Se a vida imita a arte, ou a arte que imita a vida, não sabemos. Mas é certo que, desde o surgimento do cinema, a sétima arte tem se inspirado bastante em outra, a literatura. Desde filmes levemente baseados em livros, até adaptações 100% fiéis, o que não falta por aí são longas que emprestam histórias e personagens da ficção escrita. Contudo, não é só bestseller ou clássico que acabam sendo adaptados. Alguns livros completamente desconhecidos acabam ganhando as telonas, e, muitas vezes, ficando mais famosos em formato cinematográfico do que em papel. Há também os filmes que mudam tanta coisa na história original que o espectador nem percebe que o filme é uma adaptação.
Seja um caso ou outro, muitos filmes por aí, que já vimos centenas de vezes, são baseados em livros e nós nem nos ligamos disso. É o caso de alguns dos maiores sucessos da Sessão da Tarde, programa da Rede Globo que marcou gerações (a minha inclusive), principalmente por repetir milhares de vezes os mesmos filmes maravilhosos/terríveis. E sabia que a Sessão da Tarde já exibiu clássico adolescente dos anos 90 inspirado em até mesmo Shakespeare e em Jane Austen? Não? Então confiram essa curiosa lista sobre 7 filmes "clássicos da Sessão da Tarde" que você não sabia que vieram dos livros:
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1 - 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você e A Megera Domada
Um clássico do final dos anos 90 que a maioria de nós viu pela primeira vez na bendita Sessão da Tarde. Um dos meus filmes adolescentes favoritos da vida, confesso que me surpreendi bastante ao saber que "10 Coisas Que Eu Odeio Em Você" foi baseado em uma obra de William Shakespeare. Originalmente uma peça, que hoje é comercializada também como livro, a história de "A Megera Domada" foi mais adaptada para os tempos de hoje do que modificada quando ganhou as telonas. Os nomes dos personagens ou são iguais ou fazem referência aos nomes da peça original e conflito principal se manteve. Para poder se relacionar com a bela Bianca, dois jovens precisam cumprir uma exigência do pai dela, arrumar um companheiro para a exigente irmã mais velha da garota. Na peça, é um nobre empobrecido que aceita o desafio de "domar" a irmã mais velha, enquanto no filme é o bad boy da escola. O resultado é o mesmo, claro, tudo dá certo no final e o casal improvável vive feliz para sempre.
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2 - Ela É O Cara e Noite de Reis
Acho que Shakespeare só compete com Jane Austen na questão de autor que gerou tantas releituras adolescentes de suas obras. No filme de 2006, "Ela É O Cara", sua peça "Noite de Reis" ganha uma versão moderna e mais simples, mas igualmente divertida. No filme, Viola é uma excelente jogadora de futebol que quer provar seu talento para o ex e, assim, se disfarça como o irmão e entra para o time masculino da escola. Contudo, como Sebastian, a garota se aproxima de Duke, que pede sua ajuda para fazer com que Olívia se apaixone por ele, mas, a garota está caidinha por Sebastian, sem saber que ele é, na verdade, Viola. Toda a história de triângulo amoroso e troca de gênero acontece igualmente na peça de Shakespeare. Também chamada Viola, a personagem de "Noite de Reis" acredita que seu irmão morreu em um naufrágio e resolve se passar por ele para trabalhar para um Duque. Parte de seu trabalho acaba sendo fazer com que Olívia se apaixone pelo Duque, mas a mulher se apaixona por Viola disfarçada de homem. No final, tanto na peça quanto no filme, tudo dá certo e Viola e Duke/Duque ficam juntos. Ah, e uma curiosidade, "Noite de Reis" já tinha ganhado uma outra adaptação (mas com uma história bem diferente) nos anos 90, chamada "Shakespeare Apaixonado", filme que, se não me engano, também deve ter sido exibido algumas vezes na Sessão da Tarde.
