A HISTÓRIA
É 1815 e a guerra parece alterar os ânimos dos nobres e ricos em Bruxelas. As rígidas regras sociais parecem não tão rígidas assim e, diante da ameça de sofrimento e morte, todo querem aproveitar cada minuto da vida. E os jovens Edmund Bellasis e Sophia Trenchard não são diferentes. Os dois são charmosos, bonitos e encantadores, perfeito um para o outro se ele não fosse nobre e, ela, filha de um comerciante. Contudo, mesmo com o receio de suas famílias, Edmund e Sophia não escodem seu afeto e intimidade, o que choca todos os nobres presentes no grandioso baile da tia de Edmund.
“Sophia vivia em um sonho, como o pai, e os sonhos poderiam colocar uma pessoa em apuros, se não tomasse cuidado.” Pág. 16
Contudo, a fofoca do belo nobre apaixonado pela moça inadequada acaba sendo esquecida diante da tragédia que se segue. No dia seguinte ao baile acontece a que se tornaria famosa Batalha de Waterloo. Mesmo tendo vencido, os ingleses lamentam pelas grandes perdas, muitos soldados, ainda vestidos com as roupas do baile, acabam morrendo no confronto, inclusive Edmund, algo que ficará marcado para sempre tanto na família do rapaz quanto na de Sophia.
Vinte e seis anos depois, o romance de Edmund e Sophia ainda assombra suas famílias. Os pais do garoto, Caroline e seu marido Peregrine Bellasis, perderam o sentido da vida quando perderam seu único filho e agora precisam se contentar em ver o título, a herança e todo o legado da família Bellasis ser passado para John, seu sobrinho arrogante e ganancioso. James e Anne Trenchard também tentam esconder sua decepção, pois o filho mais novo deles, Oliver, não se interessa pelos negócios da família, e se casou com Susan, uma garota irritante e mimada que só quer ascender socialmente. Mas, mais do que lamentar a perda de Sophia, que morreu pouco depois de Edmund, James e Anne guardam um segredo e arrependimentos profundos.
Entretanto, mais do que tristeza, os Bellasis e os Trenchard guardam desprezo uns pelos outros. Caroline não suporta que seu filho tenha sido seduzida por Sophia e que sua família burguesa tenha prosperado ainda mais nos vinte anos que se passaram. Já Anne odeia lembrar que sua filha foi enganada por Edmund, que forjou um casamento com a garota apenas para tê-la em sua cama. Contudo, Anne se odeia ainda mais por, vinte anos antes, ter entregado o filho dos dois para ser criado por desconhecidos. A mulher não suporta mais carregar a culpa por ter abandonado o neto e, um dia, vendo a tristeza de Caroline por ter perdido seu filho, Anne acaba revelando esse segredo para ela. Assim, as duas famílias acabam se entrelaçando em uma trama de intrigas, segredos e mentiras em meio aos bairros mais nobres de Londres. Inveja, ganância e desejo de vingança também entrarão na história, assim como a saga de um amor impossível e de redenção.
A LEITURA
Eu fiquei bastante animada quando recebi um e-mail da Intrínseca me convidando para ler Belgravia. Eu amo romances de época, como bem sabem, e fiquei curiosa para ler um que foi escrito por ninguém mesmo que o criador de Downton Abbey, série que sou louca para ver. E, do início ao fim, Belgravia não decepcionou. A obra já começou bastante movimentada e nos dando um retrato interessante de Bruxelas antes de uma das batalhas mais importantes da história. Contudo, a maior parte de Belgravia se passa em Londres em 1841, o que rendeu mais um cenário interessante: o conflito cultural entre a aristocracia, e suas regras centenárias, contra a crescente burguesia, com suas ambições revolucionárias.
Entretanto, Belgravia encanta por outros motivos também. Quem gosta de histórias com muitas intrigas, segredos, traições e reviravoltas, o livro é uma boa pedida. Apesar de ser previsível em alguns momentos, Belgravia nos envolve profundamente e desperta uma grande gama de sentimentos. A leitura é cheia de altos e baixos emocionantes que nos deixam cada vez mais grudados na história, que, por causa disso, acaba sendo uma leitura bastante rápida. Sentimentos fortes como o ódio, a inveja, o ciúme, a ambição e a ganância são bastante abordados ao longo livro, assim como o amor, a bondade, a amizade, o desejo de prosperar e de fazer o bem. Essa é uma história que fala sobre o que move o ser humano, mostrando os lados mais feios da nossa natureza, assim como os mais belos e a nossa capacidade de mudar e de nos redimir. A narrativa do autor é um pouco detalhada demais para o meu gosto, em alguns momentos, mas nada consegue tirar a beleza de Belgravia, que foi uma leitura apaixonante do início ao fim.
