Ainda de quarentena, nos despedimos de mais um mês. Para mim, Maio foi cheio de altos e baixos e incertezas, então tive muita dificuldade de me concentrar nas minhas leituras. Também não consegui atualizar o blog tanto quanto eu queria, apesar que fiquei relativamente ativa lá no Instagram do blog.
Ao querer ler um monte de livros ao mesmo tempo, acabei entrando em uma ressaca literária chatinha e da qual ainda estou me livrando. Mas, ao seguir a dica de uma seguidora e tentar me concentrar em um livro por vez, consegui terminar umas boas obras.
Não li muito, mas também não li pouco em Maio. A maior conquista foi que variei tanto em gênero (de romance à não-ficção) quanto em formato (físico e digital). Ainda ouvi algumas músicas fora da minha caixinha esse mês, vi uns bons filmes de comédia e ainda séries coreanas e espanholas bem tensas. Então venham conhecer as minhas dicas de leituras, músicas, filmes e seriados nesse resuminho dos meus favoritos de Maio de 2020:
Estou lendo:
Finalmente peguei de novo Aonde quer que você vá, é você que está lá, um livro quase que clássico sobre meditação e mindfulness. Como a obra contém capítulos curtos cheios de reflexões e pequenas dicas de exercícios, estou lendo-o lentamente, enquanto tento voltar a ter uma prática de meditação. Assim, não devo terminar Aonde quer que você vá, é você que está lá pelas próximas semanas, mas estou aproveitando a obra ao máximo.
E, como não fico muito tempo sem ler um romance de época, estou devorando também A Filha do Coronel. Estou no início da obra de faroeste, mas gostando bastante da protagonista atrevida e do mocinho pistoleiro. Prevejo que essa vai ser uma leitura bastante quente e divertida.
Lidos em Maio:
Como disse, consegui ler obras bem diversas em Maio. E a minha primeira foi logo a minha favorita do mês: O Diário de Anne Frank. O livro de não-ficção é bastante impactante e difícil de ler, mas necessário para compreendermos os horrores do holocausto e da guerra. Anne Frank também registrou de forma única como era ser jovem no momento em que viveu.
Depois, devorei outra obra igualmente inspiradora, o romance inglês Um Caminho Para a Liberdade. Com o livro, perdi o preconceito que tinha com o trabalho da Jojo Moyes e ainda conheci um pouco da realidade de bibliotecárias à cavalo nos Estados Unidos do século 20. E como histórias de amor nunca são demais, também li Encontrada pelo Lobo, um romance sobrenatural de lobisomens longe de ser perfeito, mas bem arrebatador.
Em Maio ainda finalmente terminei Razão e Sensibilidade, um clássico que, apesar de ter umas partes chatinhas, é essencial para compreender o desenvolvimento de Jane Austen como escritora. E, por fim, terminei o mês maratonando Minha Queda Por Heróis, um livro muito divertido e intrigante sobre uma ventríloqua reencontrando seu inimigo (e paixão) de adolescência em uma mansão sombria e nevada.
Próxima leitura:
Faz meses que estou adiando, mas de Junho não passa! Estou bastante curiosa para ler A Filha do Conde, terceiro volume da incrível série de época Sins for All Seasons!
Músicas favoritas do mês:
Nessa quarentena, eu e minha mãe começamos a estudar espanhol juntas e estamos tentando usar músicas para nos ajudar. Foi assim que redescobri as canções de Rosalía, já tinha escutado algumas no passado, mas agora virei fã de verdade da cantora espanhola. O que mais gosto em Rosalía é que ela mistura pop e rap modernos com sons mais tradicionais e, ainda, alguns tons experimentais.
A Palé, por exemplo, uma de suas músicas que mais fica na cabeça, é uma das clássicas canções de ostentação que inevitavelmente grudam no nosso cérebro. Juro Que, minha outra favorita, que também traz um pouco da temática dos excessos materiais, ainda fala de um amor proibido entre o eu lírico e seu par, que está na prisão. Rosalía fala bastante de amores e rompimentos e, em especial o seu álbum El Mal Querer, é inspirado em um romance antigo e fala de relacionamentos tóxicos. Seja só para se divertir e dançar, ou para pensar, Rosalía é uma artista que vale a pena conhecer.
Filme que recomendo:
Como vocês sabem, eu não perco a oportunidade de ver um filme de comédia. Assim que saiu na Netflix, corri para ver Você Nem Imagina (The Half of It), um longa despretensioso e fofo para quem quer dar umas boas risadas e suspiros. Mas se você está esperando, como eu, que esse seja o próximo Para Todos Os Garotos Que Já Amei, vai se decepcionar. A própria protagonista/narradora já nos avisa logo de cara que esse não é um filme de amor, apesar de que ele causa um suspiro o outro.
Você Nem Imagina conta a história de Ellie Chu, uma jovem deslocada na pequena cidade onde mora. Filha de imigrantes, é ela quem dá conta de tudo em casa, já que o pai ainda sofre pelo luto e se recusa a aprender falar inglês. Para ganhar dinheiro, Ellie escreve as redações de sua turma, mas apesar de ser uma aluna brilhante, ela não tem planos de ir para a faculdade.
Sem amigos e sem perspectiva para o futuro, Ellie passa seu tempo compondo músicas que nunca expõe para ninguém, lendo livros complicados e vendo filmes antigos. As coisas começam a mudar quando Paul pede ajuda para escrever uma carta de amor para Aster, uma das garotas mais populares da escola. Como Ellie, Paul se sente deslocado na pequena cidade e família enorme e não leva jeito com as palavras.