Acho que por essa ninguém esperava! O mais assistido, amado e odiado filme da Sessão da Tarde, a "A Lagoa Azul" é baseado em um livro de mesmo nome, de Henry De Vere Stacpoole. O livro chegou até a ganhar duas ou três edições por aqui, mas que você provavelmente só vai achar em sebos ou bibliotecas bem antigas, já que nem na Amazon vende. "The Blue Lagoon" foi publicado em 1908 e é, na verdade, o primeiro livro de uma trilogia, que é seguida pelas obras "The Garden of God" e "The Gates of Morning". "The Blue Lagoon" já ganhou várias adaptações, inclusive, mas aqui estou considerando a dos anos 80 (com os atores Brooke Shields e Christopher Atkins), reprisada um milhão de vezes na Sessão da Tarde (apesar de que uma outra versão, "De Volta A Lagoa Azul", dos anos 90, também teve suas centenas de exibições no programa).
O filme foi bem fiel ao livro, tratando a história de dois primos, uma menina e um menino, que, na infância, sobrevivem a um naufrágio e acabam em uma ilha paradisíaca com o cozinheiro do barco, que tenta criá-los a sua maneira. Contudo, pouco tempo depois, o homem morre e as crianças crescem sem supervisão, sobrevivendo como podem com as habilidades que o cozinheiro as ensinou. Contudo, conforme ficam adolescentes, eles passam a se sentir atraídos um pelo outro e curiosos pelos segredos que a ilha onde vivem esconde. A única diferença entre a obra original e a adaptação, pelo que li em artigos da internet, é o nome dado para o filho dos dois. O final chocante e trágico de "A Lagoa Azul" vem do livro também, mas, o desfecho é ambíguo. O capitão que vê os jovens e a criança no barco, após comerem frutas venenosas, diz que eles estão "apenas adormecidos". O que não sabíamos é que, o livro seguinte, "The Garden of God", já começa contando que a família não está morta.
Acho que Shakespeare só compete com Jane Austen na questão de autor que gerou tantas releituras adolescentes de suas obras. No filme de 2006, "Ela É O Cara", sua peça "Noite de Reis" ganha uma versão moderna e mais simples, mas igualmente divertida. No filme, Viola é uma excelente jogadora de futebol que quer provar seu talento para o ex e, assim, se disfarça como o irmão e entra para o time masculino da escola. Contudo, como Sebastian, a garota se aproxima de Duke, que pede sua ajuda para fazer com que Olívia se apaixone por ele, mas, a garota está caidinha por Sebastian, sem saber que ele é, na verdade, Viola. Toda a história de triângulo amoroso e troca de gênero acontece igualmente na peça de Shakespeare. Também chamada Viola, a personagem de "Noite de Reis" acredita que seu irmão morreu em um naufrágio e resolve se passar por ele para trabalhar para um Duque. Parte de seu trabalho acaba sendo fazer com que Olívia se apaixone pelo Duque, mas a mulher se apaixona por Viola disfarçada de homem. No final, tanto na peça quanto no filme, tudo dá certo e Viola e Duke/Duque ficam juntos. Ah, e uma curiosidade, "Noite de Reis" já tinha ganhado uma outra adaptação (mas com uma história bem diferente) nos anos 90, chamada "Shakespeare Apaixonado", filme que, se não me engano, também deve ter sido exibido algumas vezes na Sessão da Tarde.
3 - As Patricinhas de Beverly Hills e Emma
É difícil perceber sem dar uma pesquisada que um dos romances mais amados de Jane Austen, "Emma", deu origem ao aclamado filme adolescente "As Patricinhas de Beverly Hills". O longa de 95 é uma adaptação moderna bastante livre do clássico inglês. Nenhum dos nomes foram mantidos, assim como acontecimentos principais, mas a personalidade dos protagonistas é bem parecida. Como Emma, Cher é uma garota rica e fútil, que adora se meter na vida alheia e, principalmente, dar uma de cupido. Seus esforços para formar casais e manipular as pessoas ao seu redor é banalizado por Josh (Mr. Knightley em "Emma"), que a acusa de ser superficial. No final, após muitas confusões, encontros e desencontros, Cher, como Emma, aprende que não é bom tentar controlar as pessoas. E, depois o choque inicial, a protagonista aceita que está apaixonada por Josh/Mr. Knightley e o casal encontra seu final feliz, assim como os outros pombinhos da histórias.
