3.7.16

Resenha: A Dama da Meia-Noite - Tessa Dare


A HISTÓRIA

A Srta. Kate Taylor sempre busca enxergar o melhor das pessoas e de qualquer situação. Apesar de ter sido criada em uma rígida e fria escola com outras garotas órfãs, ela é grata por ter tido uma boa educação e por ter descoberto a música, sua grande paixão e profissão. E depois que foi morar na pequena vila de Spindle Cove, Kate se tornou ainda mais feliz, pois encontrou em suas alunas, moças bem-nascidas mas que, por algum motivo, não se encaixam bem na sociedade aristocratística, amigas inteligentes e que a aceitam como ela é.

Kate tem uma mancha no rosto e sabe que não é uma beldade, e entende porque os homens não costumam se aproximar dela. Entretanto, ela não compreende porque o Cabo Thorne, um homem frio e misterioso, parece odiá-la tanto. Desde que Thorne se mudou para a cidade, ele e Kate parecem nutrir uma aversão mútua e não raramente são vistos trocando provocações e discutindo. Mas, curiosamente, no momento em que mais precisa, é Thorne que acaba ajudando Kate. A mulher viajou até uma cidade vizinha para tentar descobrir mais sobre seu passado e seus pais, mas acaba sendo maltratada por uma antiga professora e perdendo a condução de volta a Spindle Cove. É Thorne quem, por acaso, encontra Kate em apuros e não vê alternativa a não ser colocá-la em seu cavalo e levá-la ele mesmo de volta para Spindle Cove.


Em uma viagem demorada e desconfortável, a proximidade física acaba derrubando algumas das defesas tanto de Kate quanto de Thorne, que se conhecem um pouco melhor e acabam trocando um beijo avassalador. Contudo, Thorne logo garante que aquilo fora um erro e que Kate não deve esperar mais nada dele, que pretende deixar a cidade, o país, em algumas semanas. Kate, que passara a ver Thorne de uma forma bem mais atraente do que antes, não sabe bem como lidar com a situação e passa o resto da viagem pensando nisso. Contudo, uma surpresa maior a espera em Spindle Cove. 

Ao chegar na pensão onde mora, Kate encontra uma excêntrica família de aristocratas, os Gramercy, que afirmam que a garota é uma prima perdida deles. Ao ver Kate deslumbrada com um bando de estranhos que dizem ser sua família, o instinto de proteger a mulher toma Thorne e ele inventa um noivado com Kate, para protegê-la. Apesar de, desde o início, saber que a ideia de um noivado falso com Thorne é simplesmente desastrosa, Kate acaba aceitando a ajuda dele, pois também sabe que pode se decepcionar muito se aquelas pessoas não forem sua família de verdade. Enquanto o mistério sobre as origens de Kate começa a se desenrolar, a garota também começa a desvendar os segredos de Thorne. Cada vez mais próximos, uma paixão profunda surge entre Kate e Thorne, que percebem que precisam encarar o passado caso queiram ter um futuro juntos. 


A SÉRIE

A Dama da Meia-Noite é o terceiro volume dos cinco livros (publicados até o momento) da série Spindle Cove de Tessa Dare. Cada livro é independente e conta uma história de amor de um casal diferente, contudo, alguns personagens e cenários se repetem ao longo do livro, especialmente a vila de Spindle Cove e as garotas que moram/frequentam o lugar. 


A LEITURA

Depois de me decepcionar um pouco com o primeiro livro dessa série, Uma Noite para Se Entregar, eu decidi controlar minhas expectativas quanto aos livros da autora, o que acabou sendo muito positivo, já que eu amei o segundo volume, Uma Semana para Se Perder. Assim, peguei A Dama da Meia-Noite disposta a deixar o livro provar o seu valor em vez de já esperar algo fantástico. E, novamente, acabei gostando da obra, mas não tanto quando a anterior. A narrativa da autora, como sempre, está excelente, leve e recheada de diálogos com muito sarcasmo que divertem bastante. Também gostei que, nesse livro, Dare maneirou um pouco mais nas cenas mais quentes e permitiu que o casal se envolvesse mais psicologicamente antes de os levar para a cama.

A leitura de A Dama da Meia-Noite foi rápida e bastante divertida. Contudo, alguns aspectos da trama não conseguiram me convencer. Apesar de ter várias cenas surpreendentes, a história possui um ar fantasioso demais que não me agradou. A coisa toda de uma órfã que reencontra sua família verdadeira soou forçada, assim como a relação que Thorne tem com o passado de Kate. Mesmo conseguindo alguns momentos inusitados, a história como um todo soa clichê e pouco marcante. A leitura da obra foi gostosa e divertida, mas não conseguiu trazer algo a mais que tornasse A Dama da Meia-Noite uma obra única.


OS PERSONAGENS

Assim como a trama, os personagens me desagradaram bastante em alguns aspectos. No início, eu adorei a Kate, sua bondade inata e capacidade de ver o melhor em tudo e, ainda assim, ser uma mulher forte de opinião. Contudo, ao longa da trama, a protagonista parece retroceder e se torna a mocinha frágil que sempre recorre a ajuda dos outros antes de tentar se salvar por si mesma. Mas, o que mais me irritou com a Kate é que sua bondade, em determinado ponto, se torna inocência completa.

A facilidade com que Kate aceita os Gramercy não me convenceu, ela se deslumbra com os estranhos e se apega a eles com extrema facilidade. E, falando neles, não consegui engolir bem essa família. Em um primeiro momento, os Gramercy soam divertidos por causa de sua excentricidade, mas logo se tornam uns esquisitões sem noção que manipulam a Kate e todos ao seu redor com muita facilidade. Minha birra maior foi com o chefe da família, Lorde Drewe, que é um homem superprotetor e, sinceramente, insano e muito violento. O duelo entre ele e Thorne é simplesmente ridículo e completamente descartável para a trama.

