Título: Presságio
Subtítulo: O Assassinato da Freira Nua
Autor: Leonardo Barros
Editora: Novo Século
Selo: Novos Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 978-85-7679-804-0
Ano: 2012
Páginas: 224
Classificação: 5/5 [ótimo]
Sinopse: Alice tem 26 anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Beato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece em nada com o homem que ela viu em sua premonição. Agora, Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima. Suspense, misticismo e sensualidade se misturam neste fantástico thriller policial que parece ter a capacidade sobrenatural de manter seus leitores alucinados da primeira à última página.
Alice é uma garota comum, ou quase. Ela possui o dom da clarividência, que se manifesta de uma forma bem incomum: durante um orgasmo. Como é de se imaginar, o dom dela nunca foi exatamente uma benção e todos os psiquiatras que já consultou insistem que ela é louca. Durante uma festa, Alice acaba ingerindo drogas e tendo mais um presságio: ela vê Vívian, uma ex-colega com quem um ex-namorado a traiu, ser brutalmente assassinada por um cara fantasiado de diabo.
“Agora, Alice ouvia o mórbido estridor de resquícios de ar trespassando a glote de Vívian. Os olhos saltados em surpresa. Os músculos relaxando. Ouviu a voz baixinha que dizia:- Está morta. A Freira Nua está morta” (Pág. 35)
Quando a Vívian é encontrada morta no dia seguinte, exatamente da maneira que Alice previu, usando apenas uma parte da fantasia de freira que usava na noite anterior, ela se sente compelida a ajudar resolver o crime. A garota vai à polícia, mas, além de ser ridicularizada e desacreditada pelos policiais ao revelar que possui o dom da clarividência, ela ainda descobre que o culpado já foi achado. Apelidado de Beato Judas, Danilo Ferreira é acusado pela morte de Vívian, assim como pela de Irmã Bianca, uma freira de verdade que fora assassinada algum tempo antes. O garoto acusado era não só aluno de Bianca, mas seu amante, e dizia a ter matado por amor, apesar de negar veementemente ser o autor do assassinato de Vívian.
Independentemente da negação de Danilo a polícia segue com as investigações, tendo ele como culpado. Alice não nega ou confirma a culpa do rapaz quanto a morte de Bianca, mas sabe que ele não matou Vívian. O homem que matou a enfermeira era alto e extremamente forte, completamente diferente de Danilo Nenhuma outra pessoa alega ter visto Vívian com o tal cara vestido de Diabo, então a declaração de Alice se torna inútil, ainda mais pela grande quantidade de drogas que ela e todos os presentes consumiram no dia da festa.
“- Às vezes, o ódio pode transformar o mais fraco dos homens em um monstro. É comum que vejamos loucos aparentemente desprovidos de força física que se tornam poderosos sob efeito da fúria.” (Pág. 87)
Compelida a seguir em frente com essa história, Alice começa a seguir sua própria linha de investigação, o que acaba a colocando em maus lençóis. Usando seu dom como guia na busca pela verdade, a garota acabará começando a soar como uma louca, até mesmo para seus amigos, como sua colega de quarto Geórgia e o namorado dela, Wálter. Mas Alice sabe que está certa. Não sabe? Quando começa a perceber que todos tinham um motivo para matar Vívian, inclusive ela mesma, Alice percebe que precisa ir até o fim. Nem que para isso tenha que colocar em jogo sua própria vida ou sanidade.
“Todo mundo tem seus segredos. A Irmã Bianca não era diferente de ninguém.” (Pág. 12)
“Presságio - O Assassinato da Freira Nua” é um thriller de tirar o fôlego, do início ao fim. Com pequenas surpresas a cada capítulo, o livro envolve o leitor logo na primeira frase, levando-o adiante de forma deliciosa até o fim eletrizante e surpreendente. Barros soube construir seu suspense de maneira inteligente, deixando pequenas pistas ao longo da história, apenas para nós deixar de boca aberta durante não só o final, mas em todo o livro. Recheado de ação e sexo, o livro é chocante pelo modo explícito como aborda as cenas de prazer e violência que, aqui, estão intimamente ligadas. “Presságio” é um suspense quase bizarro, que além de chocar, deixa o leitor tenso, do início ao fim, mas também vidrado na história. A narração contribui bastante para isso, apesar de conduzir o texto em terceira pessoa, o autor mergulha no íntimo dos personagens, mostrando seus pensamentos e comportamentos sem qualquer pudor, deixando claro que aqui, como na vida real, ninguém é santo. Nem mesmo as freiras, coitadas, estão salvas.
Os personagens tão reais foram, talvez, o fator que mais me chocou a princípio. Esperava um romance policial como os outros, onde bandidos e mocinhos são bem definidos. Mas, em “Presságio”, é impossível dizer quem é quem. Claro, existem aqueles que cometeram seus crimes, mas quando me deparei com a protagonista se perguntando se ela não poderia ser a assassina de Vívian, percebi que, mesmo que não cometessem algo terrível, todos os personagens, como na vida real, eram capazes disso. E a possibilidade de corrupção, traição, falsidade, violência e até mesmo assassinato aberta em todos eles é de assustar, ainda mais por retratar nada além que a realidade. Alice é uma personagem cativante e, definitivamente, diferente. Seu dom e a condição específica no qual ele se manifesta foi algo completamente inovador e, sem falta de outra palavra para definir, bizarro. A garota conquista quando não desiste de buscar a verdade, o que acaba a colocando em situações que vão de hilárias a assustadoras. Os outros personagens também vieram na medida certa, cada um com personalidade própria, assim como lugar na trama. O que mais me surpreendeu foi o assassino de Vívian, só revelado no final da história, de todos os personagens, ele foi um dos poucos que não tinha nem passado pela minha cabeça.
