Título: Terras Metálicas
Autor: Renato C. Nonato
Editora: Novo Século
Selo: Novos Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 978-85-7679-796-8
Ano: 2012
Páginas: 616
Classificação: 5/5 [ótimo]
Sinopse: A Última Guerra lavou a atmosfera com uma massa nuclear, tornando-a incapaz de sustentar a vida. Para continuar sobrevivendo, a humanidade precisou se adaptar, isolando-se numa atmosfera artificial: a Esfera, local onde tem se mantido com o passar das gerações. A utopia da sociedade reinou desde então, com a paz sendo mantida com mão de ferro pela Elite. Mas essa paz pode acabar… Raquel é uma recém-formada em primeiro nível na Academia, que passa seu tempo livre entre Saturno – o parque temático da Esfera – e divagações sobre seu sonho de voar. Ao iniciar uma nova etapa de vida, ela vai encarar a cerimônia de implante que pode tornar esse sonho realidade, se a habilidade dos Túneis lhe for conferida. Mas essa nova etapa também vai levá-la por caminhos perigosos… Raquel descobrirá que o IA, responsável por todos os sistemas de sobrevivência da Esfera, está com os dias contados. Como manter a sanidade sabendo que a vida tal qual você conhece está para acabar? Raquel ainda não tem essa resposta, mas vai precisar encontrá-la. E para isso ela precisará, mais do que nunca, da ajuda de seus amigos… Tashi, Tales, Ângelo, Camila, Liceu, Isabela e Nirvana lhe darão sustentação quando tudo o mais na utópica Esfera estiver ruindo.
Harry Potter com tecnologia de ponta. Onde posso comprar meu tashi e uma dose de Pangeia?
Pouco se sabe sobre a vida antes da Esfera. A Grande Crise, causada pelo grande aumento populacional e problemas no mainframe, uma espécie de “supercomputador” que controla todas as atividades na Esfera e que permite a vida lá, incapacitou as futuras gerações de conseguir acessar os dados sobre a vida antes da Última Guerra. Mas uma coisa é certa e essa foi passada de geração em geração: a guerra na superfície tornou o planeta inabitável, um caldeirão nuclear, e condenou a humanidade sobrevivente a viver na Esfera, uma atmosfera artificial criada debaixo na terra.
“- Eu já cansei de dizer isso, as pessoas têm o direito de saber!- As pessoas tem o direito à paz até que a paz não possa mais ser mantida.” – Pág. 268
Raquel nasceu na Esfera de muitos anos depois da Grande Crise, onde o mainframe já em perfeita ordem continua provendo uma vida confortável para a todos os habitantes. A única preocupação da garota de 12 anos é relativa à Cerimônia de Implante, onde um pequeno chip implantado na sua medula revelará se ela será uma Bio, Sibério, Antena, Exilada ou, o que ela mais deseja, Túnel. Bios são capazes de controlar, e modificar até, certos aspectos do corpo. Sibérios conseguem esquentar ou esfriar qualquer coisa. Antenas são capazes de ler e controlar mentes e Túneis são capazes de mover objetos a distância e, com muita prática, mover o próprio corpo de modo que eles possam, de certa forma, voar, que é o que Raquel mais deseja. Os Exilados são aquelas pessoas cujo chip não consegue agir e que, assim, não tem nenhuma habilidade especial.
“- sentimentos nobres são a principal causa de morte. Usem o cérebro em vez do coração e deem o fora daqui.” – Pág. 525
O dia do Implante chega e para a felicidade de Raquel, ela é mesmo uma Túnel, assim como sua melhor amiga Camila. Tales, outro amigo das duas, se revela um Bio enquanto Ângelo, também amigo deles, acaba sendo, para a surpresa de todos, um Exilado, coisa que não acontecia há algum tempo. Apesar da surpresa por Ângelo ser um Exilado, os quatro amigos conseguem superar esse primeiro obstáculo e continuam seguindo sua rotina, agora muito mais atarefada, já que eles precisam aprender a controlar suas novas habilidades e, no caso de Ângelo, estudar ainda mais para compensar o fato de não ter, como os outros, o poder do chip para ajudá-lo.
