ajuda a construir o clima de suspense e corrida contra o relógio que domina A Vingança de Mara Dyer.
Apesar disso, os diálogos recheados de ironia e provocação trazem certo alívio cômico para uma obra tão sombria e nos lembra que os personagens ainda são adolescentes, mesmo que estejam enfrentando provações terríveis.
A TRAMA
Ainda mais explicitamente violenta que os volumes anteriores, as páginas de A Vingança de Mara Dyer estão pintadas de sangue, mas também de esperança que a protagonista finalmente encontrará sua liberdade e será feliz.
O começo é bem agonizante com Mara sendo torturada mais uma vez, mas quando ela se liberta das amarras (literal e metaforicamente), é incrível vê-la recuperar o controle da sua vida, mesmo que não tenha controle sobre si.
Gosto que o A Vingança de Mara Dyer não suaviza o que a personagem fez e é. Mara é violenta, perigosa e co-dependente de Noah, mas também é uma garota tentando encontrar o equilíbrio de seu próprio poder e sua liberdade.
O ritmo da história é bastante acelerado, perfeito para o último livro de uma trilogia, mas o final foi exageradamente corrido. Uma frustração que tive com esse volume é que, mesmo respondendo todas as nossas perguntas e sendo de certa forma satisfatório, os vilões não são realmente derrotados nesse livro.
Em parte, e compreensível porque, além da história continuar em uma trilogia do Noah, a história de Mara nunca foi sobre ser heroína ou vilã. Não fez mesmo sentido, diante a personalidade e trajetória dela, ser ela quem vai acabar com as sombrias mentes que arquitetaram todos os seus problemas. Afinal, o ponto desse livro é justamente que a "vingança" de Mara é se libertar e ser dona de si do que realmente machucar os outros.
Contudo, não tem como não ficar com um gostinho por um confronto final mais mirabolante. Apesar disso, foi uma leitura viciante e emocionante. Não consegui parar ler quando comecei e sofri, chorei, torci e ri junto de Mara.
OS PERSONAGENS
O mais especial da trilogia Mara Dyer é seu casal protagonista. Inicialmente clichês, ele amadurecem bastante ao longo das obras, sem nunca deixarem de ser jovens que estão descobrindo do que são capazes e de como usar isso para melhorar o mundo.
Mara é uma personagem incrível, com uma trajetória poderosa e intrigante. Ela está além dos conceitos simples de vilão e herói e nos faz pensar como o mundo não é preto e branco. Ela é perigosa e explosiva, mas leal a quem ama e está realmente tentando ser melhor.
Como Mara, Noah não é perfeito. Infelizmente, vemos menos ainda dele nesse livro. Sempre arrogante e cínico, Noah continua também igualmente leal e fofo nesse livro. Apesar de só aparecer no final, ele tem uma escolha igualmente difícil nesse volume, cujas consequências para seu amadurecimento estou ansiosa para ler na trilogia dele.
VALE A PENA?
A Vingança de Mara Dyer encerra bem o que se tornou uma das minhas séries jovens sobrenaturais favoritas. O desfecho não é perfeito, mas muito satisfatório e emocionante. O livro me prendeu do início ao fim, com a poderosa jornada final de uma garota por sua liberdade e amor. Estou ansiosa para ler a trilogia do Noah agora.
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