A HISTÓRIA
Tarde da noite, enquanto o marido, Kit, dorme, Connie Bowskill resolve fazer, em um site imobiliário, um tour online pela casa 11, da rua Bentley Grove, em Cambridge. Contudo, quando as imagens mostram a sala de estar da casa, Connie vê algo inesperado e bizarro: o corpo de uma mulher sobre uma poça de sangue. A visão assustadora dura poucos segundos e, quando Connie grita pelo marido e ele vem olhar o tour online, a mulher nem o sangue estão mais lá.
Nem Kit nem a família de Connie acredita que alguém colocaria a foto de uma mulher morta na internet, mas, cansada da incerteza, a mulher resolve pedir ajuda. Sua terapeuta tinha lhe passado o número do detetive Simon Waterhouse, mas, como ele está em lua de mel com sua mulher Charlie, também detetive, quem assume o caso de Connie é o colega e amigo de Simon, Sam Kombothekra. Sam, que passara anos se intrigando com os casos malucos de Simon, resolve aceitar o desafio, mesmo que tudo indique que não houve nenhum crime.
Contudo, quando não consegue entrar em contato com a dona da casa 11 da rua Bentley Grove, Sam fica bastante intrigado e começa suspeitar que há mais nessa história do que ele imagina. O que ele não sabe é que Connie não estava pesquisando a casa por acaso, faz meses que ela está obcecada com o número 11 da Bentley Grove e sua dona. Desde que encontrou o endereço da casa no GPS do carro do marido, que afirma não saber como ele foi parar lá, Connie é corroída pela certeza de que Kit está escondendo algo dela: provavelmente toda uma outra vida e uma outra mulher.
Enquanto Sam tenta encontrar motivos para continuar a investigação, Connie continua sua própria perseguição pela verdade, enquanto tenta manter sua sanidade e seu casamento inteiros, apesar que ambos já estão caindo aos pedaços. Muito longe dali, Simon e Charlie percebem que, talvez, uma lua de mel em um paraíso tropical isolado não seja o ideal para dois detetives sempre sedentos por mistérios. O tédio deixa Charlie intrigada e louca por saber porque Simon parece tão distante.
A SÉRIE
A Outra Casa é o sexto livro da série policial Spilling. Contudo, apesar de trazer sempre os detetives Simon, Charlie, Sam e colegas deles, cada volume da saga é independente e pode ser lido tranquilamente de forma única (eu mesmo nem sabia que A Outra Casa fazia parte de uma série e mesmo assim entendi a obra perfeitamente). Além desse sexto livro, apenas o segundo também foi lançado aqui no Brasil, com o nome de A Vítima Perfeita.
“ - (…) Nada nunca é o que parece, nada é previsível – disse [Simon], e suspirou, antes de completar. - Talvez a solução mais simples aconteça sempre que não estou por perto, mas nunca funcionou comigo.” Pág. 177
A LEITURA
Eu adoro suspenses policiais, por isso fiquei bem curiosa para ler A Outra Casa quando soube do lançamento do livro. E a leitura começou muito bem, achei interessante a troca de perspectivas entre os capítulos que acompanham Connie (que estão em primeira pessoa) e os que acompanham os detetives Sam, Simon e Charlie (em terceira pessoa). A escrita da autora é boa, além de fluir com facilidade, ela consegue passar bem a personalidade e os sentimentos dos personagens.
Contudo, apesar do início instigante, A Outra Casa se tornou uma leitura lenta após as 150 primeiras páginas. A falta de pistas no início da história torna o suspense do livro fraco e desanima o leitor. Em grande parte da obra acabamos pensando que Connie é completamente maluca ou que está inventando coisas, afinal, demora até que outras pistas sobre o suposto assassinato surjam e voltem a nos prender na história.
O desfecho da obra é bastante emocionante, mas acabei não gostando da resolução do grande mistério do livro, ele soou forçado, assim como o grande vilão da história (sobre o qual não há pistas ao longo da leitura, o que não faz com que acreditemos que o personagem é mesmo aquele gênio do mal manipulador). A autora bolou uma trama inteligente e surpreendente, mas que soa fantasiosa demais – algo pouco positivo em uma trama policial. Contudo, a única coisa que chegou a me irritar nas 460 páginas de A Outra Casa é que acabamos lendo muito sobre a vida comum de todos os personagens, algo que não cabia nesse livro e deixou o que era para ser uma história tensa e intrigante em uma história entediante e pouco marcante.
