Eu conheci a Jout Jout pouco mais de dois meses atrás. A youtuber já estava fazendo um sucesso tremendo e, apesar de já ter ouvido falar bastante sobre o seu trabalho, eu nunca havia parado para conferir o seu canal no Youtube. Um dia, completamente por acaso, acabei em um vídeo seu. O primeiro minuto do primeiro vídeo foi o suficiente para me fazer gostar da Jout Jout. Mais três vídeos depois, eu já me considerava uma fã.
Eu amo o jeitinho fofo, mas honesto da youtuber e fiquei bastante curiosa para ler o seu livro. Contudo, eu não planejava comprá-lo tão cedo, até que, em uma viagem, entrei em uma livraria e acabei saindo com a obra em mãos. Eu estava ansiosa para ler Tá Todo Mundo Mal, além de bastante curiosa, especialmente por não saber exatamente o que a Jout Jout abordaria, mas já confiante de que ela o faria como faz qualquer coisa: com bom humor, sinceridade e reflexões inteligentes.
AS HISTÓRIAS E A LEITURA
Eu comecei a ler Tá Todo Mundo Mal no mesmo dia em que comprei o livro. Fui imediatamente conquistada pela narrativa da Jout Jout. Aquele mesmo jeitinho da youtuber transmitido em seus vídeos está presente em seu livro. Com uma escrita despretensiosa e muito divertida, a autora nos conta, em um ar de confidência – que dá a sensação para o leitor de que ele está, cara a cara, conversando com uma grande amiga de longa data e não com uma desconhecida da internet –, as mais diversas experiências que já teve.
“Nada mais reconfortante para quem está numa crise do que saber das crises dos outros e ficar medindo em silêncio sobre se a deles é pior ou mais branda que a nossa própria. Então aqui estou. Enumerando gentilmente meus piores momentos. Para você avaliar se os seus foram um pouquinho melhores e ter um sono mais tranquilo.” Pág. 17
Em uma linguagem cotidiana e muito fluída, a Jout Jout nos envolve em suas histórias, que abordam os mais variados e cotidianos assuntos. Em meio a histórias sobre paixões, amizades, estudos, trabalho e muito mais, a Jout Jout vai revelando quem é e para que veio. A autora narra seus anseios e suas dificuldades, mas também suas felicidades – o livro é uma viagem incrível ao modo Jout Jout de ser e ver o mundo. Mas, por mais que seja uma mulher incrível, com opiniões fortes e um jeito de ser que, com simplicidade e honestidade, consegue nos dar uns bons tapas na cara e nos fazer refletir, a Jout Jout também se mostra bem “gente como a gente”.
Eu adoro que, sem pretensão alguma para tal, a Jout Jout consegue nos passar boas lições através de suas próprias experiências. Através das crônicas rápidas e sempre bem-humoradas, a autora consegue abordar as muitas inseguranças e crises da vida que ela, assim como a maioria de nós, teve. Problemas com a família, com os amigos, com namorados, com as expectativas de toda essa gente e da sociedade; problemas com valores, conceitos e preconceitos da nossa cultura; problemas que temos com nós mesmos, com a nossa própria identidade, valores e expectativas; são alguns dos conflitos que recheiam essa obra e que se transformam em pontapé para reflexões a cerca da vida, do universo e tudo mais.
“Não protagonizei grandes feitos, não tive ideias revolucionárias. Sou o que chamam de uma pessoa como outra qualquer. De que importa como perdi minha virgindade? Como isso pode ser interessante para alguém no mundo? Escrever este livro foi uma grande crise generalizada.” Pág. 194
Apesar de ter gostado bastante das crônicas da Jout Jout, de ter me identificado com várias histórias e sentimentos narrados, senti que, em vários momentos, faltou um “algo a mais”. A autora consegue provocar várias reflexões, mas nem sempre elas se tornaram o foco. Por mais que tenha sido bastante divertido e gostoso conhecer vários momentos da infância, adolescência e vida adulta da Jout Jout, eu esperava algo um pouquinho diferente dessa obra. Em alguns momentos, Tá Todo Mundo Mal foca demais na vida pessoal da Jout Jout, sentimento que não temos, por exemplo, durante os seus vídeos. Alguns dos relatos poderiam ter sido mais aprofundados e a grande parte das reflexões provocadas ficaram um pouco na superfície demais, quando poderiam ter sido mais bem desenvolvidas e complexas.
