Olá leitores curiosos e aspirantes a escritores!
Eu sou o Luiz, autor dos livros Máscara - A vida não é um jogo e O Sol Perdido e após, o convite da querida Ana Luiza (muuuito obrigado!), hoje venho conversar um pouco com vocês sobre algo que geralmente é uma grande alegria e uma enorme complicação na vida dos escritores: processo de criação. Sempre é muito difícil partir do zero, independente de você ter anos de experiência ou está iniciando agora. Dar o pontapé inicial em algo - em um livro, no caso -, requer ousadia e, porque não, planejamento.
QUERO ESCREVER UM LIVRO – POR ONDE COMEÇAR?
Para mim, foi bem difícil começar a escrever. Eu não tinha coragem e me faltava a confiança de poder produzir alguma coisa que não fosse uma redação colegial. Eu vivia me perguntando: “será que sou capaz de escrever algo mais elaborado? Nem sou formado em Letras! Escrever pra quê? Não tenho chance de competir com os estrangeiros.” Mas, o principal eu tinha: a vontade. Desde muito novo eu gosto de ler, e, foi depois de ler E Não Sobrou Nenhum, da Agatha Christie, que finalmente joguei tudo para o alto e falei: “que se danem vocês, vozinhas da minha mente, eu preciso escrever!”.
Claro que não comecei já sabendo o que faria: eram muitas ideias, muita novidade, muito furor. Não planejei nada e tudo se confundia, inclusive esse que vos fala! E isso resultou num infeliz descarte do meu primeiro invento. Porém, não desisti e tentei novamente. Como sempre gostei de filmes e games de terror, decidi focar nesse gênero, pois tinha muito mais chances de conseguir desenvolver algo num terreno com o qual já tinha plena familiaridade. Foi uma ótima escolha para mim, porém, foi um processo lento de tentativa e erro, com muitos bloqueios no meio do caminho. Mas por fim, com paciência, terminei meu primeiro livro: Máscara.
Através da relativa experiência que fui adquirindo com o passar do tempo dentro do meio literário, passei a adotar formas mais práticas de me organizar quando surge alguma nova ideia e quero começar um novo livro. Eu crio uma espécie de “esqueleto” da obra, pontuando de forma bem simplificada, as ideias centrais da trama, elementos ou pontos-chave que faço questão de apresentar, esboço de personagens principais, etc... Quando me dou por satisfeito, começo um prólogo e primeiros capítulos sem pretensão e vejo como tudo se desenvolve. No fim, os próprios personagens acabam me guiando durante o processo, já que não estabeleci nada à ferro e fogo, o que torna tudo um tanto quanto imprevisível e louco rsrs. E também não estabeleço metas, prazos nem nada: escrevo quando estou com vontade. Dessa forma, eu não me vejo preso a um roteiro pré-determinado e a criação segue fluida.
Mas esse é o meu jeito, algo que adquiri com o tempo; existem aqueles que sentam e escrevem o que lhes vêm à mente e conseguem se sair super bem! Cabe a cada um buscar a forma que melhor se encaixa ao seu estilo e personalidade, tornar aquela forma de escrever sua marca registrada. Curiosidade: sempre escrevo ouvindo músicas e com um copo de chá-mate do meu lado; para mim ajuda bastante!
BLOQUEIO CRIATIVO, COMO LIDAR?
Um ponto que abordei acima e acho válido comentar são os bloqueios, que sempre estarão ali para te atormentar durante a escrita. Como superá-los? Isso é algo bem complicado de resolver, pois cada autor trabalha de uma forma. Assim como cada um tem uma forma particular de escrever, cada trava que surge é muito exclusiva, portanto não há fórmula mágica para superar essa dificuldade. Cabe ao autor não se cobrar por isso e se perguntar “porque, onde e como estou travando?”.
Dando tempo ao tempo e refletindo, a inspiração que lhe servirá de salvação para o bloqueio pode surgir das formas mais inesperadas, seja vendo um filme ou passeando pelo shopping. É só não se forçar a escrever numa situação assim, pois isso só lhe causará mais dificuldade em resolver o problema, além do trabalho produzido não ser fruto do seu prazer em escrever, mas sim de frustração. Acho que esse é o melhor conselho que posso dar nesse caso.