Ellie reluta a princípio, mas acaba ajudando Paul. Quando as cartas despertam o interesse de Aster e as conversas se aprofundam, eles percebem que Aster gosta das mesmas coisas que Ellie, livros e filmes do qual Paul nunca ouviu falar. Assim, Ellie passa a treinar Paul nos interesses de Aster e uma inesperada amizade surge entre os dois. Contudo, logo fica claro que o relacionamento não pode seguir da maneira que está, pois Aster está se apaixonando pela imagem de Paul que Ellie criou e não por quem ele é de verdade. E, para complicar, Ellie também começa a ter sentimentos pela garota.
Eu amo um bom clichê e partindo de um triângulo amoroso impossível, Você Nem Imagina vai além do esperado e traz temas como autodescoberta, luto, primeiras chances no amor e, claro, amizade. O filme mostra como o amor pode surgir de diversas formas, inclusive entre amigos e entre pais e filhos. Você Nem Imagina ainda reflete sobre o que é amar alguém: é estar atraído por esse pessoa, gostar das mesmas coisas que ela, poder conversar com ela, etc?
O filme também ganha pontos por uma abordagem representativa: temos uma garota asiática como protagonista e um romance gay muito fofo, mas também realista. Os jovens atores possuem bastante química e, além de encontros e desencontros românticos, o filme entrega boas cenas de comédia e um visual de tirar o fôlego. Só vejam Você Nem Imagina, garanto que vai valer a pena!
Séries favoritas de Maio:
Minhas recomendações de série também são da Netflix e sobre jovens se envolvendo perigosamente com segredos. A primeira delas é um drama coreano fora da caixinha chamado Extracurricular. Na história, Jisoo é um estudante tímido e dedicado que faz uma tonelada de dinheiro com um aplicativo que criou.
A questão é que, através desse app, ele consegue organizar encontros entre jovens mulheres e oferecer proteção a elas quando tudo dá errado... tudo por um preço, claro. Entre as "clientes" de Jisoo está até mesmo Minhee, sua colega de classe popular que namora com outro estudante, um garoto igualmente adorado no colégio, que ama receber os presentes caros de Minhee.
Jisoo tinha o esquema perfeito: ele fazia muito dinheiro sem sujar as mãos. Tudo se complica quando ele chama atenção de Gyuri. Rica e entediada, Gyuri vê na vida de crimes de Jisoo uma forma de escapar da sua família sufocante. Mas quando o caminho de todos eles se cruzam com o de outra gangue e a polícia, os jovens precisam escolher até onde vão por dinheiro, medo, curiosidade e ambição.
Extracurricular é uma daquelas séries que não dá para defender nenhum dos personagens. De fato, uma das lições do show é como adolescentes podem ser inconsequentes, mas que suas ações nascem justamente do ambiente de violência, abandono, preconceito e pressão a qual estão submetidos.
A primeira (e até agora única) temporada de Extracurricular tem só 10 episódios, que vi em poucos dias, pois o ódio e a vontade de ver se os personagens iam quebrar a cara ou não era grande. Extracurricular tem um ritmo alucinante e viciante, uma história que nos faz pensar e provoca muito sentimentos. Para quem gosta de séries que fogem do esperado, que envolvam crimes e dramas adolescentes, vale a pena maratonar o show.
Gossip Girl encontra 13 Reasons Why no novo drama teen da Netflix. Control Z é um série mexicana cativante, mas com alguns problemas de roteiro. A história tem como protagonista Sofi, uma adolescente que passa seus dias enfiada em livros clássicos. Com sua percepção afiada, ela vê com clareza os segredos sombrios que seus colegas escondem.
Sofi não tem amigos e confia pouco na mãe, que está namorando o diretor da sua escola. Ela ainda luta com a sua saúde mental, o luto pelo pai e as lembranças do tempo que passou em uma clínica psiquiátrica. Mesmo longe de ser popular, Sofi acaba atraindo a atenção de Javier, o novo aluno da escola. Filho de um famoso jogador de futebol, ele parece querer ficar longe da galera popular e seus joguinhos de poder.
Quando um hacker começa a revelar os segredos de alguns alunos da escola, Sofi faz de sua missão encontrá-lo, com Javier em seu encalço. De roubo a corrupção, histórico de pornografia e até mesmo relacionamentos secretos, a cada segredo revelado a escola fica mais perto do caos e Sofi mais intrigada para saber quem é o hacker... que parece estar tão perto e ser assustadoramente parecido com ela.
É importante deixar um aviso de gatilho para qualquer um que queira ver Control Z. A série tem cenas bastante desconfortáveis de bullying, transfobia, homofobia e comportamentos autolesivos, temas difíceis que poderiam ter sido melhor elaborados. Também é possível criticar a falsa representatividade de Control Z, o show tem apenas duas personagens LGBTQIA+ e absolutamente nenhum personagem principal não-branco.
Entretanto, mesmo não sendo perfeita, Control Z é uma série interessante para se assistir. A história mostra um pouco da dificuldade dos jovens de navegar o mundo de hoje, tão plural e tecnológico, cujo ilimitado acesso a informação parece mais complicar do que facilitar os problemas clássicos da adolescência.
Sem falar que, enquanto vemos os dramas amorosos e as autodescobertas dos protagonistas, ainda acompanhamos um mistério interessante e viciante na caçada de Sofi pelo hacker. Apesar do final previsível, os episódios da série são rápidos e emocionantes e ainda deixam espaço para uma segunda temporada.
Postagens de Maio:
Resenhas de livros
Lançamentos de livros
Dicas de série
Outros
E esse foi o meu mês de Maio! Não foi perfeito, mas no final consegui ler bem e ainda ver algumas coisas bacanas. Agora quero ouvir de vocês: o que acharam das indicações? E quais foram suas leituras, músicas, filmes e séries favoritas de Maio? Não deixem de comentar! E, claro, lavar as mãos e ficar em casa! ;)
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