“- A justiça nem sempre é justa – Isabela bufou.- O que isso quer dizer? – Tales perguntou.- Quer dizer problemas.” – Pág. 266
Em uma das aulas, Raquel acaba demonstrando um avanço mais rápido do que os outros alunos, o que a torna a nova favorita de sua professora Olívia, uma bela e poderosa Túnel. Em uma conversa com a aluna, Olívia acaba revelando que o atraso de resposta no mainframe, um dos fatores da Grande Crise, jamais fora consertado. Assustada e intrigada, Raquel sente que precisa saber mais. Com a ajuda dos amigos e de seu tashi - o mascote robótico dos jovens da Esfera, máquinas esféricas, extremamente inteligentes e que flutuam -, Raquel invade a sala dos professores e copia todas as informações do terminal da professora. Nas informações roubadas, a garota encontra dados extremamente secretos, além de confirmações do atraso no mainframe e uma contagem assustadora de um pouco mais de três anos para o colapso total da máquina e da própria Esfera.
“Tudo culpa das pessoas. (...) Gente demais em um espaço muito controlado. Raquel sabia o mínimo de história para se dar conta de que morava em um caldeirão prestes a explodir.” – Pág. 403
Com as informações adquiridas, Raquel sabe que não pode ficar sentada enquanto seu lar e a única vida que conhece estão próximos do fim. Com ajuda de seu tashi (chamado Tashi), Ângelo, Tales, Camila e seu tashi Liceu, a garota irá atrás de mais respostas, mas conseguirá cada vez mais perguntas e problemas. Para piorar, a Facção, grupo rebelde da Esfera, parece não ser um mito, como todos pensavam. Conforme fica claro que alguém não está satisfeito com a Elite, grupo de pessoas que governa a Esfera, a situação vai ficando cada vez mais tensa e a Esfera mais próxima da extinção, só que não por problemas em suas máquinas, mas sim por uma guerra entre seus habitantes. Conforme fica cada vez mais difícil definir quem é o verdadeiro inimigo, Raquel e seus amigos aprofundam ainda mais nessa história, e mesmo com as verdades e certezas começando a ficar turvas, eles sabem que o problema do mainframe ainda precisa ser resolvido, nem que para isso eles tenham de quebrar a mais perigosa das Restrições.
“- (...) A Facção existe e está agindo por aí... E escute o que vou dizer: mais cedo ou mais tarde vai ser impossível ignorá-la.” – Pág. 103
Em uma mistura perfeita de distopia e ficção científica, “Terras Metálicas” traz uma história cativante, emocionante e singular. Os protagonista juvenis vivendo uma grande aventura com ajuda de seus poderes muito me lembrou a famosa saga do bruxinho Harry Potter, histórias que adoro e que aqui estabeleço uma comparação como elogio. Apesar de trazer muitos elementos já vistos, “Terras Metálicas” consegue superar os clichês e criar uma história e universo únicos.
Diferente de grande parte das histórias de ficção científica, a humanidade aqui busca abrigo não nas estrelas, mas sim debaixo da terra quando a superfície do planeta fica inabitável – o que achei muito mais original e convincente do que naves espaciais de alta tecnologia. O que não quer dizer que a Esfera carece de tecnologia de ponta. Pelo contrário. Desde os “metrôs” subterrâneos, mascotes metálicas chamadas tashis, alimentação por cápsulas, terminais pessoais (uma mistura de tablets com computadores muito mais avançados), aos chips de habilidades instalados diretamente na medula, tudo na Esfera, inclusive a própria estrutura dessa atmosfera artificial, respira a metal e avanço científico nas suas mais evoluídas formas. Entretanto, o autor não cria um universo surrealista e sim um retrato de um possível futuro da humanidade, onde as tecnologias que conhecemos apenas estão mais avançadas.