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4 - A Lagoa Azul e The Blue Lagoon É difícil perceber sem dar uma pesquisada que um dos romances mais amados de Jane Austen, "Emma", deu origem ao aclamado filme adolescente "As Patricinhas de Beverly Hills". O longa de 95 é uma adaptação moderna bastante livre do clássico inglês. Nenhum dos nomes foram mantidos, assim como acontecimentos principais, mas a personalidade dos protagonistas é bem parecida. Como Emma, Cher é uma garota rica e fútil, que adora se meter na vida alheia e, principalmente, dar uma de cupido. Seus esforços para formar casais e manipular as pessoas ao seu redor é banalizado por Josh (Mr. Knightley em "Emma"), que a acusa de ser superficial. No final, após muitas confusões, encontros e desencontros, Cher, como Emma, aprende que não é bom tentar controlar as pessoas. E, depois o choque inicial, a protagonista aceita que está apaixonada por Josh/Mr. Knightley e o casal encontra seu final feliz, assim como os outros pombinhos da histórias.
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Acho que por essa ninguém esperava! O mais assistido, amado e odiado filme da Sessão da Tarde, a "A Lagoa Azul" é baseado em um livro de mesmo nome, de Henry De Vere Stacpoole. O livro chegou até a ganhar duas ou três edições por aqui, mas que você provavelmente só vai achar em sebos ou bibliotecas bem antigas, já que nem na Amazon vende. "The Blue Lagoon" foi publicado em 1908 e é, na verdade, o primeiro livro de uma trilogia, que é seguida pelas obras "The Garden of God" e "The Gates of Morning". "The Blue Lagoon" já ganhou várias adaptações, inclusive, mas aqui estou considerando a dos anos 80 (com os atores Brooke Shields e Christopher Atkins), reprisada um milhão de vezes na Sessão da Tarde (apesar de que uma outra versão, "De Volta A Lagoa Azul", dos anos 90, também teve suas centenas de exibições no programa).
O filme foi bem fiel ao livro, tratando a história de dois primos, uma menina e um menino, que, na infância, sobrevivem a um naufrágio e acabam em uma ilha paradisíaca com o cozinheiro do barco, que tenta criá-los a sua maneira. Contudo, pouco tempo depois, o homem morre e as crianças crescem sem supervisão, sobrevivendo como podem com as habilidades que o cozinheiro as ensinou. Contudo, conforme ficam adolescentes, eles passam a se sentir atraídos um pelo outro e curiosos pelos segredos que a ilha onde vivem esconde. A única diferença entre a obra original e a adaptação, pelo que li em artigos da internet, é o nome dado para o filho dos dois. O final chocante e trágico de "A Lagoa Azul" vem do livro também, mas, o desfecho é ambíguo. O capitão que vê os jovens e a criança no barco, após comerem frutas venenosas, diz que eles estão "apenas adormecidos". O que não sabíamos é que, o livro seguinte, "The Garden of God", já começa contando que a família não está morta.
No final de 2017 foi lançada uma nova adaptação/continuação de um clássico infantil dos anos 90, o fascinante "Jumanji", o que nos recorda que ambos os filmes são baseados em um livro de mesmo nome Chris Van Allsburg, lançado em 1981. Apesar de acrescentar personagens adultos que não existem na história original, e mudar o motivo e o modo como os irmãos encontram o jogo, a ideia principal se mantém no primeiro filme de "Jumanji": duas crianças acham um jogo de tabuleiro misterioso. Ao rolar os dados, tem início uma fantástica aventura, com macacos, leão e até pessoas saindo de dentro do tabuleiro. Para terminar a partida e conseguir reverter os estragos causados, os irmãos Peter e Judy precisam chegar à cidade dourada de Jumanji. Apesar das mudanças na história, tanto o filme de 95 quanto o livro "Jumanji" marcaram gerações e influenciaram muitas outras histórias em que jogos ganham vida própria. Inclusive, outro longa bastante reprisado na Sessão da Tarde, "Zathura: Uma Aventura Espacial", é inspirado também em "Jumanji", só que em vez de elementos da floresta, eles acabam lidando com aventuras espaciais.