Thorne me agradou um pouco mais que Kate. Eu gostei que ele fugiu bastante dos clássicos mocinhos de romance de época. Sem linhagem nobre, ele passou por maus bocados na vida, já foi preso, possui até mesmo um monte de tatuagens e nenhum charme. E, curiosamente, é a falta de encantos que mais torna Thorne atrativo. Ele não recita poesias ou faz piadinhas divertidas, não escreve cartas de amor, não canta e tem praticamente zero tato social, mas é um cara gentil e fofo a sua maneira. Como casal, Kate e Thorne já convencem um pouco mais e eu gostei do desenvolvimento do relacionamento deles.


A EDIÇÃO

Seguindo o modelo dos outros volumes, a edição de A Dama da Meia-Noite estava excelente. A tradução estava boa e não encontrei erros no texto. Dessa vez, achei o tamanho da fonte um pouco pequeno, mas as páginas amareladas compensam e ajudam a deixar a leitura menos cansativa para os olhos. Eu amo a capa desse terceiro volume. Ela é bonita, combina com as outras, assim como a história, já que o tom de azul usado é muito bonito e a cor tem certo papel dentro da trama.

CONCLUSÕES FINAIS

Apesar de ser uma leitura rápida, gostosa e divertida, A Dama da Meia-Noite não é um livro muito marcante e senti falta de uma mocinha mais forte e consistente, assim como de uma trama mais pé no chão, como a do volume anterior - o meu favorito da série até o momento. Esse terceiro livro não é uma obra ruim, pelo contrário, proporciona até alguns momentos de boa diversão e romance, mas pode desagradar quem procura uma obra mais arrebatadora, especialmente os fãs de romance de época. Apesar de dois dos três livros dessa série terem sido leituras medianas, eu continuo gostando bastante da saga Spindle Cove e estou curiosa para os próximos volumes.

QUOTE FAVORITO

“Embora o Cabo Thorne fosse excelente em ignorá-la, Kate não podia negar o efeito que ele tinha em seu estado de espírito. Ela sentia a pele arrepiar sempre que ele estava por perto, e nas raras ocasiões em que ele virava o rosto na direção dela, seu olhar a penetrava profundamente.” Pág. 7

Título: A Dama da Meia-Noite
Título original: A Lady by Midnight
Série: Spindle Cove
Volume: 3
Autora: Tessa Dare
Editora: Gutenberg
ISBN: 9788582353295
Ano: 2015
Páginas: 288
Compre:
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13 comentários:

  1. Oi, Ana!
    Quando vi o título da resenha, eu jurava que era o livro da Cassie Clare hhahhahah Tem o mesmo nome.
    Enfim... Eu ainda não li essa série, mas minhas amigas recomendam muito. Fora que amo as capas dessa série.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da promoção de aniversário do blog Crônica sem Eira

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    1. kkkk verdade. Eu estou com o livro da Cassie para ler aqui também, mas cadê a coragem? rs Eu prefiro a outra série da autora, Castles Ever After , mas essa é legalzinha também...

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  2. Oi Ana!
    Pena que o livro não foi tão bom quanto os anteriores. Mas acho que com séries é assim mesmo, sempre vai ter um livro ali que vai decepcionar.

    Obs: Tem sorteio novo no blog :)

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    1. Sim, sempre tem um ou outro que decepciona. Mas eu gosto bastante dos livros da autora, no geral...

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  3. Oi, Ana!!

    Uma pena que esse livro não foi tão bom quanto o anterior, mas a gente sempre acaba gostando mais de um que de outro nas séries que acompanhamos, né?

    Como sou fã de romances de época, continuo desejando esses exemplares pra mim! Hahahaha
    Depois de ler poderei comentar melhor com você o que achei da história.

    Bjs

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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    1. SIm, sempre acontece coisas assim com séries. Eu prefiro a outra série da autora, Castles Ever After , mas essa é legalzinha também... Se você curte romances de época, com certeza vai adorar!

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  4. É tão triste se decepcionar com esse tipo de história. Sei que o segundo livro foi o melhor da série e mesmo que ainda não tenha lido, sei que vou gostar. O chato disso é que uma história é boa, a outra cai gradativamente, deixando a série toda com livros ruins e bons. É um saco! Mas no geral, vou tentar ler tudo e tirar minhas próprias conclusões.
    Beijo
    Leitora Encantada

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    1. Sim, é um saco, mas isso é comum em séries. Depois me conta de gostou da obra, estou torcendo para que sim!

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  5. Oi Ana,

    Ao contrário de você, eu adorei o primeiro e tenho um feeling muito bom sobre os outros dois, que já possuo. Fiquei surpresa por gostar tanto dessa série, pelo menos as sinopses me prender. Esse terceiro é o que mais aguardo justamente pelo Thorne, espero que ele me agrade.

    Bjs, @dnisin
    www.sejacult.com.br

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  6. ooooi, Ana
    Continuações de séries correm este risco: o livro atual não ser tão bom quanto o interior.
    Eu adoro este tipo de romance e tenho interesse em ler as obras da autora.

    PROMOÇÃO DOIS ANOS DO BLOG BIO-LIVROS

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    1. Sim sim, sempre acontece isso com séries! Romances de época são um amorzinho e recomendo os livros da Tessa Dare, são sempre divertidos!

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  7. Amando essa série, já li esses três primeiros e também A Bela e o Ferreiro, curto muito um romance de época, ansiosa pra ler mais livros dessa série e da Tessa Dare, acho a sua escrita ótima.

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