A HISTÓRIA
Todo mundo acha que Leilani Trusdale enlouqueceu, mas ela nunca esteve mais sã. Depois de anos se matando em um restaurante em Nova York, ela decidiu abrir sua própria confeitaria na pequena ilha de Sugarberry. Além de ficar mais perto do pai, a mudança foi motivada pelo sonho de Leilani de construir um legado só para si… e esquecer seu antigo chefe. Baxter Dunne ficou mundialmente conhecido como Chef Hot Cakes graças a seu famoso restaurante e seu programa de televisão. Ele aparentemente tem tudo: um sotaque britânico, uma aparência perfeita, muita fama e dinheiro.
Baxter só percebeu que deixou a coisa mais preciosa da sua vida escapar após perdê-la. Contudo, ele está determinado a conquistá-la de volta. Quando Leilani fica sabendo que Baxter vai filmar seu programa na sua ilha, se convence de que ele quer acabar com a vida dela. A confeiteira deixou Nova York para se afastar dele, e dos boatos de que ela o seduziu em troca de sucesso, e agora Baxter está a perseguindo até ali. Imaginem qual é a surpresa de Leilani quando Baxter invade sua confeitaria e revela que, na verdade, ele está apaixonado por ela. E que gravar o programa na ilha de Sugarberry foi apenas uma desculpa para vê-la.
Leilani simplesmente não sabe como reagir… e como superar a raiva por Baxter invadir sua nova vida e a mágoa por ele ter deixado-a partir em primeiro lugar. Mas o Chef Hot Cakes está determinado. Apesar de logo perceber que levar o programa até a ilha e basicamente forçar Leilani a permitir que sua confeitaria fosse usada como cenário foi uma loucura e um erro. Passada a primeira surpresa, Leilani percebe que ter um programa de televisão famoso gravado ali será bom para os negócios e a ilha. Mas ela aceita trabalhar com Baxter, e não namorar com ele. Mas, conforme ambos vão conhecendo novos lados um do outro, e de si mesmos, sentimentos antigos voltam a tona e fica cada vez mais difícil para os dois separar trabalho e prazer.
A SÉRIE
Delícia, Delícia é o primeiro livro da série Cupcake Club da escritora norte-americana Donna Kauffman. A saga conta com mais três volumes, não publicados no Brasil, todos romances independentes, mas interligados. Nesse livro, a protagonista, a confeiteira Leilani, forma sem querer um clube de “boloterapia” com seus amigos e vizinhos, e cada um deles é protagonista de um livro da saga.
A LEITURA: NARRATIVA E TRAMA
Eu estava curiosa para ler Delícia, Delícia, sendo amante de duas coisas que a obra traz: romance e doces. Infelizmente, o livro não supriu todas as minhas expectativas. A narrativa da autora não me agradou muito. Com diálogos muito longos e repetitivos, além de desnecessariamente dramáticos, a narrativa em terceira pessoa de Delícia, Delícia é bem arrastada. Kauffman se perde muito descrevendo detalhes das cenas e, principalmente, os pensamentos e sentimentos da protagonista, deixando a leitura pouco fluída.
Quanto a trama, Delícia, Delícia é arrastado no início e corrido no final. A proposta em si era bem interessante: uma confeiteira de uma ilha pequena tentando lidar com o ex-chefe famoso, por quem era apaixonada, e seu programa de televisão. Contudo, lemos páginas e mais páginas de Leilani imaginando como lidar com Baxter, para depois como dispensá-lo, e aí, de repente, eles já estão juntos logo no primeiro dia de gravações, para se separar pouco depois, para ficarem juntos e pronto, o livro acaba. Seria muito mais interessante ter acompanhado as minúcias das gravações de um programa de culinária, com os mocinhos tentando esconder seu relacionamento. Mas essa parte, que seria a mais divertida do livro, nunca existiu.
A história de Delícia, Delícia não é ruim, só foi mal aproveitada. Por um lado, gostei que logo de cara o mocinho percebeu que sua abordagem (já chegar com seu programa de televisão e pressionando a mocinha), não foi das melhores, por isso achei os motivos que a Leilani ficava arrumando para se afastar dele bem desnecessários. Um dos melhores momentos do livro foram justamente as sessões de boloterapia da protagonista e suas amigas, algo que qualquer leitor fica com vontade de reproduzir em casa.