Os anos 90 foram mesmo uma benção para o cinema. Em 1993 era lançado "Jurassic Park", dirigido pelo já aclamado Steven Spielberg. O sucesso foi tão grande que gerou quatro continuações (uma delas sairá agora em 2018), o que pode ter feito algumas pessoas esquecerem que a história é originada em um livro de mesmo nome."Jurassic Park", de Michael Crichton, usa a teoria do caos e suas implicações filosóficas para explicar o colapso de um parque de diversões povoado por dinossauros, recriados através de engenharia genética. Contudo, as questões de bioéticas não são o maior atrativo do filme, que encanta ao nos fazer imaginar poder ver criaturas tão fascinantes como os dinossauros em carne e osso, e impressiona com efeitos especiais revolucionários para a época. O sucesso do livro e do filme foram tamanhos que a continuação literária, "O Mundo Perdido", chegou aos cinemas em 95 também pelas mãos de Spielberg como "O Mundo Perdido: Jurassic Park". Voltando ao "Jurassic Park" original, há grandes diferenças entre o longa e o livro, como a alteração da cronologia e até mesmo o destino da ilha no final (no livro, ela é bombardeada). Também houve a eliminação de alguns personagens e a mudança das características dos protagonistas. Por exemplo, o romance de Alan Grant e Ellie Sattler foi criado nas telonas, nos livros, eles são completamente profissionais.
7 - Sexta-Feira Muito Louca e Que Sexta-Feira Mais Pirada
Eu jamais imaginaria que um dos filmes que lançou a carreira de Lindsay Lohan fosse baseado em outro filme que, por sua vez, vem de um livro! "Sexta-Feira Muito Louca" é uma refilmagem de um longa de 76, que se originou no livro infantil de 72, "Que Sexta-Feira Mais Pirada", de Mary Rodgers. O conflito principal do original foi mantido nas adaptações: mãe e filha trocam de corpo e acabam aprendendo como a vida uma da outra não é nada fácil. Contudo, há grandes diferenças entre o livro e o filme de 2003. Primeiramente, o filme foca também na mãe, o que não acontece no livro. Os nomes também mudam, assim como um grande desafio enfreado pela protagonista. Na obra de Mary Rodgers, a garota tem que lidar com uma competição importante de esqui aquático - para a qual sua mãe não tem habilidade, enquanto em "Sexta-Feira Muito Louca", a protagonista faz parte de uma banda de rock. E o interesse amoroso do filme de 2003, o bad-boy Jake, era na verdade um inimigo dela da mocinha...
E é isso! O que acharam dessa listinha sobre 7 filmes "clássicos" da Sessão da Tarde que você não sabia que vieram dos livros? Vocês também já tinham visto esses longas na TV sem saber que eram adaptações de obras da literatura? E que filme você se surpreendeu quando descobriu que veio de um livro? Comentem aí embaixo!
Olá!
ResponderExcluirEU PRECISO DO LIVRO DE A LAGOA AZUL! Nunca imaginei que fosse uma adaptação literária! Por mais fiel que seja eu quero rs
Já li o Jurassic Park. Achei legal, mas é um dos raros casos em que prefiro o filme.
Bjs
EntreLinhas Fantásticas
Olá Ana!
ResponderExcluirSensacional esse post :)
Sessão da tarde marcou bastante minha adolescência hahaha
Alguns filmes eu já sabia da inspiração dos livros, mas o que mais me surpreendeu foi Ela é o cara e Sexta feira muito louca, que eu nem imaginava.
Adorei saber :)
Beijos!
Books & Impressions
Meu Deus estou chocada.. eu amo muitos dos filmes dessa lista e não fazia ideia que eram adaptações de livros! O que mais me surpreendeu foi Ela é o Cara, meu filme favorito da Amanda Bynes!
ResponderExcluirbeijos
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