Oi amores! Como estão?
Faz uma eternidade que não posto essa coluna, não é mesmo? Mas só com a chegada das férias foi que consegui assistir os filmes e séries que queria, e é justamente sobre uma delas que vim falar hoje!
In The Flesh começou como uma minissérie de três episódios do canal inglês BBC Three, mas fez sucesso e conseguiu ser renovada para uma segunda temporada, dessa vez, com seis episódios. Com uma trama aparentemente simples, In The Flesh conquista com sua profundidade e honestidade, personagens bem realistas e um elenco maravilhoso.
Tudo começa quando em uma noite qualquer os mortos resolvem se levantar e com fome por carne humana. Um verdadeiro apocalipse zumbi varre o mundo e ameaça por fim na vida como nós conhecemos. Entretanto, como é de se esperar, os vivos não se deixam abater tão facilmente e reagem diante o novo inimigo. Grande parte dos zumbis são eliminados, mas outros são capturados pela Human Volunteer Force, HVF, ou Força Voluntária Humana em português.
Na busca para a cura dos mortos-vivos, cientistas acabam descobrindo um modo de, a partir de drogas, remédios, torná-los novamente "civilizados". Os zumbis ainda estão mortos e sem o tratamento continuarão sendo as bestas comedoras de carne parcialmente decompostas, mas com ele voltarão a pensar e sentir como nós. A ordem se estabelece novamente e vida parecer voltar a ser o que era, exceto que agora os zumbis não são mortos-vivos e sim vítimas da Síndrome de Falecimento Parcial (Partially Deceased Syndrome - PDS), que além dos medicamentos, contam com a ajuda de lentes de contato e maquiagem corretiva para que possam parecer com qualquer outro ser humano normal. Os portadores da doença já tratados são reintegrados a sociedade, mas, como é de se esperar, é impossível que eles retornem a vida que tinham antes de morrer.
No meio desse novo mundo acompanhamos Kieran Walker, um adolescente vítima da Síndrome de Falecimento Parcial. Kieran suicidou quando soube que seu melhor amigo Rick morreu no Afeganistão, mas seu corpo não fora cremado como ele queria e sim enterrado, o que selou o seu destino de se levantar novamente naquela fatídica noite. Como os outros, Kieran vagou pelas ruas, atacou e comeu pessoas, apesar de que tem apenas pequenos flashes de lembranças de tais momentos. Agora, medicado e com suas lentes contatos e maquiagem, ele está voltando para a pequena cidade onde morava.
Na primeira temporada acompanhamos Kieran "de volta" a sua vida, apesar de que nada, jamais, será o mesmo. Seus pais estão felizes pelo retorno do filho, mas sua irmã Jem, que participou da Human Volunteer Force e viu de perto o que os zumbis são capazes de fazer, não compartilha do mesmo sentimento e definitivamente não está tranquila pela volta do irmão. Kieran não encontra rejeição e repulsão apenas dentro de casa. Há muitos que compartilham dos medos e ódio de Jem e que acreditam que os mortos deveriam permanecer e voltar para o seu túmulo. Mas felizmente ele encontra apoio em Amy, outra vítima da Síndrome de Falecimento Parcial, mas que tem opiniões e um modo de ver a vida - e a morte - bem diferentes dos deles.
Além dos questionamentos e sentimentos dos outros, o garoto também tem de lidar com as próprias dúvidas e emoções. Kieran não morreu acidentalmente ou por causa de uma doença como a maioria, ele escolheu deixar a vida que tinha para trás e agora, por forças além da sua compreensão, ele é obrigado a voltar a ela. Parte dos sentimentos e motivos que o levaram a morte ainda o perturbam, se ele não queria viver antes, porque quereria agora, ainda mais em um mundo traumatizado e aterrorizado por causa de pessoas como ele, mortos que receberam uma segunda chance, ou, dependendo do ponto de vista, a maldição de viver novamente? Enquanto Kieran vai desvendando seus sentimentos, o telespectador vai desvendando o garoto. Por que a morte do amigo Rick o afetou tanto? Havia entre eles mais do que amizade? Quais segredos Kieran levou para o túmulo e quais ele guarda desde que se levantou de lá? E será que Kieran vai conseguir encontrar seu lugar entre os vivos ou não há espaço para os Parcialmente Mortos?
