A nossa percepção de passagem de tempo nunca foi tão relativa quanto no momento em que estamos vivendo. Alguns dias passam voando, outros lentamente, mas todos carregados de muita preocupação. Para quem, como eu, tem o privilégio de ficar em casa, a dificuldade de adaptar a rotina e o tédio coloca dificuldades até mesmo nas nossas leituras. Para quem precisa sair de casa de qualquer maneira, imagino que deve ser quase impossível se concentrar em qualquer outra coisa que não a pandemia viral.
Mas, uma coisa que aprendemos em tempos como esses, é que a positividade é fundamental para a nossa saúde tanto física quanto mental. Temos que olhar não só para o futuro, como para o passado e presente com mais leveza, tentando tirar o melhor de todos eles.
Assim, hoje vim falar das minhas leituras dos últimos meses, assim como alguns filmes, séries e músicas que gostei bastante. Tem muita indicação de romance de época e suspense, histórias com viagem no tempo, música para dançar e mais! Vamos conhecer os meus livros, músicas, filmes e séries favoritas de Fevereiro e Março?
Assim, hoje vim falar das minhas leituras dos últimos meses, assim como alguns filmes, séries e músicas que gostei bastante. Tem muita indicação de romance de época e suspense, histórias com viagem no tempo, música para dançar e mais! Vamos conhecer os meus livros, músicas, filmes e séries favoritas de Fevereiro e Março?
Estou lendo:
Como eu disse, passei por uma ressaca literária nas últimas semanas, justamente quando estava lendo vários livros ao mesmo tempo. A solução que arrumei foi justamente desacelerar um pouco e devorar uma obra por vez. Então, agora, está faltando finalizar apenas três livros.
O primeiro deles é o romance de época Sob o Véu do Tempo, que apesar do cenário e história interessantes (viagem no tempo para a Escócia do século 17), está sendo bem arrastado. A trama até agora deu várias voltas desnecessárias e a narrativa é descritiva demais para o meu gosto. Ainda assim, espero terminar a obra em breve.
Também estou lendo um romance contemporâneo, que está igualmente me causando sentimentos mistos. Por um lado, A Espera do Coração, protagonizado por um homem que, após perder a amor da sua vida, tenta se recuperar enquanto cria sua filha sozinho, é emocionante. Mas, por outro, a história também tem algumas reviravoltas que não convencem muito. Contudo, ao contrário de Sob o Véu do Tempo, a narrativa de A Espera do Coração é bem mais leve e fluída, então devo terminar o livro nos próximos dias.
E para dar um descanso das histórias de amor, também estou me dedicando a O Fim da Procrastinação. O nome dessa obra de não-ficção é bem explicativo, já que o objetivo do livro é justamente nos ajudar a parar de deixar as coisas que queremos fazer para depois. Com muitos exercícios práticos e recomendações baseadas em pesquisas científicas, estou gostando bastante de O Fim da Procrastinação e justamente por isso lendo-o mais devagar, para absorver melhor todos os ensinamentos.
Livros lidos em Fevereiro:
A minha ressaca literária começou no final de Fevereiro, então acabou que li bem pouco. Comecei o mês mais curto do ano com um suspense, gênero que amo e estou tentando voltar a ter o hábito de ler. Uni-Duni-Tê é uma história viciante sobre um serial killer misterioso que força suas vítimas a matar em nome de sua sobrevivência. Eu devorei o livro em questão de horas, especialmente por causa de sua narrativa ágil e cinematográfica, além de personagens bastante humanos.
Como vocês sabem, eu não fico longe de romances por muito tempo, então devorei em Fevereiro também De Volta Para Ela. Além da história de amor de amigos de longa data que se encontram em um cenário incrível na Espanha, o livro é bastante inclusivo ao trazer uma protagonista trans. Ou seja, essa é uma história deliciosa e fofa, além de muito educativa.
