A HISTÓRIA
Quando estava no Kansas, Amy Gumm era ninguém, uma garota abandonada pelo pai anos antes e diariamente pela mãe depressiva e alcoólatra. Morando em um trailer, ela era alvo de piadinhas cruéis na escola, uma pária sem amigos ou futuro. Mas sua vida mudou completamente quando um tornado veio e a levou para uma Oz bem diferente dos filmes. Governada com mão de ferro pela mimada e sanguinária Dorothy Gale, Oz está perdendo sua magia e tudo parece devastado e invertido: os bons são os maus e os maus são os bons, bem, mais ou menos. Amy foi recrutada pela Ordem Revolucionária das Malvadas, treinada por meses com uma única missão: matar Dorothy.
Mas Amy falhou. Ela teve uma única chance de acabar com a déspota de Oz e não conseguiu. E por pouco ela também queimou junto com a Cidade das Esmeraldas. Contudo, ela foi salva a tempo por seus amigos macacos, que levaram consigo também Ozma, a real e abobalhada governante de Oz. Agora, Amy não sabe para onde ir, como encontrar Nox, Mombi e os outros membros da Ordem. Contudo, ela percebe que ainda tem uma missão. Dorothy e sua aliada, a agora perversa Glinda, vão tentar encontrá-la e matá-la, mas não antes que Amy as encontre e faça o mesmo. E, para isso, já que já tem o coração do Homem de Lata, ela precisa pegar a coração do Leão e o cérebro do Espantalho para, em seguida, matar Dorothy.
“-Não é o que você fez. É como fez. Alguma coisa te dominou. Alguma coisa não muito pura. Você tem que ter cuidado; a magia nem sempre cai bem ao pessoal do Outro Lugar. Você acha que é você que está usando a magia, mas um dia acorda e percebe que ela está usando você.” Pág. 98
Com a raiva por ter falhado queimando em seu peito, Amy percebe que sua magia está ficando cada vez mais forte, assim como cada vez mais perigosa. Mas, apesar de estar confiante de que se tornou uma assassina competente, Amy não acha que conseguirá derrotar Dorothy sozinha e parte não só em busca da Ordem Revolucionária das Malvadas, mas também de respostas: como ela derrotará as governantes cruéis de Oz? E será que é possível recuperar a mente de Ozma, agora uma garota abobalhada, mas que já fora a melhor governante que o lugar já teve? Em meio de tantas dúvidas, Amy ainda precisa lidar com assuntos do coração e o medo de que ela talvez não consiga salvar o lugar que agora se tornou seu lar.
A SÉRIE
Com quatro volumes lançados no exterior até o momento, a série Dorothy Tem Que Morrer, de Danielle Paige, nos transporta para uma Oz distorcida, em que Dorothy e Glinda não são boazinhas e sim governantes sanguinárias e amedrontadoras, que estão sugando a magia do lugar para si. A protagonista da saga é Amy Gumm, outra garota do Kansas que é levada para Oz por um tornado e recrutada pela Ordem Revolucionária dos Malvadas para matar Dorothy e salvar a terra mágica. Mas, em Oz, nada é o que parece e Amy descobrirá muitos segredos sombrios sobre o lugar e sobre si mesma antes de chegar ao final feliz. A série foi introduzida pelo livro Dorothy Tem Que Morrer, cuja sequência é esse livro, A Ascensão do Mal. Os volumes seguintes, Yellow Brick War e The End of Oz ainda não foram publicados no Brasil.
“Em se tratando de um lar, Oz não era exatamente o mais hospitaleiro, mas pelo menos eu podia chamar de meu. E agora estava em chamas.” pág. 2
A LEITURA: NARRATIVA E TRAMA
Eu estava curiosa para ler A Ascensão do Mal, contudo, o começo da leitura foi bem confuso para mim, pois eu li o primeiro livro há mais de dois anos e em inglês. Aos poucos, fui me lembrando dos detalhes, ajudada pela narração que recupera alguns dos acontecimentos do livro anterior. Depois do final intenso de Dorothy Tem Que Morrer, A Ascensão do Mal começa mais devagar, com Amy lamentando sua derrota e se perguntando o que fazer em seguida, o que acabou prevendo o tom da narrativa do resto do livro.
A Ascensão do Mal não chega nem perto de ter o ritmo intenso e viciante do volume anterior. Grande parte do charme dessa série são os cenários fantásticos e impressionantes, como a cidade suspensa dos macacos, uma ilha feita literalmente de coisas perdidas, a estrada mágica de tijolos amarelos, etc, o que tem um lado bom e ruim. Os cenários tão criativos deixam a história mais interessante e vívida. Mas, para nos fazer sentir que estamos lá, ao lado da protagonista, a autora traz descrições extensas dos lugares e pessoas, que tornam a leitura um pouco cansativa. Considerando que A Ascensão do Mal é um livro curto (de apenas 240 páginas), Danielle Paige poderia ter sido menos descritiva, o que tornaria sua narrativa um pouco mais fluída.