Bem, creio que vou parando por aqui, já que esse assunto de processo criativo é bem longo e um tanto quanto complexo por ser particular de escritor para escritor. Espero que eu venha a auxiliar alguém com o que falei e agradeço demais ao blog pela oportunidade de poder dissertar sobre a escrita, que é algo que amo e já não posso mais viver sem. E, aos futuros autores que possam estar lendo isso, desejo-lhes muita força e sorte! Como sempre digo: se a literatura é sua grande paixão, não se deixe abater pelas dificuldades; as melhores coisas são as que se luta para se conquistar e ninguém nasce no topo! O caminho das letras é difícil, mas extremamente recompensador!
Grande abraço a todos!
Foto do Luis (autor desse post) na Bienal de SP 2014 e capa dos seus dois livros.
Leia também:
Ana que ideia maravilhosa chamar o Luis para compartilhar a experiência dele sobre o processo criativo de escrita. Amei as dicas e apesar de já ter pensado em escrever algo, hoje sinto que nasci para ler e compartilhar minha opinião sobre os livros que leio e os novos autores que conheço. Mas foi muito interessante acompanhar esse texto.
ResponderExcluirBeijos e parabéns pela ideia!!!
Leituras, vida e paixões!!!
Fico muito feliz que tenha gostado do post, Aline! E não desista assim da escrita! Comece a escrever algo só por diversão, quem sabe não sai uma obra super bacana daí?
ExcluirObrigada por compartilhar sua experiência com seu processo de escrita! Cada escritor tem uma história diferente, um método de escrita diferente, e é sempre bom compartilhar para que possamos compreender o que pode ou não funcionar conosco.
ResponderExcluirAbraços!
<3 Como você bem disse, casa um tem seu método, mas é sempre bom ler dicas de quem passou pela mesmo coisa e sabe como é complicado (mas muito bom) escrever!
ExcluirOi!
ResponderExcluirTambém sou escritora e sei bem desses desafios! Principalmente o bloqueio criativa, foi muito bom seu post. 😊
Por coincidência, amanhã teremos no blog algo bem parecido, uma série de dicas desde a escrita, até registro e publicação.
Abraços.
- http://ijornalize.blogspot.com
Que legal que curtiu o post Amanda! E bom saber, vou passar lá para ver o post!
ExcluirAdorei essa idéia Ana!
ResponderExcluirÉ muito bom, saber um pouco sobre como são as etapas de escrever um livro.
Mesmo eu amando ler, eu não pretendo escrever nenhum livro, engraçado né?!
Adorei o texto do Luis e desejo muito sucesso a ele.
Adorei esse livro, só o nome já atrai bastante.
Beijão,
Vinicius
omeninoeolivro.blogspot.com.br
;D Que bacana que gostou Vini! Sério? Você deveria experimentar escrever um dia desses, é bem divertido! kkk
ExcluirNossa, esse post me motivou mais ainda!
ResponderExcluirAcho que escrevo desde os 10 anos, quando tirei a maior nota da sala numa redação, e eu sempre li bastante, então acho que incentivou ainda mais a começar a escrever minhas próprias histórias. Até agora, já escrevi uns cinco livros mas acho que talvez não tenha coragem de publicar. Quem sabe quando eu atingir a maioridade, né? Acho que nunca sofri nenhum bloqueio, talvez por ser bem criativa quanto as coisas e estar sempre buscando alguma coisa para se inspirar, acho que isso deve ser bom...
De qualquer forma, amei o post!
http://particulasinfinitas.blogspot.com.br/
;D Fico muito, muito feliz que o post tenha te incentivado! Cinco livros já? Que bacana! E parabéns! E quando se sentir mais segura, não deixe de compartilhar suas histórias com o mundo!
ExcluirAté salvei seu post porque cara, eu tenho 3 ideias de livros e não consigo por no papel!
ResponderExcluirAmei essa postagem, Ana e Luiz, obrigada <3
|Sorteio do livro: "Não há dia fácil"|
| FB Page A Bela, não a Fera|
;D Que bacana que gostou! E espero que consiga colocar suas histórias no papel!
Excluir