7.6.14

Resenha: Inferno - Meg Cabot

Título: Inferno
Título original: Underworld
Série: Trilogia Abandono
Volume: 2
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
ISBN: 978-85-0109-755-2
Ano: 2014
Páginas: 336
Classificação: 5/5 [ótimo]
Sinopse: Nesta continuação do mito de Perséfone recriado por Meg Cabot, Pierce Oliviera está em um lugar entre o paraíso e o inferno. Um castelo turvo e mal iluminado, de onde pode ver os espíritos dos mortos, prontos para embarcar em sua viagem derradeira. Mas não está lá por escolha própria: John Hayden, senhor do Mundo Inferior, está lhe mantendo lá. Para seu próprio bem, ele diz: para protegê-la das Fúrias que desejam vingar-se dele. Mesmo que esteja lá, seus entes queridos não estão. E isso pode acabar custando caro para ambos. Mas John afirma que não pode deixá-la sair. Será que ela deveria confiar em sua palavra?

ATENÇÃO! Essa resenha contêm spoilers do livro anterior 

Leia também:

Rainha do Mundo Inferior 

“A experiência me dizia que, apesar de os sonhos não deixarem cicatrizes – pelo menos não cicatrizes que as pessoas pudessem ver – às vezes eles deixavam uma dor que podia ser horrível da mesma forma.” Pág. 14/15 
Pierce Oliviera morreu e fugiu do Mundo Inferior para contar sua história. Mas absolutamente ninguém acreditou quando ela narrou sobre John Hayden, um adolescente lindo que é responsável por garantir que os espíritos dos mortos cheguem a seu destino final e que está loucamente apaixonado por ela. 
“O que eu realmente queria era correr para junto de John, e não para longe dele. Só que quando finalmente percebi isso, ele estava prestes a se afogar.” Pág. 9 
Após sofrer uma tentativa de assassinato da avó, que acaba descobrindo ser uma Fúria, Pierce é levada contra a sua vontade para o Mundo Inferior, onde John garante ser o único lugar seguro para ela. Parte da garota só quer dar o fora daquele lugar de onde só tinha más lembranças, mas parte dela também quer ficar ao lado de John. Entretanto, ao tomar café da manhã Pierce acaba selando o seu destino. Aparentemente, o fato de Perséfone ter sido obrigada a ficar no reino de Hades após ter comido romã não era uma metáfora como a garota achava. 
“- Independente do que sinta por mim, Pierce – continuou ele, sem piedade -, você está presa aqui para o resto da eternidade.” Pág. 43 
Pierce ainda está lutando contra o fato de estar definitivamente presa a John e ao Mundo Inferior pela eternidade, mas um problema maior exige mais atenção da garota. Seu primo Alex está pode estar em apuros por sua causa e nada desse mundo – ou de qualquer outro – a impedirá de ajudá-lo. Enquanto tenta achar um modo de convencer John a levá-la de volta para o nosso mundo, a garota acaba descobrindo que ela e o garoto não são os únicos vivos no Mundo Inferior e que o seu namorado ainda guarda muitos segredos. Em uma corrida contra o tempo, Pierce tenta salvar Alex ao mesmo tempo em que tenta desvendar John. Acontecimentos sombrios, verdades terríveis e muita, muita, confusão. Pierce está disposta a enfrentar tudo isso e muito mais por aqueles que ama. Mas alguns fardos são pesados demais para se carregar. Será que ser a Rainha do Mundo Inferior é um deles? Ou não há mesmo mais volta para as escolhas – e refeições - que a garota fez? 
“Perséfone tinha sorte.” Pág. 8 
“Inferno” é o segundo volume da Trilogia “Abandono”. Gostei bastante do primeiro livro (resenha aqui), apesar de ter me incomodado com certos aspectos clichês e juvenis comuns a todas as obras da Meg. Depois de “Inferno”, realmente cheguei à conclusão de que estou um pouco crescida demais para os livros da autora, o que de forma alguma me fará deixar de lê-los. Aceitei o fato de que os livros da Meg são, em sua maioria, para o público jovem-adulto (leia-se adolescente) e que não trarão tramas muito complexas ou situações e personagens que não coincidem com o público para qual a autora escreve. Meg ainda é uma das minhas escritoras favoritas, mas deixou de ser A minha escritora favorita. 

“Inferno” me agradou muito mais que “Abandono”. Os rumos que a autora deu para trama foram muito surpreendentes. A história desse volume está mais ágil, com muito mais ação e emoção que me fizeram devorar uma página atrás da outra. Li o livro em pouquíssimo tempo e só não li mais rápido porque era semana de provas. A narração em primeira pessoa da autora está, como sempre, muito boa, apesar de que em alguns momentos achei que a Meg estava nos enrolando um pouco, colocando, por exemplo, devaneios intermináveis em meio a um diálogo ou uma cena. 