Contudo, acompanhar a trama em primeira pessoa sobre a perspectivava de Amy é interessante. Como nós, ela estranha algumas coisas do mundo mágico e maluco de Oz, e busca explicações para tal, o que é bom para não deixar o leitor confuso demais nesse universo fictício. E em A Ascensão do Mal acontecem muitas reviravoltas que quase deixam o leitor tonto. Com direito a batalhas sangrentas e mágicas, perseguições na floresta, jornada por coisas perdidas, conversas secretas, conspirações perigosas e muito mais, a trama ficou carregada de cenas tensas de ação e drama. O que foi bom para balancear alguns momentos de romance (que soaram um pouco forçados) e as muitas e muitas cenas de divagação da protagonista, que está mais insegura que nunca.
OS PERSONAGENS
Senti que a Amy ficou bastante perdida nesse volume, indo de um lado para o outro sem saber o que fazer, o que foi bem irritante. Felizmente, a protagonista enfrenta alguns problemas pessoais interessantes, como o medo de estar se corrompendo pela magia e violência de Oz, e outros nem tanto, como suas dúvidas românticas que, sinceramente, não eram necessárias nesse livro. Gostei de ver a personagem mais confiante, sem medo de enfrentar seus inimigos, mas decepcionada que, ao mesmo tempo, ela sempre ficava esperando alguém lhe dizer o que fazer. Contudo, ainda estou esperançosa de que ela melhore no próximo volume, já que Amy finalmente aceitou que Oz é seu lar e que ela só pode confiar em si mesma para salvar o lugar.
“Era de se admirar a coragem de Ozma, mesmo que fosse apenas fruto de sua ignorância.” Pág. 20
Compensando a chatice de Amy, Ozma me surpreendeu bastante nesse volume. Ela continua sendo uma princesa boba e sem noção, mas aprendemos bastante sobre seu passado e percebemos que há uma chance, talvez, de salvar a mente da verdadeira rainha de Oz. Outros personagens secundários que amei foram Policroma e Esperto, um casal completamente maluco e divertido.
A EDIÇÃO
A Ascensão do Mal tem uma boa edição. A diagramação é simples, mas o texto não tem erros (a tradução está excelente) e tem um bom tamanho de fonte e páginas amareladas que ajudam a deixar a leitura mais confortável e rápida. Eu adoro a capa de A Ascensão do Mal, ela é sombria como a história, e combina com a do volume anterior. Sem falar que gostei do uso de cores, o cinza escuro, o roxo e o verde combinam bem entre si.
CONCLUSÕES FINAIS
Apesar de ter muita ação e surpresas, a leitura de A Ascensão do Mal foi rápida, mas morna. O livro não tem um ritmo tão intenso quanto do primeiro volume, nem as boas pitadas de humor que tanto adorei em Dorothy Tem Que Morrer. Também senti falta de mais demonstrações vilanescas e emocionantes dos antagonistas da história, a maioria deles apareceu rapidamente e não se demonstrou tão chocantemente insanos e sanguinários como no primeiro volume. A protagonista, apesar de mais poderosa em A Ascensão do Mal, continua irritantemente insegura. Entretanto, a obra traz algo que amo na série: cenários mágicos, coloridos e vívidos, dignos de um lugar incrível como Oz. Nesse volume, a magia começa a florescer novamente no lugar, deixando-o ainda mais encantador do que no primeiro livro.
A Ascensão do Mal ainda conta com momentos de ação e drama que fazem o nosso coração bater mais forte. Entre lutas, perseguições e revelações chocantes, a obra traz algumas reviravoltas interessantes. A melhor delas está no final, que foi tão surpreendente e chocante que compensou por todos os pontos negativos desse livro e me deixou maluca pelo próximo. Em A Ascensão do Mal descobrimos porque Amy foi parar em Oz e porque a terra mágica está tão ligada ao Kansas. Com um desfecho tão intenso, A Ascensão do Mal acabou sendo uma boa leitura. Mesmo não sendo tão cativante e intenso quanto a de Dorothy Tem Que Morrer, continuo fã da série, e a recomendando para todos que gostam de uma boa fantasia.
QUOTES FAVORITOS
“Sim, eu sei que parece totalmente insano. Para mim, agora, era apenas a vida normal. Engraçado como a gente se adapta rapidamente à insanidade.” Pág. 3
“Agora, a magia estava fluindo através de mim como uma canção, e meu corpo estava se movendo na sua batida pulsante e ritmada. Eu estava em toda parte ao mesmo tempo. Mal estava em algum lugar. A cada movimento que ele [o Leão] fazia, eu me adiantava. Era como se estivéssemos dançando.” Pág. 25
0 comentários:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade para expressar a sua opinião, para divulgar o seu site/blog ou para elogiar ou criticar o blog! Lembrando que comentários com conteúdos agressivos, ofensivos ou inadequados serão excluídos.
(Você também pode entrar em contato comigo por e-mail, formulário ou pelas redes sociais. Saiba mais na página "Contato".)