OS PERSONAGENS
A história é um pouco previsível, mas o autor compensa bem com personagens que nos soam muito reais e nos surpreendem a todo momento. O que amei em Belgravia é que o livro mostra bem como todos somos capazes de odiar e fazer o mal, mas que também somos capazes de fazer o bem e espalhar apenas amor e bondade. A obra destaca a importância das escolhas pessoais, mostra que não podemos controlar o que sentimos, mas que podemos e devemos controlar o que fazemos. E o livro é bem inspirador nesse ponto, já que também fala belamente sobre como o passado nos torna quem somos, mas que não nos define por completo e que podemos mudar sim e nos redimir.
E cada um dos personagens contribui para cada uma das lições que o autor quer passar. Como eu disse, não existe heróis e vilões por completo em Belgravia, mas claro que acabamos gostando mais de uns personagens do que de outros. Eu amei a Anne desde o início. Sua honestidade e falta de ambição social me cativaram logo de cara. Já a Caroline não teve tanta sorte, a detestei no início, mas acabei simpatizando com ela com o tempo. O mesmo aconteceu com o James, não conseguiu simpatizar com sua ambição de sempre ter mais, entretanto, acabei adorando sua dedicação à família.
“Não pela primeira vez, ela se perguntou como a ameaça da guerra, a presença próxima da morte, parecia aumentar as possibilidades de vida. Muitos casais naquela mesma sala estavam arriscando suas reputações e até mesmo a felicidade futura para ter alguma satisfação antes que o chamado às armas os separasse.” Pág. 28
John é aquele tipo de personagem que você quer odiar, mas o qual acaba meio que curtindo. Eu detestei a ambição e arrogância dele, contudo, John tem o seu charme e apesar de entender que o desenvolvimento que ele teve foi o necessário dentro da trama, uma partezinha de mim queria que ele tivesse tido um final diferente. Já Oliver e Susan detestei desde o começo e acabei terminando Belgravia mais com pena do que simpatiza pelos dois. Quatro personagens que eu gostaria que tivessem sido bem desenvolvidos é Edmund e Sophia, adoraria ter visto mais do relacionamento dos dois, e Charles Pope e Maria Grey – senti que eles acabaram ficando um pouco apagadinhos em comparação aos outros protagonistas.
A EDIÇÃO
A tradução do livro está perfeita e o texto sem erros. A diagramação está boa e gostei da página diferenciada no início de cada capítulo. Eu amei a capa de Belgravia, ela é linda e combina perfeitamente com a obra.
CONCLUSÕES FINAIS
Belgravia é um romance de época agitado e simplesmente perfeito. A história de amor é apenas pano de fundo para uma trama intrigante, recheada de segredos, mentiras, ambição e paixões obscuras. Um livro com personagens que soam reais e que nos fazem refletir sobre a natureza humana e os sentimentos que nos movem diariamente, Belgravia é cativante e emocionante do início ao fim, uma leitura que tensa, mas bela. Quem curte romances de época, assim como dramas excitantes, vai amar tanto o livro quanto eu. Belgravia foi uma leitura gostosa e viciante, que me fez torcer para o livro virar série de TV e que me deixou ainda mais louca para ver Downton Abbey! Também estou curiosa para ler mais livros do autor!
QUOTES FAVORITOS
“- (…) Não teria conseguido isso em Londres, mas em Bruxelas tudo é colorido pela guerra, e por isso as regras normais não se aplicam.” Pág. 15
“O mais estranho em relação à guerra, e Ellis não era a única a observar isso, era como tornava todos tão imprudentes e impetuosos, como se o cheiro de morte eminente incentivasse os vivos a aproveitarem ao máximo seu tempo no mundo.” Pág. 310
Título: Belgravia
Título original: Belgravia
Autor: Julian Fellowes
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788551000076
Ano: 2016
Páginas: 368
*Esse livro foi uma cortesia da Editora
Compre: Amazon - Submarino - Americanas
Título original: Belgravia
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ISBN: 9788551000076
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Oi, Ana!