Óbvio que li romance de época também no segundo mês do ano e As Lições da Dama Escarlate superou as minhas expectativas. A trama sobre uma jovem esposa que usa de um livro escrito por uma cortesã para conquistar o marido frio é incrível e muito gostosa de ler. Além disso, o livro é uma reflexão interessante sobre como as mulheres têm direito sim de querer e buscar o seu prazer sexual, mas também de esperar e exigir parceiros que atendam suas necessidades em todos os sentidos, inclusive emocionais. Nenhuma surpresa que As Lições da Dama Escarlate foi o meu livro favorito de Fevereiro.
Outra meta que tenho para 2020 é ler mais não-ficção, então mergulhei em Frida Kahlo para Inconformistas. A obra se utiliza de frases da famosa artista para nos inspirar a ser mais livres e criativos, mas também para provocar reflexões sobre relacionamentos, autoestima, coragem, medo e muito mais. Apesar de ter achado as reflexões da obra superficiais, é um bom livro para descansar a cabeça e injetar pitadas de inspiração na nossa rotina.
Livros lidos em Março:
História de um grande amor - De repente uma noite de paixão - O segredo da livraria de Paris - A Esposa do Soldado
Eu comecei Março arrastando minhas leituras. E com o início da "quarentena" (na verdade, no momento em que escrevo esse post ainda estamos, em Minas Gerais, sob distanciamento social voluntário), ficou mais difícil me concentrar nos livros. Mas, como estamos vivendo um período novo e de muita tensão, eu logo fiz um acordo comigo mesma que está tudo bem não conseguir ler muito. Em momentos como esse, temos que fazer o que é melhor para nossa saúde física e mental e nem sempre ler vai ser possível ou bom.
Assim, me dei algum tempo para relaxar e focar em outras coisas, o que foi muito bom, já que lentamente recuperei meu ritmo. Tanto que, na última semana de Março, acabei devorando 5 livros, um atrás do outro. Mas a primeira leitura do mês foi, claro, um romance de época. Em História de Um Grande Amor, uma jovem tenta salvar sua paixonite de longa data e acaba vivendo a mais apaixonante jornada de sua vida. Eu gostei bastante da história, que é cheia de altos e baixos e foge bastante dos clichês de outras sagas da Julia Quinn.
Também tive que ler o novo lançamento da Lisa Kleypas, claro, mas infelizmente não consegui satisfazer todas as minhas expectativas. A história da escritora que contrata um amante profissional, que acaba sendo seu novo editor, é engraçada e romântica. Contudo, a escrita da autora está bem imatura em De Repente Uma Noite de Paixão, que também me desagradou a reproduzir algumas ideias bastante machistas.
E para variar um pouco nos romances de época vitorianos que se passam na Inglaterra, devorei uma versão antecipada que recebi da editora de O Segredo da Livraria de Paris. Essa obra incrível conta a história de uma jovem que se muda para a capital francesa para descobrir porque o avô a abandonou e como sua mãe morreu em plena ocupação Nazista na França. Com uma narrativa leve e reviravoltas impactantes, o livro nos cativa do início ao fim. O Segredo da Livraria de Paris acabou sendo a minha leitura favorita de Março e talvez do ano até agora!
Outro romance que fugiu dos clichês foi A Esposa do Soldado, um romance de época que se passa no Estados Unidos pós-guerra civil e mostra a difícil vida em um forte militar em meio a terras de nativos americanos. Apesar de alguns pontos da trama serem forçados e o início da leitura lenta, eu gostei bastante da história e fiquei curiosa para ler a continuação.
E foi uma chuva de romances de época em Março, que terminei lendo A Queda De Lorde Drayson. A história começou muito bem, mas caiu em clichês lá pela metade do livro. Apesar de fantasiosa, a premissa do lorde arrogante que perde a memória e é feito de servo é tão gostosa e engraçada quanto eu imaginava. Mas, após a farsa da mocinha ser exposta, A Queda De Lorde Drayson se torna tedioso. É um bom livro, mas não muito marcante no final.