A EDIÇÃO
Algo que adorei nessa edição foi a paleta de cores usada: branco, amarelo e preto. A primeira página de cada crônica é preta e, no início do livro, as páginas com título e sumário são amarelas como a capa – detalhes que achei uma fofura só. Apesar da diagramação estar boa, encontrei alguns errinhos no texto, coisas bobas que uma revisão mais atenta não deixaria passar. Eu também adorei a capa. Ela é simples, mas inusitada e provocativa, como a própria Jout Jout, que está bem representada nesse desenho superfofo de cabeça para baixo.
CONCLUSÕES FINAIS
Esse é um livro para os fãs. Se você não conhece ou não tem um grande carinho pela Jout Jout, provavelmente não será tão envolvido e cativado pelas histórias dela. Mas, para quem já ama o trabalho da youtuber e seu jeitinho autêntico de ser, essa obra é um prato cheio. Apesar de ter sentido que as reflexões da obra poderiam ter sido mais profundas, eu adorei Tá Todo Mundo Mal. A obra é divertida do início ao fim e a leitura é muito rápida e gostosa. Eu esperava um pouco mais, contudo, ainda assim me deliciei com a leitura e fiquei com vontade de ler mais historinhas da Jout Jout.
QUOTES FAVORITOS
“A gente, ingenuamente, pensa que, quando conseguimos algo que queremos muitos (ou imaginamos querer muito), tudo se encaixa e será bonito e colorido. Não é bem assim. Um filme que gosto muito já diz que: se ganharmos na loteria, continuaremos sendo as mesmas pessoas, só que alguns carros e iates a mais. Se somos chatos, inseguros e mesquinhos, continuaremos da mesma forma.” Pág. 12, prefácio do Caio Franco
“Quando fui ver, estava apaixonada por essa versão de mim que ele fazia vir à tona. Me apaixonei por um sujeito que fez com que eu me apaixonasse por mim mesma. Profundo pra caralho.” Pág. 40
“Você quer que sua vida comece logo, quando, na verdade, ela já começou há mais de vinte anos.”
“Não por falta de ambição ou por se contentar com muito pouco, mas não ser a mais especial não é igual a ser a menos. Isso de ser especial é tão subjetivo...” Pág. 195
“Escrever tinha virado uma grande crise, mas também me ajudou a entender o quanto, às vezes, é preciso ter uma grande crise ou outra para saber como sair delas.” Pág. 196
Subtítulo: O livro das crises
Autora: Jout Jout
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535927207
Ano: 2016
Páginas: 200
Compre: Amazon - Submarino - Americanas
Leia também:
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Oi Ana Luiza!
ResponderExcluirNão sou muito de acompanhar canais no youtube, mas já assisti dois vídeos da Jout Jout e os achei bem divertidos. Ela é engraçada até sem querer ser, e fala sobre assuntos interessantes (até onde me foi possível conhecer).
Não tenho interesse em comprar livros assim, mas se tivesse que escolher um, acho que votaria nesse da Jout Jout.
Beijo
www.blogleituravirtual.com
A Jout Jout é um amor! Confesso que comprei esse livro no impulso mesmo, apesar de que a leitura acabou sendo bem legal. Contudo, eu entendo, para quem não é fã, não vale muito a pena.
ExcluirQue livro lindo, a capa é perfeita e adorei as páginas bem trabalhadas. Nunca li muito obras que tivessem crônicas, sou mais apta a ler algo que tenha um enredo, personagens e uma história por trás. Mas como o livro tem essa pegada mais realística, acho que iria dar uma chance a ele.
ResponderExcluirAbraço!
Leitora Encantada
Ah, também curto mais romances, com tramas completas e personagens diversos. Mas umas crônicas vão bem de vez enquanto e as da Jout Jout são bacanas!
ExcluirJá estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, e agora depois de ver essa resenha fiquei ainda mais curiosa em conferi isso tudo que estão comentado sobre esse livro.
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