Quanto aos personagens, adorei os novos que surgiram nesse livro e o desenvolvimento que a autora deu para os que já conhecíamos. Achei o John bem mais convincente em “Inferno”, seu “lado negro” estava bem mais explícito, o que me fez amá-lo ainda mais. Dramática como sempre, Pierce estava um pouquinho mais melosa nesse livro (parecia que ia chorar a todo instante), mas o que não a impediu de continuar agindo de forma independente e, na maioria das vezes, impulsivamente. 

Algo que me incomodou um pouco foi a interpendência exagerada do casal e o modo como Pierce se tornou um pouco submissa a John. A garota estava sempre pedindo desculpas pelo o que fazia e, se tinha um problema, sua única ação era chamar o namorado. Preocupo-me com o tipo de mensagem que protagonistas assim passam, especialmente por esse ser um livro para o público jovem. Tenho medo de que adolescentes leiam a história e acabem acreditando que um relacionamento assim é normal. Pode ser tudo muito lindo e funcionar na ficção, mas na realidade, um casal como os protagonistas de “Inferno” seria uma problema na vida real, um relacionamento como o deles passa longe de ser saudável. 

Quanto a edição, só tenho uma reclamação. A tradução e diagramação estavam perfeitas, assim como o tipo e tamanho da fonte. Mais uma vez fico muito feliz que a editora tenha mantido a capa original, que é divina e combina perfeitamente com a história. Entretanto, não me conformo com a adaptação do título. No original, esse livro chama-se “Underworld”, que poderia ter sido traduzido como “Submundo” sem alterar absolutamente nada no livro. Não entendo porque eles preferiram “Inferno” a “Submundo”, que tem o mesmo impacto e que faz mais sentido. O Mundo Inferior não é a mesma coisa que o Inferno, que é da mitologia cristã enquanto o outro é da grega. O Mundo Inferior em que Pierce está pode ser ruim na visão dela, mas passa muito longe de ser um “inferno”. Perséfone foi para o Mundo Inferior, que também pode ser chamado de Submundo, mas nunca, nunca mesmo, de Inferno.

Outras capas.
“Inferno” foi uma leitura excelente. Como decidi deixar passar os aspectos clichês e juvenis, acabei curtindo muito o livro e estou muito ansiosa para ler o próximo volume. 
“- Não quero levar você comigo. – A voz dele estava tão profunda e ríspida quanto o oceano. -Prefiro morrer a deixar que você morra. 
(...) Não fazia sentido. John Hayden era a Morte. Ele não podia morrer.” Pág. 8

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25 comentários:

  1. Tenho visto a capa de Inferno nos posts de lançamentos e achei linda mesmo. Fiquei bem curiosa pra ler a série depois que li a sinopse. Mas ainda não li o primeiro livro.
    Acho que o título Submundo realmente teria ficado bem melhor. Mesmo que seja um livro infanto-juvenil, eu amo os livros da Meg, acho que serve pra relaxar um pouco. Quero ler.

    Bjok

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  2. Adoroo os livros da Meg e claro que eu tenho que ler essa serie,já vi vários comentarios positivos e outros nem tão positivos assim,mais uma serie pra me falir de vez =P

    http://livroaoavesso.blogspot.com.br/

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  3. Olá Ana, tudo bem?
    Li Abandono e gostei muito apesar da Pierce ser irritante na maioria das vezes, principalmente por causa de suas ações nada saudáveis, pensadas e seguras.
    Estou com muita vontade de ler Inferno e saber como essa história vai ficar. Fiquei muito curiosa com o final do outro livro e a sua resenha me despertou uma certa curiosidade com tudo o que vai ser passar nesse livro.
    Abraços e um ótimo domingo!

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  4. Estava muito ansiosa para essa resenha, já tinha ouvido outros comentários sobre o livro e concordo com você sobre a escolha do título, que ficaria bem impactante se permanecesse a tradução original. Muito legal essas capas, mas prefiro a capa oficial!

    Abraços,
    Horadeflorescer.blogspot.com

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  5. Oi Ana! Eu gostei mais do primeiro livro, achei que neste a autora ficou muito tempo presa na questão de salvar Alex e deixou de trabalhar outros pontos, quanto ao relacionamento dos dois, na vida real não funciona mesmo, mas gostei da loucura que é na ficção, eu gosto muito de John e sua devoção passional por Pierce, mas ressalto, só dá certo na fantasia, realidade passa longe.

    Bjos!!
    Cida
    Moonlight Books

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  6. Minha filha é super fã da autora.
    Ela já está ansiosa para ler esse livro.
    Talvez eu leia. :)

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  7. Oi Ana, eu ainda não conheço o trabalho da autora, mas sempre leio resenhas positivas sobre o seus livros. Quem sabe não começo a conhecer através desta série?
    Bjs, Rose.

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  8. Oi, Ana
    Gosto muito dos livros da Meg Cabot. Com certeza, quero ler Inferno, pois gostei muito do primeiro livro. Tambm acho que o título original ficaria melhor. A capa é linda.