Descansando um pouco dos históricos, li Professor Feelgood, uma história de amor contemporâneo que também cai em clichês, mas diverte com uma trama maluquinha e personagens engraçados. Nesse livro, uma editora descobre um misterioso poeta e quer transformá-lo no próximo bestseller. Ela só não esperava que ele fosse alguém que ela conhece intimamente e passou a odiar após ele partir seu coração.
E, por fim, também li suspense em Março, o incrível Bodas de Sangue. Intrigante e surpreendente do início ao fim, o livro conta a história de uma jovem babá com perdas de memória e uma trilha de corpos no seu passado. Com muitas reviravoltas que, mesmo esperadas, são impactantes, Bodas de Sangue como um todo é bem chocante e mostra até onde as pessoas podem ir não só para sobreviver, mas também para se vingar, e como a loucura, de certa forma, é contagiante. Também se tornou um dos meus queridinhos de 2020 até agora.
Músicas favoritas:
Como muita gente, eu peguei a febre de Dance Monkey. Eu nunca tinha sequer ouvido falar de Tones And I, mas a música da artista australiana é viciante demais. Com uma letra simples (e que curiosamente soa como se tivesse umas partes em português, mas é só impressão mesmo), e um ritmo contagiante, Dance Monkey fica na cabeça e de fato nos deixa com vontade de dançar! Eu só não entendi a relação do videoclipe com a canção, mas pelo menos ele é engraçado...
Oh Ana só apareceu em uma playlist do Spotify que eu estava ouvindo um dia e imediatamente fiquei viciada na música (especialmente porque é raro ver o meu nome em músicas, mesmo ele sendo bem comum). Eu também não conhecia a banda canadense Mother Mother, mas escutei outras músicas do grupo, que tem uma sonoridade puxada para o rock e indie alternativos bastante única.
A letra de Oh Ana é curta, fácil de cantar e fica na cabeça. Mas, curiosamente, há algumas teorias interessantes de qual seria seu significado. Por um lado, há pessoas que dizem que o criador da música apenas juntou versos aleatórios na hora de compor. Outros, afirmam que essa é uma música sobre anorexia. Formalmente nomeada de anorexia nervosa, a doença é apelidada por alguns de "Ana", que é personificada na letra dessa canção como um anjo que o eu lírico não consegue matar, apesar de tentar várias coisas, como até mesmo "be god" (ser Deus, em tradução livre).
Essa interpretação que relaciona Oh Ana com a anorexia é bastante pesada, mas faz sentido de certa forma, considerando a letra da música, que por si só não é das mais leves. Contudo, independente do que se acredita que a canção é sobre, ela ainda é uma música muito boa de se ouvir sem parar.
Recomendação de filmes:
Fazia muito tempo que um filme de romance não me conquistava como Isi & Ossi. O filme alemão que está disponível na Netflix é cheio de clichês, mas consegue cativar com sua trama maluca, mas divertida e personagens com os quais nos identificamos. Na trama, Isi é uma garota rica que quer ser chefe de cozinha, ideia que seus pais odeiam. Assim, para provocá-los e chantageá-los a financiar sua formação em culinária em Nova Iorque, Isi começa um relacionamento de mentira com Ossi.
Ossi é um boxeador de origem pobre, que gostaria de seguir seu sonho na luta, mas está preso as dívidas da mãe, as quais tenta pagar com muito trabalho duro. Quando primeiro conhece Isi, até pensa em seduzi-la por seu dinheiro, mas Ossi é honesto demais para isso. Mas está desesperado o suficiente para aceitar o dinheiro que ela oferece para que namorem de mentirinha. O resultado, é claro, que eles acabam se aproximando mais do que esperavam.
