Brek Cuttler chega a Estação Shemaya sem se lembrar de muita coisa. Qual a cor dos seus olhos? Do seus cabelos? Da sua pele? Ela era gorda ou magra? Casada ou solteira? Triste ou feliz? As lembranças lentamente voltam a Brek. Ela era uma advogada, mãe de uma menina e esposa de um jornalista. Ah, ela também era deficiente: teve parte do seu braço amputado na infância. Mas, além de tudo, Brek era feliz. Era boa no que fazia e amava sua família e era amada. Mas como ela deixara aquela vida e chegara a essa estação de trem?
Brek Cuttler está morta e não faz ideia de o que lhe tirou a vida. Foi uma doença? Um acidente de trânsito? Suas lembranças estão fragmentadas e seus últimos momentos são um mistério. Enquanto procura por respostas, Brek tenta lidar com sua nova realidade. Na Estação Shemaya, as almas enfrentam seu Julgamento Final e descobrem se passarão a eternidade no Céu ou no Inferno. Mas Brek não está li para ser julgada e sim para advogar a favor das almas. Em vida, Brek estava sedenta por buscar e fazer valer a justiça e, agora, na pós-vida, ela continuará sua vocação.
Entretanto, os Julgamentos ocorrem de forma diferente do que na Terra e a sentença não é conhecida pelos advogados. Logo Brek começa a considerar tudo aquilo muito injusto e questiona o sistema e o próprio Juiz, ninguém menos que Deus. Ao mesmo tempo, Brek continua cavando sua própria alma para responder as perguntas que mais a atormentam: como ela morreu? O que aconteceu com sua família agora que ela se foi? Enquanto começa a ser preparada para defender seu primeiro cliente, Brek desenrola a trama da vida de muitas almas que, de alguma forma, estão ligadas a dela. Mas será que Brek será forte o suficiente para seguir em frente e encarar a verdade?
Eu estava muito curiosa por O Julgamento de Shemaya, que parecia ser uma obra misteriosa e impactante. Apesar de ter sim um suspense bem construído e ter começado muito bem, O Julgamento de Shemaya logo se tornou uma leitura arrastada e entediante. A trama principal do livro é intrigante, complexa e muito bem bolada, e a mensagem que a obra quer passar também, entretanto, o autor perdeu-se em reflexões forçadas e desnecessárias, principalmente em diálogos longos e desinteressantes.
Os personagens são um ponto forte do livro, todos são complexos, bem aproveitados e muito humanos. Em O Julgamento de Shemaya, ninguém é cem por cento alguma coisa e todos tem lados bons e ruins, tomam decisões boas e ruins. Brek a princípio parece ser até perfeitinha demais, mas aos poucos vamos a desvendando e percebendo que ela é como qualquer um de nós. A personagem enfrenta sérios conflitos pessoais ao longo da história e é interessante acompanhá-la na jornada do auto descobrimento e perdão. Gostei bastante da Brek. Outro “personagem” que me cativou foi a própria Estação Shemaya. Aqui, o cenário tem vida própria e intriga com todo seu ar místico.
Eu gostei do início e do desfecho de O Julgamento de Shemaya, mas o entremeio dos dois foi entediante e arrastado. Algumas partes são muito confusas e muito poderia ter sido suprimido. No final, terminei a obra decepcionada, esperava mais e não fui tão conquistada e convencida quanto imaginei. Entretanto, se tivesse oportunidade, acho que daria chance a outras obras do autor.
Quanto a edição, não tenho reclamações. A diagramação e tradução estavam boas, assim como o tamanho e tipo da fonte. Gostei do detalhe na parte inferior das páginas. A capa da obra é bonita, sombria, mas também singela, assim como a história.
Título: O Julgamento de Shemaya
Título original: The Trial of Fallen Angels
Autor: James Kimmel, Jr.
Editora: LeYa
ISBN: 9788544100592
Ano: 2014
Páginas: 320
É tão ruim ver que histórias tão promissoras se perdem no desenrolar do livro. O enredo me pareceu muito interessante, até diferente.
ResponderExcluirBeijo | Zona de Conspiração | Facebook da Zona
É ruim mesmo, mas acontece! A trama é interessante e diferente, mas o autor se perdeu no desenvolvimento...
ExcluirNossa, quando comecei a ler fiquei extremamente animada, uma história tão diferente e que tinha tudo para dar certo e ai vejo que o livro não é tão bom quanto poderia ser.. Isso me desanimou bastante, uma pena que o autor começou bem e depois acabou fazendo isso, levando para um lado desinteressante. Não sei se irei ler ): Mesmo assim é bom saber!
ResponderExcluirBeijos
Pois é, uma história que tinha tudo para ser muito boa, mas que não acabou tão bem... Mas não deixe de ler o livro e tirar suas próprias conclusões! Vai que você acaba gostando...
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