E é justamente essa última pergunta um dos ponta pés da segunda temporada.Vivos e Parcialmente Mortos podem conviver? Uma luta política se trava no país, defensores dos PDS e os não simpatizantes dos mesmos brigam pelo poder. Ataques terroristas deixam a situação ainda mais tensa. Enquanto os vivos se dividem em dois lados, uma parcela dos Parcialmente Mortos também se segrega. O grupo extremista The Undead Prophet acredita que os Parcialmente Mortos são os verdadeiros merecedores do mundo e do poder. Eles procuram pelo primeiro Renascido e não são os únicos. Acredita-se que, a partir da descoberta do primeiro zumbi, será possível desencadear uma segunda Ascensão, o que daria aos Parcialmente Mortos mais poder e pessoal para que eles assim pudessem tomar seu lugar de direito, algo que certos grupos definitivamente querem evitar.
E os mortos ressuscitarão novamente incorruptíveis 12/12
Kieran não vive alheio a todas essas tensões, as sente dia após dia. Com os sentimentos um pouco mais equilibrados, parte sua aceita a vida simples que ele está levando, enquanto outra parte está ansiosa para trazer de volta antigos sonhos de liberdade. Kieran quer e sabe que um dia terá que partir da sua pequena cidade e, conforme ela se transforma cada vez mais intolerante a pessoas como ele, o garoto sente que seu tempo naquele lugar acabou. Entretanto, a volta de Amy, que passara um tempo com o pessoal do The Undead Prophet, muda um pouco as coisas. Com a amiga ao seu lado, Kieran se sente mais confiante para enfrentar os desafios e preconceitos do dia. Mas ela não voltou sozinha, trouxe consigo Simon Monroe, um dos líderes do grupo The Undead Prophet, e que está ali por motivos poucos claros. Como Amy, Simon tem opiniões bem fortes sobre o lugar dos Parcialmente Mortos no mundo, mas Kieran definitivamente não compartilha das mesmas crenças dos dois. Porém, cada vez mais os PDS são lançados a margem da sociedade e tratados com intolerância. A hostilidade entre Parcialmente Falecidos e vivos cresce e chega até mesmo ao seio familiar de Kieran, o que o leva a admitir que está perdido entre o mundo dos mortos e dos vivos, mas que ele só pode pertencer a um deles. Será que Kieran conseguirá definir - e aceitar - quem ele realmente é? Simon já parece saber, mas o garoto não está certo de que quer ser quem o seu novo amigo - que pode se revelar mais do que isso - deseja.
Com cada capítulo recheado de ação e emoção, In The Flesh conquista desde o primeiro episódio. Mas se a primeira temporada é incrível, a segunda é indescritivelmente maravilhosa e bela. A série a partir de um enredo simples, consegue criar uma história envolvente e inteligente, que cativa, diverte e emociona. Não sou muito fã de zumbis, exceto quando eles são mostrados, como em In The Flesh, como uma metáfora para a natureza humana, para situações e problemas reais. Sabemos muito bem que a sociedade humana sempre teme aquilo que vai além da sua compreensão, mas mais do que isso, em vez de tentar entender o desconhecido, ela prefere tratá-lo como o mal para tudo o que há de errado no mundo. Não temos zumbis, ou Parcialmente Mortos, na nossa sociedade, mas o preconceito é algo real. E as consequências que a discriminação traz para a vida daqueles que a sofrem são muitas vezes ignoradas.
Entretanto, outro lado interessante de In The Flesh, é que ele não mostra só os zumbis e o que eles sofrem. A série também aborda o impacto que os mortos de volta a vida trouxeram sobre os que ainda estavam vivos. Diferente de outras histórias de zumbis, a série não traz os zumbis como malvados que devem ser mortos e os vivos como heróis do mesmo em que não faz do zumbis os coitadinhos e os humanos os grandes vilões. In The Flesh traz as diferentes reações e interpretações que a Ascensão dos zumbis trouxe, sem apontar certos e errados, vilões e heróis.
A segunda temporada, em especial, amplia a gama de discussões que a trama pode trazer. E uma delas foi o fanatismo religioso. Uma sociedade em conflito e instável sempre abre espaço para radicalismos e extremismos, o que pode ser muito, muito ruim. Como se viam em uma sociedade que não os aceitava, os zumbis criaram sua própria doutrina, sua forma de encontrar aceitação, que acabou se tornando uma ameaça para os vivos, o que podia ter sido evitado se os mesmos tivessem sido um pouco mais abertos e tolerantes.
