A vida é uma caminhada. Um passo depois do outro, nem sempre para frente, nem sempre na direção certa. Pode acontecer de não sabermos para onde estamos indo ou por quanto tempo vamos caminhar. Algumas vezes nos perdemos ou congelamos no lugar. Ficamos cansados e desejamos desistir ou voltar pelo caminho que viemos ou por caminhos diferentes.
Caminhamos por florestas densas e fechadas, cavernas sombrias, desertos inabitados e cidades barulhentas e conturbadas. Caminhamos por praias ensolaradas, ruas de paralelepípedos coloridos ou tijolos amarelos, castelos de esmeraldas e bibliotecas quentinhas e aconchegantes.
Caminhamos nas ruas, nas estradas, no meio da mata e nos nossos pensamentos e sonhos também. Em muitos momentos a caminhada é alegre e nosso caminho cruza com os de outras pessoas. Juntos, cantamos, dançamos e nos divertimos enquanto caminhamos. Às vezes, caminhos que não deveriam se cruzar se encontram, o que pode ser bom ou ruim.
Pode ter chuva, sol, neve ou vento. O tempo pode passar devagar ou voar na velocidade da luz. Podemos correr ou ficar parados. A caminhada pode ser longa ou curta. Podemos olhar no mapa ou na bola de cristal e ver e prever o que caminho a nossa frente ou talvez o horizonte seja uma grande interrogação.
Bom ou ruim, o importante é sempre continuar caminhando. E nossos passos deixam pegadas atrás de nós que às vezes se apagam ou que podem permanecer lá para sempre. Mas mesmo que a marca de nossos sapatos não fique no solo, deve ficar sempre na nossa mente.
Cada pegada guarda uma história e faz parte da NOSSA história. Cada passada corrida, cada passada cansada, cada marca de pulo ou de estagnação. Cada pegada importa.
Houve um tempo em que eu acreditava que minhas pegadas eram como marcas na areia, que eram levadas pelas ondas e esquecidas no oceano para sempre, junto a muitas outras. Eu acreditava que tudo o que construía eram castelos de areia, que se desfaziam com o vento. Eu acreditava que meu passado era efêmero, que não era sólido, que não era memorável.
Mas aprendi que mesmo que mesmo meus pais não se lembrem de meus primeiros passos ou que meus amigos não se lembrem das corridas que fizemos juntos, mesmo que minhas pegadas se apaguem ou que eu não lembre delas ou dos trechos que percorri, elas estarão sempre dentro de mim, elas são parte de mim.
E hoje não quero mais construir castelos, pois não preciso deles para viver. Quero construir coisas que me façam felizes, coisas que façam com que minhas pegadas sejam lembradas. Eu quero construir um mundo melhor, fazer do meu tempo, da minha geração, inesquecível. Quero, daqui há cinquenta anos, olhar orgulhosa para o meu passado e dizer para os mais jovens "eu fiz isso, nós fizemos isso. A vida de antigamente era muito melhor".
Eu sei o que me aguarda no horizonte, estou trilhando o caminho que escolhi. Sei que surgirão espinhos e pedras para ferir os meus pés. Sei que haverá trechos sombrios que escurecerão minha alma. Mas sei que também haverá caminhadas recheadas de cantoria e colherei flores belas e cheirosas pelo caminho. E eu estou ansiosa por cada passada, nostálgica por cada pegada.
E como esse post rápido sobre a minha ausência nos últimos dias se tornou algo tão abstrato, poético e sentimental? Eu não sei rs. Mas confesso que me sinto feliz por tê-lo feito.
Os últimos meses foram insanamente corridos e desgastantes. Eu estava exausta e desanimada, me arrastando por um trecho escuro da minha caminhada. Mas um belo desvio surgiu no meu caminho, com um sol aconchegante e muitas flores, e alguns espinhos claro, mas que de tão pequenos não chegaram nem a arranhar os dedos.
Passei as duas últimas semanas ao lado da minha família, em uma das cidades mais belas do mundo. Aqueles dias corridos e cansativos em Londres foram alguns dos mais belos da minha vida e estou grata por tê-los tido. Nada foi perfeito, mas na imperfeição encontrei beleza e ânimo. As pegadas que demos juntos com certeza ficaram para sempre na minha memória. Essa viagem deu vida nova a minha alma e recuperei a inspiração e a força da qual vou precisar bastante nos próximos meses.
Foi uma viagem dos sonhos e vou contar o máximo que puder para vocês em posts especiais sobre a minha visita a terra da rainha. Mas por enquanto, agradeço a todos por não abandonarem o MLB e espero continuar a vê-los ainda mais conforme retomamos o nosso ritmo de postagens.
Não tive muito tempo de blogar (os posts que tiveram na minha ausência já estavam prontos e programados), mas tive bastante tempo de ler e devorei cinco obras cujas resenhas devem sair em breve. Nesses meus últimos dias de férias, irei aproveitar para colocar o blog de volta no seu rumo e me preparar para a maratona de estudos que me espera logo a frente, já que os vestibulares estão chegando!
Estava com muitas, muitas saudades desse meu cantinho e de vocês, meu amores, claro! Agora me contem, como foram esses últimos dias de vocês? Estão de férias? O que estão lendo? Não deixem de comentar! Beijos!
Oi Ana, tava com saudades dos seus post e resenhas, mas viajar sempre é muito revigorante e é ótimo conhecer lugares e pessoas novas, por favor post mais sobre Londres, tenho sonho de viajar para lá.
ResponderExcluirFerias infelizmente acabando, mas deu para colocar a leitura em dia.Estou lendo Cidade das almas perdidas da Cassandra Clare e gostando muito.
Estou aguardando suas próximas resenhas.
;D Fico feliz em saber que sentiu falta e pode deixar que daqui para frente vamos voltar com o nosso ritmo de postagens diárias! Não perca! Viajar é vida, mas voltar para casa, para a rotina, também é muito bom! Ah, eu amo Instrumentos Mortais! Mas acredita que não terminei a série até hoje? #shameonme rs
ExcluirFico feliz de saber que você já está em um pedaço mais iluminado da sua caminhada, Ana. Os pedaços nublados são ruins, é claro, mas eles nos deixam mais fortes também. Mantenha sempre a cabeça erguida e nunca desista, que uma hora as coisas sempre melhoram!
ResponderExcluirAgora, fico aqui no aguardo de saber mais sobre a sua viagem, porque também morro de vontade de ir para Londres! *-*
Anna – Tecendo Palavras
;D Obrigada! E desejo muitos caminhos iluminados para você também!
ExcluirOlá ^^
ResponderExcluirGostei muito do seu texto, porque eu concordo muito com ele. Sabe, esse negócio de um passo depois do outro é um ótimo conselho sempre. Às vezes a gente quer fazer tudo e fazer com que esse tudo dê certinho, mas muitas vezes não tá sob o nosso controle. A única coisa que está é nosso esforço em dá o melhor de nós mesmos em tudo que fazemos. E mesmo que tenha uma montanha pela frente a escalar, é preciso chegar do outro lado, então o melhor que podemos é fazer é tentar, sempre. Um passo depois do outro.