O desfecho da obra é bastante emocionante, mas acabei não gostando da resolução do grande mistério do livro, ele soou forçado, assim como o grande vilão da história (sobre o qual não há pistas ao longo da leitura, o que não faz com que acreditemos que o personagem é mesmo aquele gênio do mal manipulador). A autora bolou uma trama inteligente e surpreendente, mas que soa fantasiosa demais – algo pouco positivo em uma trama policial. Contudo, a única coisa que chegou a me irritar nas 460 páginas de A Outra Casa é que acabamos lendo muito sobre a vida comum de todos os personagens, algo que não cabia nesse livro e deixou o que era para ser uma história tensa e intrigante em uma história entediante e pouco marcante.
OS PERSONAGENS
Há um grande número de personagens no livro, mas não consegui realmente me cativar a nenhum deles. Por grande parte de A Outra Casa, a Connie soa como uma completa maluca – e age assim também -, além de ser uma mulher muito dependente da família e do marido. Não consegui simpatizar com ela ou mesmo com Kit, que em nenhum segundo demonstra tentar acreditar ou mesmo ajudar a mulher – e que me soou um pouco vazio de personalidade.
Charlie e Simon formam um casal interessante, mas só realmente participam da história principal mais para o final, por isso não tiveram tempo o suficiente para me conquistar. Já os outros personagens, como Sam, soam bastante genéricos, sem falar alguns secundários, como a irmã de Charlie e o outro colega de Simon, que não tem função nenhuma na trama e que realmente não entendi porque chegam a aparecer na obra.
Charlie e Simon formam um casal interessante, mas só realmente participam da história principal mais para o final, por isso não tiveram tempo o suficiente para me conquistar. Já os outros personagens, como Sam, soam bastante genéricos, sem falar alguns secundários, como a irmã de Charlie e o outro colega de Simon, que não tem função nenhuma na trama e que realmente não entendi porque chegam a aparecer na obra.
A EDIÇÃO
A edição de A Outra Casa está perfeita. A tradução está boa e o texto sem erros. Apesar da diagramação simples, o livro tem detalhes interessantes, como a planta da casa 11, da rua Bentley Grove, e evidências policiais do caso, como recados e cartas. Apesar de simples, eu acho a capa de A Outra Casa bonita, além de combinar bem com a obra.
CONCLUSÕES FINAIS
Infelizmente, A Outra Casa não foi tão bom quanto eu esperava. Apesar de uma trama inteligente e surpreendente, a obra se desenvolve de forma lenta e não traz tensão suficiente para ser um bom policial. Nem o desfecho do crime nem o vilão da história me convenceram, e também não fui cativada pelos personagens. Entretanto, gostei da narrativa da autora e fiquei curiosa por mais obras da série, especialmente para saber mais sobre a história dos detetives Simon e Charlie.
QUOTES FAVORITOS
“Eu vou ser morta por causa de uma família chamada Gilpatrick. (…) É isso. É onde, como, quando e porque vou morrer. Pelo menos entendo o porquê, finalmente. Kit está com tanto medo quanto eu. Por isso não para de falar, porque sabe, assim como todos que esperam aterrorizados, que quando silêncio e medo se combinam, formam um composto mil vezes mais horrendo que a soma de suas partes.” Pág. 9
“ (…) digo, dando de ombros, de repente, constrangida com o quanto a minha história deve soar estranha e patética. - Foi nisso que minha vida se transformou desde janeiro. Girando e girando: acreditando, não acreditando, questionando minha sanidade, não chegando a lugar nenhum. Não é muito divertido.” Pág. 136
Título: A Outra Casa
Título original: Lasting Damage
Série: Spilling
Volume: 6
Autora: Sophie Hannah
Editora: Rocco
ISBN: 9788532530264
Ano: 2016
Páginas: 464
*Este livro foi uma cortesia da Editora
Compre: Amazon
Achei esse livro diferente, nunca vi algo parecido.
ResponderExcluirAmo ler grifando ♥
Beijinhos ;*
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