Além da trama em si com seus muitos significados e lições, In The Flesh tem outro trunfo: os personagens. A série adentra profundamente na vida de diferentes personagens, o que deixa a história mais dinâmica e mais real. Nada em In The Flesh é muito fantasioso, exceto a parte dos mortos voltando a vida, o que mesmo assim é tratado de uma forma brutalmente real. Os personagens não são personalidades excepcionais, mais mesmo assim são figuras únicas e com papéis importantes dentro da trama. Cada um deles tem os próprios conflitos e dilemas que enriquece e amplia a trama. E aliado a personagens muito bem construídos e aproveitados, temos atores que conseguem passar cada nuance das personalidades de cada um com perfeição.
Eu sou apaixonada pelo Kieran, com sua bondade e coragem, mas também medos e dúvidas. A Amy também é uma das minha preferidas, com sua sinceridade e acidez, mas também fofura e lealdade impressionante. O Simon me conquistou primeira pela sua crença inabalável, que em um segundo momento acabou me deixando com raiva, e também com sua capacidade de conseguir ver além de sua fé e aprender a apreciar o que realmente importa. Jem, a irmã de Kieran, é minha humana viva favorita. Na primeira temporada ela me conquistou pela força e determinação, já na segunda por mostrar que ninguém é completamente inabalável e que tudo deixa uma marca em nós.
Uma série emocionante e poética, In The Flesh é mais do que uma historinha de zumbis, é um retrato muito real e brutal da natureza humana em sua totalidade, que mostra nossas fraquezas, feiuras e mazelas, mas também nossas forças, belezas e capacidade de construir algo bom em meio há muitas coisas ruins. In The Flesh não mostra só o preconceito, os embates ideológicos e políticos, as dúvidas e os medos, a série também mostra a amizade e o amor verdadeiros, a coragem e a superação dos problemas e medos. In The Flesh nos dá um choque de realidade, mostra o ruim para entendermos que é possível fazer o bom. Particularmente, como amo o seriado, não posso deixar de recomendá-lo a todos e dizer que vale muito a pena assistir.
Confiram dois trailers e mais fotos da série e não deixem de comentar o que acharam do post!
Ando vendo muitas séries, não tinha tempo pra viver, mas vou aproveitar esse hiatus de fim de temporada até outubro pra ver esta... até baixei já XD
ResponderExcluirAMO series com zumbis e ai meu deeeus preciso ver essa serie..já anotado aqui :D
ResponderExcluirhttp://livroaoavesso.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/livroaoavesso
Parece ser uma série diferente do que andamos vendo por aí.
ResponderExcluirSentimentos e questionamentos parecem ser o foco.
Achei bem diferente!
Adoro o tema de zumbis e não conhecia essa série. Parece ser muito interessante e bem sinistra. As imagens são cabulosas... rsrs
ResponderExcluirMas fiquei tentada a assistir. Acho que depois vou procurar uns episódios pra ver.
Bjok
Gosto muito de histórias de zumbis. Essa série parece super legal. Vou procurar assistir.
ResponderExcluirNão conhecia a série, mas ... uau, parece muito legal, sempre gostei de coisas sobrenaturais, e essa série é bem o que gosto . Apesar de ser bem curtinha né, mas vou dar uma olhada .
ResponderExcluirNão sei nem dizer se gostei ou não. Fiquei na dúvida se assisto ou não. Por um lado me chama a atenção e por outro nada de mais nessa série. Acho que não tenho opinião formada, por isso vou assistir o primeiro episódio
ResponderExcluirde boa, fiquei MUITO a fim de ver. Vou procurar pra assistir on line *--*
ResponderExcluiradorei esse lance deles voltarem a conviver em sociedade. E vai matar minha vontade de zumbis, já q TWD só em outubro. xD
bjs
http://torporniilista.blogspot.com.br/
Medo!
ResponderExcluirNão gosto muito de zumbis!
=)
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Rs, a série não dá medo, ela é mais drama mesmo. Mas eu também não sou super fã da maioria dos zumbis!
ExcluirNão conheço esta série, mas confesso que não me interessou.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Não conheço esta série, mas confesso que não me interessei.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Eu vi a primeira temporada assim que saiu. Só estou agilizando algumas séries que estão super atrasadas para acompanhar a essa segunda temporada. Não imaginei que a série ia ser tão boa como foi, super ansiosa pra conferir essa continuação.
ResponderExcluirBeijos.
MEDO. Nunca tinha ouvido falar sobre está série. Não assisto muito série que me assustam, só filmes, então não sei se assistiria.
ResponderExcluirOi Duda, In The Flesh nem assusta! rs A série é mais drama misturado com suspense do que terror!
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