A HISTÓRIA
Taran, como um bom líder das Terras Altas, resolve solucionar os problemas de seus sobrinhos, os condes Oakley e Rocheforte, ele mesmo. Assim, Taran sequestra ricas herdeiras de uma festa, para que seus sobrinhos escolham cada um uma noiva. Mas, na carruagem sequestrada acaba vindo também a pobre solteirona, mas amigável Catriona Burns, e o entediado Duque de Bretton.
Presos em um castelo antigo em meio a uma terrível nevasca, pode ser que o plano de Taran acabe funcionando. E, além de casamento, essa história maluca vai render muita paixão também. Primeiro, o Duque de Bretton fica impressionado com a desenvoltura de Catriona, que não se intimida com seu título e modos frios. Contudo, será que há final feliz para uma escocesa sem dinheiro e um lorde inglês tão diferentes?
Enquanto isso, a jovem e ousada Marilla Chisholm quer fazer de tudo para arrumar um marido. Quando percebe que talvez o duque esteja fora do mercado, se volta para Oakley. Mas o conde inglês está mais interessado em sua irmã, Fiona, uma leitora ávida com uma reputação terrível.
Lady Cecily Maycott também tem planos para esse sequestro surpresa. É sua única chance de se aproximar do único homem que desperta sua vontade de se casar. Mas o libertino Rocheforte, um pobre conde francês, quer tudo menos se envolver como uma herdeira e ser acusado de ser um caça-fortunas sem escrúpulos... apesar que ele talvez não consiga resistir a sedução da garota.
A SÉRIE
A Dama Mais Apaixonada é o livro 2 da série A Dama Mais... de Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway. Ambos os livros se passam na época da Regência e contam três histórias de romance em cada volume, nos quais os casais se aproximam em meio a temporadas no campo.
A NARRATIVA
Uma obra escrita por seis mãos é no mínimo curiosa. Mas, diferente do que eu esperava, o livro não é composto por diferentes contos que funcionaram separadamente. Pelo contrário, esse é um romance só, completo, mas no qual cada autora ficou responsável pelos capítulos relativos a seu casal. Só o início e o finalzinho foram escritos pelas três.
E além de curioso, foi bom que, em vez de tentar fazer uma narrativa uniforme, cada autora escreveu de seu jeito usual na sua parte. Quinn me fez rir, James me fez suspirar e Brockway me fez querer viajar no tempo. Julia Quinn trouxe diálogos rápidos e hilários, em uma escrita objetiva, moderna e gostosa. Eloisa James é mais descritiva, foca mais no mundo interior dos personagens e apresenta diálogos mais curtos. Eu amei as referências a Jane Austen na parte da autora.
A única das três que não conhecia, Connie Brockway me cativou com seus longos diálogos. Contudo, a linguagem intricada, que mais se aproxima da forma como as pessoas deviam falar naquela época, foi cansativa para mim. A narrativa da autora é mais complexa que as outras, mais ainda boa e foi uma mudança interessante que sua parte focasse mais no envolvimento emocional dos personagens que no físico.
A TRAMA E OS PERSONAGENS
Como disse, a história de A Dama Mais Apaixonada é uma só. Entretanto, é perceptível que as autoras bolaram os acontecimentos juntas, porque eles se encaixam perfeitamente apesar do tom da narrativa ser diferente na parte de cada autora.
E de fato, a história desse livro é tão interessante que poderia ser três obras inteiras em vez de uma. O cenário, um castelo escocês isolado pela nevasca, é incrível e rende boas imagens mentais. Além disso, propõe acontecimentos que fogem dos clichês, como jantares muito mais íntimos, passeios por galerias abandonadas e geladas, jogos divertidos que envolvem até beijos, aventuras na neve, encontros e desencontros inesperados em corredores vazios e muito mais.
O mesmo vale para os personagens. São todos tão cheios de personalidades e conflitos próprios que mereciam um livro inteiro para serem explorados, e não só alguns capítulos. Todos eles são cativantes, mas minha favorita foi de longe a pragmática Catriona. Só achei um pouco sexista a forma como a Marilla é retratada: uma moça desesperada por atenção masculina que se torna piada para todos os outros. Seria interessante entrar mais na cabeça da personagem e entender porque age assim em vez de só vê-la como o alívio cômico da trama.
A EDIÇÃO
A tradução de Ana Rodrigues está muito boa. Não encontrei erro algum no texto, que foi diagramado da forma simples que já é característica da editora Arqueiro. O tipo e tamanho das letras são bons, assim como os espaçamentos como um todo. A capa combina com a do volume anterior, não é feia, mas também não é bonita. A modelo não combina com nenhuma das mocinhas, assim como a mansão ao fundo (o livro se passa em um castelo escocês semi-abandonado).
VALE A PENA LER?
A Dama Mais Apaixonada foi uma excelente surpresa. Essa única história escrita por três divas do romance de época é divertida e emocionante. Com um cenário único e personagens ricos, a história foge dos clichês e conquista. Eu devorei o livro, que bem poderia ser três em vez de um, não faltaria material para isso. Também gostei de poder ler a narrativa das três autoras lado a lado e compará-las. Agora estou ansiosa para ler o outro volume da duologia, A Dama Mais Desejada.
Título: A Dama Mais Apaixonada
Título original: The Lady Most Willing
Série: A Dama Mais...
Volume: 2
Autoras: Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway
Tradutora: Ana Rodrigues
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788530600211
Ano: 2019
Páginas: 288
Compre: Amazon
Conheça mais obras de Julia Quinn:
Conheça mais obras de Eloisa James:
0 comentários:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade para expressar a sua opinião, para divulgar o seu site/blog ou para elogiar ou criticar o blog! Lembrando que comentários com conteúdos agressivos, ofensivos ou inadequados serão excluídos.
(Você também pode entrar em contato comigo por e-mail, formulário ou pelas redes sociais. Saiba mais na página "Contato".)