Apesar das reviravoltas esperadas, a história do filme nos faz rir e suspirar com o amor impossível de dois jovens de classes sociais bem diferentes. Mas, além disso, Isi & Ossi é um filme sobre seguir seus sonhos custe o que custar, mas também aprender que não precisamos nos tornar quem nosso passado determina que devemos ser. Divertido e leve, é um filme perfeito para descansar a cabeça nessa quarentena.
Como vocês sabem, também não dispenso um bom filme de terror, então assisti O Homem Invisível (The Invisible Man, produção baseada no personagem de H.G. Wells) esses dias. Confesso que o mais me chamou atenção na obra foi ele ser protagonizado por Elisabeth Moss, uma das minhas atrizes favoritas no momento. Na trama, ela faz Cecilia, uma mulher atormentada pelas cicatrizes de um relacionamento abusivo. Quando o ex de Cecilia morre, deixando sua fortuna para ela, a mulher finalmente acredita que pode seguir em frente.
Contudo, coisas estranhas começam a acontecer e Cecilia se convence que o ex, um cientista brilhante, forjou a própria morte, encontrou uma maneira de se tornar invisível e agora está perseguindo-a. Além de um suspense tenso, que nos deixa presas a tela do início ao fim, essa é uma história interessante sobre abuso, stalking e os monstros modernos (que não são nada mais que pessoas como quaisquer outras). A atuação de Elisabeth Moss é incrível e o intrigante O Homem Invisível merece ser visto.
- Leia também: 10 livros que vão virar filme em 2020
Séries favoritas:
Como vocês sabem, eu amo ver séries, mas curiosamente não gosto muito de reality shows. Mas, Next in Fashion, especialmente por ser estrelado por Tan France, um dos fabulosos apresentadores de Queer Eye (que também amo), me conquistou logo de cara. No show, 18 novos designers de todas as partes do mundo competem para mostrar suas criações e se tornarem a próxima sensação do mundo da moda.
O interessante é que o show é bem diverso, tanto com competidores quanto modelos e convidados de todas as etnias, tamanhos, formas e histórias de vida. Além disso, Next in Fashion é uma competição animada e divertida, e é fácil devorar os episódios rapidamente. Não deixem de conferir o reality na Netflix!
Um pouco atrasada no hype, eu também aproveitei essas últimas semanas para finalmente tirar a série Dark, show alemão da Netflix, da minha lista. A trama começa quando um menino, em 2019, desaparece e o caso traz de volta muitas memórias de outro desaparecimento em 1986. Na pequena cidade onde tudo se passa, muitos segredos estão enterrados e muitas mentiras foram contadas para manter a ilusão de normalidade que é só isso, uma ilusão. Nada é normal nessa pequena cidade, em que ciclos de violência e medo parecem se repetir sem cessar.
Contudo, as respostas que os personagens procuram são bem mais complexas do que se pode imaginar. Afinal, mesmo esta sendo uma história sobre viagem no tempo, o verdadeiro inimigo pode ser a ambição humana em tentar vencer o inevitável: a morte. Com elementos que remetem a outras das minhas séries queridinhas, como 12 Monkeys e Stranger Things, a história de Dark é viciante e muito bem contada.
Com personagens tão humanos que chegamos a odiá-los em alguns pontos, o show também conquista com mistérios intrincados que despertam o nosso detetive interior. Ainda com uma fotografia e ambientação incrível, Dark também fornece bons vislumbres sobre a cultura e história alemã desde 1921 até os dias de hoje, ainda imaginando como poderia ser o futuro.
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Ufa, haja recomendações para um post só! Fevereiro e Março foram meses difíceis, mas até que consegui tirar muita coisa boa de ambos, não é mesmo? Agora quero ouvir de vocês: o que acharam das indicações? E quais foram suas leituras, músicas e séries favoritas dos últimos dois meses? Não deixem de comentar! E, claro, lavar as mãos e ficar em casa!
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