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  9. Como não li ainda o livro anterior não vou ler a resenha
    Amei a capa, vou esperar ter todos em mãos pra começar a ler :p

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  10. É tão bom ler que o segundo volume superou o primeiro. Ao meu ver, é difícil isso acontecer. Ultimamente andam fazendo trilogias sem necessidade, poderiam parar no primeiro volume e já estava ótimo. Haha Bom, ainda acho que a série parece ser boa. Não entendo o porquê de alterar os títulos originais. São raros os casos de títulos que ficam bons quando mudados para o português, mas na dúvida, por que não apenas traduzi-los, né? De acordo com sua explicação, não faz sentido colocarem o nome do livro de "Inferno", mas ok. KK

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  11. Meu Deus que legal um reconto do mito de perséfone, adorei, nem sabia que esse livro girava em torno desse tema, além de eu não ter dado atenção quando vi, me peguei agora na ânsia de ler e até de virar fã. Achei a capa muito bonita, e diferente, não revela nada da história!!!

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  12. Vou confessar que não sabia que Meg e Patricia eram as msms pessoas, mas tenho uma amiga que é muito fã e me explicou que uma é pseudônimo pra livros adolescentes e outra pra adultos. Bom, essa msm amiga há anos tenta fazer com que eu meia Meg/Patricia, mas, apesar dos ótimos cometários, não me chamam a atenção.

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  13. Adorei a resenha, estou muito ansiosa para ler esse livro, os livros da Meg são muito bons

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  14. Haha, um dia comecei a ler a série A Mediadora e percebi que eu havia ficado velha demais para ler os livros da Meg, mesmo assim ainda a leio, e assim como você ela perdeu o posto de A favorita e entro para a lista de favoritos.
    A estória parece legal eu gostei dessa parte do submundo.
    Gostei do seu ponto de vista sobre o casal, quando leio romance juvenis e nota essa dependência exagerada entre os personagens também me preocupo com a imagem de relacionamento que está sendo passado para os leitores em sua maioria ainda adolescentes, e me preocupa ainda mais quando os personagens femininos são retratados como meninas submissas e incapazes. É sempre valido, como vocês fez em sua resenha, ressalta que este tipo de relacionamento não saudável a ninguém e que sim representa uma relação doentia e que precisa ser revista.

    http://amolivrosdeverdade.blogspot.com.br/

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  15. Oi Ana!
    Eu também percebi que estou meio crescida, para os juvenis da Meg, mas isso não vai me impedir de ler, ainda mais porque também têm os chick-lits e os romances históricos dela kkk
    Adorei a sua resenha, tinha lido algumas coisas negativas sobre o livro, mas agora fiquei mais interessada! Realmente o título não ficou dos melhores, não entendi porque a editora decidiu mudar quando tinha uma tradução exata...
    Beijos!

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  16. Ana!
    Apesar de não ter lido nenhum livro da Meg Cabot, vejo pela blogosfera mitos elogios às suas histórias e a forma como escreve e conquista o leitor.
    Particularmente achei interessante a premissa do livro e da trilogia e quero muito ter oportunidade de lê-lo.
    Gostei muito da forma como fez sua análise do livro.
    Desejo uma semaninha cheia de luz e paz!
    cheirinhos
    Rudy
    Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
    “A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.”(Friedrich Nietzsche)

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  17. Mesmo sendo um clichê, pra mim Meg continua sendo uma das autoras mais incríveis da atualidade. Seus livros são pra todas as idades e gostos. Adorei seus comentários a respeito do livro e vou tentar ler. Beijos.

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  18. Tenho muita vontade de ler esse livro. Amo a Meg! E aproveitar enquanto sou novinha e adoro as historias dela ;)
    beijos

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  19. Não li a resenha inteira, pois ainda não li o livro anterior e contêm spoilers!! hahahaha

    Mas estou louca para começar essa série! Assim como vc, sou apaixonada pelos livros da Meg Cabot!

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  20. Estou louca pra ler outro livro da Meg Cabot o único que li foi o primeiro da série A Mediadora!
    Adorei a sinopse, não li muito da resenha pelos spoilers mesmo! Mas adorei *----*

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  21. Não conhecia o livro, mas deve ser muito bom, tem um enredo bem interessante, e com certeza eu leria! !

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  22. Por enquanto eu digo que não me interessei pelo livro, mas pode ser que lá pelo final do ano eu passe a me interessar.

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  23. Olá Ana,

    Li a resenha apenas por cima (fiquei com medo de algum spoiler indesejado). Mesmo assim, essa trilogia me chama bastante a atenção. Gosto muuuuito dos livros da Meg: são extremamente divertidos e tranquilos! Apesar disso, Abandono e Inferno me deixa um pouco apreensivo, já que foge um pouco das histórias tradicionais da autora. O único que li assim foi Insaciável.

    Beijos,
    Lucas
    ondeviveafantasia.blogspot.com.br

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  24. Ainda não li o primeiro e estou ansiosa por fazê-lo em breve. O Inferno me parece bom diante da resenha colocada aqui. Vou ler em breve e espero confirmar a minha opinião sobre o mesmo. Valeu!

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  25. Ainda não li nenhum livro dessa trilogia, parece ser ótima, gosto muito de mitologia, estou bastante interessada em ler!

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