ResponderExcluirMenina, das resenhas que ando lendo desse livro, tenho a impressão que ele é bem parecido com Downton Abbey. Deve ser por conta do autor, que é o criador da série.
Beijos
Balaio de Babados
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Eu fiquei muito impressionada com a gama de acontecimentos que deve acontecer em Belgravia, saindo de muitos clichês que vemos nos romances de época. É uma coisa que eu preciso conferir de perto. Sem contar que a capa está irresistível!
ResponderExcluirAbraço, Visite o Leitora Encantada
Que lindo, que phyno e chique, as vezes fico pensando como será que é seu quarto, muitos livros não?
ResponderExcluirBeijinhos ;*
Blog Menina Caprichosa | Canal Youtube | Facebook | Insta
Só o fato de ser do mesmo criador de Downton Abbey já merece toda a minha atenção! Não conhecia essa obra, mas NECESSITO ler. Amei a capa <3
ResponderExcluirBeijos,
Pri
www.vintagepri.com.br
Oie!! Tudo bem??
ResponderExcluirNossa, imagino sua felicidade quando recebeu o e-mail hsuahs Eu iria pirar!! Nossa, eu não sou fã de romances épicos, mas esse daí me deixou bem curiosa!! Bjs,
www.estranhoscomoeu.com
eu li também, apesar de ser um segredo previsível o que mais me atraiu na trama foi os muitos olhares que o livro ganhou: das familias poderosas, das familias não tão poderosas, dos criados... é como se ele fosse multifacetado!
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Oi Ana!
ResponderExcluirEu vi as duas primeiras temporadas de Downton Abbey e gostei bastante. Fiquei morrendo de vontade de ler esse livro, parece ser ótimo!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Nunca assisti Downtown Abbey, mas amo romances históricos recheados de segredos e intrigas. Vou procurar ler este livro em breve.
ResponderExcluirAbraços!
https://letrasmaislivros.blogspot.com.br/
Olá Ana!
ResponderExcluirVC GANHOU ATÉ XICARA! QUE LINDOOO!
Eu estou louca para ler e sua resenha me deixou mais louca ainda! ADOOOOOOOOOORO Downton Abbey e sinto bastante falta da série. Acredito que vou adorar a leitura.
Bjs
EntreLinhas Fantásticas - Participe do nosso SORTEIO do DIA DO HOBBIT
Amiga sobre a história tive a pequena impressão que você se empolgou e contou muito detalhes. Sei que livros assim apresentam mais fatos e detalhes mas não acho muito legal apresentar tantos detalhes sobre a trama. Mas como sempre você se expressou bem e despertou minha curiosidade.
ResponderExcluirNão sabia que esse livro tinha sido escrito pelo mesmo criador de Downton Abbey. Já vi todas as temporadas e simplesmente amei, cada detalhe e me emocionei muito.
Amei o raio X que você fez do enredo, dos personagens e de suas atitudes. Percebi que é um livro intenso e apesar de detalhista acredito que eu iria amar.
Gostei da frase que você falou: "Não podemos controlar o que sentimos, mas podemos controlar o que fazemos."
Enfim gostei de conhecer mais um livro segundo suas impressões. Beijos
Leituras, vida e paixões!!!
Aprendi a amar romances históricos... linguagem diferente...completamente diferente... enfim.
ResponderExcluirSua resenha está incrível!
Por incrível que pareça, eu me amarro quando o personagem masculino do livro é arrogante kkk isso é estranho... mas aprecio muito... acho que torna as coisas um pouco mais interessante.
Vou procurar este livro.
Oi Ana! Sou fã de carteirinha de romances de época e sua resenha só fez com que minha vontade de ler esse livro aumentasse. E essa fofura de xícara?! ♥
ResponderExcluirAs resenhas sobre esse livro estão sendo ótimas e apesar de nunca ter assistido ou lido Downton Abbey estou pondo todas minhas fichas nesse livro.
Beijos
no-universo-dos-livros.blogspot.com
Gosto muito romances de época e estou interessadíssima nesse livro. Já li algumas resenhas sobre o livro e vi os comentários de quem já leu. Vale a pena mesmo. Vou comprar, ler e me deliciar com o romance. Gostei demais da sua resenha.
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