Também gostei das cenas dos bastidores da confeitaria da Leilani e, como já disse, gostaria de ter visto muito mais sobre o programa televisivo de culinária. O que faltou mesmo em Delícia, Delícia foram mais momentos entre o casal que envolvessem menos discussões sobre seus sentimentos e mais ação. Senti falta de desencontros românticos, esbarrões divertidos, beijos às escondidas, etc. Somando isso a narrativa, a leitura de Delícia, Delícia foi demorada e pouco marcante. Apesar de provocar uma risadinha ou outra, o livro não me fez sentir muita coisa e terminei a obra com a sensação de que faltava algo.
OS PERSONAGENS
Curiosamente, os personagens secundários são os melhores de Delícia, Delícia. Impossível não se divertir com a velinha intrometida Alva, ou com Charlotte, a melhor amiga sem papas na língua de Leilani. Os protagonistas, em comparação, são bem chatinhos. Leilani é a típica mocinha insegura, que fica desnorteada com o mocinho por perto e nunca toma atitude. Eu gostei que ela estava tentando criar um legado e um sucesso para si e que não desiste do seu sonho da própria confeitaria em nenhum momento do livro. Mas, achei irritante ela ficar sempre resistindo ao Baxter e nunca tomar iniciativa para nada.
Já o chef é o clássico herói perfeito: ele é bonito, rico, seguro de si e gentil. Gostei que Baxter não é arrogante e assume seus erros, como levar um programa de televisão para a confeitaria de Leilani sem avisá-la. Contudo, seu passado triste e toda a história dele estar infeliz sem a garota, a qual não deu valor antes, preciso dizer, é bem clichê. Tanto Baxter quanto Leilani apresentam personalidades bem rasas e motivações que não convencem. Como casal, eles são extremamente dramáticos, tratando qualquer mínimo empecilho para o relacionamento como algo gigantesco. Eles têm lá seus momentos fofos, e alguns bem calientes, mas nada que, como disse antes, provoque muitas sensações no leitor...
A EDIÇÃO
A edição de Delícia, Delícia é boa. Apesar de, particularmente, não gostar de páginas brancas, o restante da diagramação é ótimo, com detalhes fofos no início dos capítulos, um bom tamanho e tipo de letra. A tradução está excelente e não encontrei erro algum no texto. Eu adoro a capa de Delícia, Delícia. Os tons fofos de rosa combinam bem com esse romance bem água com açúcar, sem falar que nada representa melhor a história que um cupcake.
CONCLUSÕES FINAIS
Em resumo, Delícia, Delícia é um romance bem mediado. Ele traz um cenário interessante, uma confeitaria artesanal em uma ilhazinha, e um pontapé curioso: um chef tentando reconquistar uma ex funcionária em meio a seu programa de televisão. Contudo, a trama não foi bem desenvolvida, com um início arrastado e final corrido. A narrativa pouco ajuda e trama acaba sendo dramática demais, com diálogos cansativos e protagonistas rasos. Delícia, Delícia é uma leitura que não odiamos, mas também que não amamos. Bem simplesinho, o livro não é dos mais fluídos e também não provoca muito sentimentos. Para quem quer apenas dar uma ou outra risada e ler um pouco sobre os bastidores da confeitaria, sem se importar que essa não seja uma história muito marcante, a leitura de Delícia, Delícia pode ser uma boa escolha.
QUOTES FAVORITOS
“Foram os cupcakes que a salvaram. (…) Quanto poder uma única guloseima confeitada era capaz de exercer. Cupcakes eram sempre uma bênção!” pág. 9
Título: Delícia, Delícia
Título original: Sugar Rush
Série: Cupcake Club
Volume: 1
Autora: Donna Kauffman
Editora: Valentina
ISBN: 9788565859967
Ano: 2016
Páginas: 296
*O exemplar lido e fotografado foi uma cortesia da Editora Valentina
Compre: Amazon
Olá,Ana.
ResponderExcluirFiquei chateada por não ter sido uma leitura proveitosa, a trama me lembrou algo meio sessão da tarde, mas dado aos seus pontos sobre narrativa e personagens serem rasos em sua personalidade.
Como sempre,ótima resenha.
Beijos,
Ana.
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