Nonato também acertou na trama bem construída, sem pontas soltas e muito surpreendente. O final foi simplesmente perfeito e deixa um gostinho de quero mais (mas não acho que o livro deva ter uma continuação). O autor escreve bem, sua narrativa em terceira pessoa é leve, objetiva e fluída. O livro só não tem uma leitura mais rápida por causa do seu grande volume, o que o deixa um pouco cansativo, mas não menos atrativo e divertido. Não acho que nada deva ser mudado e que “Terras Metálicas” está perfeito como está, qualquer corte tiraria um pouco do brilho da história. Como a narrativa, os personagens são cativantes e bem construídos. Cada um tem personalidade própria e papel na trama. Gostei bastante de Raquel com sua coragem, sede por aventuras e bondade, de Camila com sua lealdade, de Tales também com lealdade e sede por diversão, de Ângelo com sua inteligência e também muita coragem e de Isabela com sua determinação. É preciso falar também dos tashis Tashi, Liceu e Nirvana, essas máquinas fofas que conquistaram um lugar no meu coração e que me divertiram bastante.
Quanto a revisão, também não há reclamações. A diagramação, apesar de simples, estava boa: gostei das páginas amareladas, do tamanho e tipo da fonte. Encontrei alguns poucos erros no livro, mas nada que prejudique a leitura. A capa é linda e combina perfeitamente com a história.
Divertido, intenso e surpreendente, “Terras Metálicas” é um livro que recomendo para todos os amantes de uma boa distopia misturada a ficção científica. Os loucos por tecnologia se sentirão em casa, assim como aqueles que gostam de uma boa aventura. Esse é o tipo de livro que nos faz mergulhar em seu universo e até mesmo desejar viver nós mesmos aquela história. Sério, onde posso comprar meu tashi e uma dose de Pangeia, a bebida da Esfera? Agradeço imensamente ao autor pela oportunidade de conhecer sua obra e espero ansiosamente para ler mais de suas histórias.
Diferente de grande parte das histórias de ficção científica, a humanidade aqui busca abrigo não nas estrelas, mas sim debaixo da terra quando a superfície do planeta fica inabitável – o que achei muito mais original e convincente do que naves espaciais de alta tecnologia. O que não quer dizer que a Esfera carece de tecnologia de ponta. Pelo contrário. Desde os “metrôs” subterrâneos, mascotes metálicas chamadas tashis, alimentação por cápsulas, terminais pessoais (uma mistura de tablets com computadores muito mais avançados), aos chips de habilidades instalados diretamente na medula, tudo na Esfera, inclusive a própria estrutura dessa atmosfera artificial, respira a metal e avanço científico nas suas mais evoluídas formas. Entretanto, o autor não cria um universo surrealista e sim um retrato de um possível futuro da humanidade, onde as tecnologias que conhecemos apenas estão mais avançadas.
Nonato também acertou na trama bem construída, sem pontas soltas e muito surpreendente. O final foi simplesmente perfeito e deixa um gostinho de quero mais (mas não acho que o livro deva ter uma continuação). O autor escreve bem, sua narrativa em terceira pessoa é leve, objetiva e fluída. O livro só não tem uma leitura mais rápida por causa do seu grande volume, o que o deixa um pouco cansativo, mas não menos atrativo e divertido. Não acho que nada deva ser mudado e que “Terras Metálicas” está perfeito como está, qualquer corte tiraria um pouco do brilho da história. Como a narrativa, os personagens são cativantes e bem construídos. Cada um tem personalidade própria e papel na trama. Gostei bastante de Raquel com sua coragem, sede por aventuras e bondade, de Camila com sua lealdade, de Tales também com lealdade e sede por diversão, de Ângelo com sua inteligência e também muita coragem e de Isabela com sua determinação. É preciso falar também dos tashis Tashi, Liceu e Nirvana, essas máquinas fofas que conquistaram um lugar no meu coração e que me divertiram bastante.
Quanto a revisão, também não há reclamações. A diagramação, apesar de simples, estava boa: gostei das páginas amareladas, do tamanho e tipo da fonte. Encontrei alguns poucos erros no livro, mas nada que prejudique a leitura. A capa é linda e combina perfeitamente com a história.
Divertido, intenso e surpreendente, “Terras Metálicas” é um livro que recomendo para todos os amantes de uma boa distopia misturada a ficção científica. Os loucos por tecnologia se sentirão em casa, assim como aqueles que gostam de uma boa aventura. Esse é o tipo de livro que nos faz mergulhar em seu universo e até mesmo desejar viver nós mesmos aquela história. Sério, onde posso comprar meu tashi e uma dose de Pangeia, a bebida da Esfera? Agradeço imensamente ao autor pela oportunidade de conhecer sua obra e espero ansiosamente para ler mais de suas histórias.
“- A Elite só está tentando evitar um caos.- A Elite está deixando todos às cegas para poder se safar quando o mainframe pifar. A Esfera não pode esperar mais. Pela Esfera e para a Esfera, não é esse o lema que adoram usar? Pois é nosso lema também, e vamos segui-lo até o fim. Não vamos deixar a Elite destruir o mainframe – o líder da Facção afiou os olhos e a voz – Nós não vamos deixar a Esfera morrer.” – Pág. 418/419
Oi amiga, legal sua comparação com Harry Potter, porém ficção científica não é meu estilo e não leria no momento, apesar de ter gostado da sua resenha e dos Tashi's.. Quero um também!!
ResponderExcluirParabéns ao Renato por criar está história que parece ser tão surpreendente, desejo Sucesso!!
beijos Mila
http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/
aiai, não gosto deste tipo de livro não ;x
ResponderExcluirOi.
ResponderExcluirPrimeiro desejo sucesso ao Renato e ao blog.
Bom este livro tinha chamado minha atenção até fiquei de comprar ele com o Renato, mas já nem sei porque não gosto de Harry. rs
Se um dia vir a ler espero gostar.
Beijos
http://fernandabizerra.blogspot.com.br/
Oi Ana!
ResponderExcluir5* ??? Super recomendado!
Distopia e ficção, cativante e singular só por esta parte de sua resenha já fiquei interessada e qd vc diz que supera clichês e cria uma história nova, aí incluí na whislist com lugar de honra rs
HP com tecnologia de ponta!
Adorei isso <3
Bjss
Eu adorei o enredo do livro! Distopia com ficção científica realmente não é algo que se encontra por aí o tempo todo, e achei ótimo, ainda mais por envolver elementos que sempre gosto em uma narrativa.
ResponderExcluirBeijos
Achei muita encantador esse universo que o autor criou. Estou com o livro em casa, e a cada resenha fico mais tentada a iniciar a leitura!
ResponderExcluirO que chamou ainda mais a minha atenção na sua resenha, foi a comparação com HP, então Terras Metálicas já é o próximo livro da minha lista com certeza! rs
Espero que eu goste tanto quanto você :)
Até mais!
Gostei bastante da sinopse e da resenha.achei bem interessante a estória mas não curti muito a capa se eu o visse numa livraria não compraria logo de cara =P
ResponderExcluirhttp://livroaoavesso.blogspot.com.br
Livros de ficção científica e distopias não chamam a minha atenção, mas daria uma chance por ser um autor brasileiro e por ler comentários positivos sobre o livro.
ResponderExcluirGostei muito da resenha embora o livro não tenha me chamado a atenção, talvez devido a sua capa que é meia estranha. Mas agora, lendo sua resenha, me interessei pela história. Lerei um dia com certeza.
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