Quanto à edição, a editora fez um belo trabalho. Esse foi o segundo livro do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira que não estava com uma revisão sofrível e fico feliz em ver que o selo está melhorando, isso é muito bom para a editora e, principalmente, para os autores, que deram duro em sua obra e não merecem vê-la mal interpretada por causa dos erros de revisão. Até a melhor história do mundo perde seu brilho diante de erros que uma leitura rápida no texto poderia evitar. Enfim, não encontrei nenhum erro durante todo o livro e a diagramação é simples, mas bem feita. O tamanho e tipo das letras, assim como as páginas amareladas, deixaram o livro, que é curto e super leve, ainda mais rápido de ler. Também gostei bastante da capa, que combina com o estilo e a trama do livro. Entretanto, acho que a história merecia algo mais dramático e chamativo, que combinasse com o nome, como uma freira cheia de sangue e cara suspeita. Que tal, em? ;D
“Presságio - O Assassinato da Freira Nua” é um livro de leitura fácil, mas apenas para aqueles que não têm medo de uma história mais sombria, recheada com mortes, violência e o sobrenatural, onde todos esses elementos intensos se misturam em algo que beira ao bizarro, mas que não deixa ter seu lado real e crítico quanto ao comportamento humano. O estilo do livro e do autor, que mostra o pior em sua face mais crua e sincera, me lembrou bastante Brian Mcgreevy e seu “Hemlock Grove” (resenha aqui) e Joe Hill e “O Pacto” (resenha aqui), dois autores e livros que amo e recomendo. Agradeço imensamente ao Barros pela oportunidade de ler seu livro e lhe desejo muito sucesso tanto quanto as obras futuras quanto as já existentes, estou muito curiosa para ler ambas. Assim como estou muito curiosa sobre alguns aspectos de “Presságio” que espero poder esclarecer em uma entrevista com o autor, se ele me conceder essa honra.
“- Só é louco quem fala demais! Porque, se você não fala nada, as pessoas não adivinham o que está dentro da sua cabeça! Pode ser a pirada mais demente de todas! Mas, se você não fala nada, você é normal, entendeu?!” (Pág 160) – Esse foi meu quote favorito, que não deixa de trazer uma verdade bem interessante. ;D Algo que me encanta na mente humana é o fato de que você pode guardar ou provocar todos os tipos de coisas perversas dentro dela, sem que a maioria das pessoas saiba. Macabro? Sim, mas verdadeiro.
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vi bastante propaganda do livro, mas esta é a primeira resenha
ResponderExcluirfiquei mais curiosa ainda para ler, pois você sabe que eu adoro livros em que tenham sangue... morte e afins né? *-*
fiquei curiosa para saber o final, e o que acontecerá com Alice e Daniel ;~~
Oi, Ana.
ResponderExcluirConfesso que pelo título não fiquei tão interessada, mas ao ler a resenha e saber do que realmente se trata o livro, fiquei mega curiosa. Adora dar uma de detetive. <3
Romance policial é comigo mesmo.
xoxo
Oi Ana!
ResponderExcluirAssim como a Sabrina não tinha me interessado mto pelo título mas sua resenha me fez ficar curiosa.
Um thriller sempre é boa pedida e o mais bacana é qd além de eletrizante é surpreendente.
Um suspense inteligente onde é impossível dizer quem é o mocinho quem é o vilão.
E só descobrimos o vilão no final. Ponto para o autor.
bjss
Oii
ResponderExcluirJá tinha visto algumas pessoas comentando sobre esse livro mas nunca me interessei em procurar mais e conhecer o livro..sua resenha me clareou mais ^^ achei bem interessante a resenha agora quero saber mais sobre a Alice e todo esse misterio acerca do assassinato dessa freira =P
http://livroaoavesso.blogspot.com.br/
Oi Ana, adoro quando o autor nos conquista na primeira página, porque assim quando vemos já estamos quase acabando..
ResponderExcluirNão leio muito este estilo, mais gosto de vez em quando..
Sua resenha está instigante..
beijos Mila
http://dailyofbooks.blogspot.com.br/
Sou apaixonada por romance policial, e o livro de um escritor nacional com uma sinopse tão intrigante chamou minha atenção imediatamente.
ResponderExcluirO livro está na minha "Wishlist" desde que soube de sua existência.
Gosto de romances policiais e esse chama atenção por causa do modo que a protagonista se vê envolvida nele
ResponderExcluirLi Presságio com as expectativas lá em cima pelo tanto de resenhas que tão bem falaram do livro, mas me decepcionei. Gostei muito da narrativa, mas não fui cativada pelos personagens e não achei a escrita muito boa :(
ResponderExcluirQue bom que gostou.
Bjss
sete-viidas.blogspot.com
Não tinha visto esse livro ainda, mas me interessei pela resenha, torcendo pra ganhar o livro no sorteio, entrou pra listinha de livros que quero ler!
ResponderExcluirbeijos!
Esse livro é bem interessante, mas o tema dele não gosto muito. Pelo menos com resenhas vejo mais, só que ler não fiquei querendo;;;
ResponderExcluirConheci este livro através de várias resenhas espalhadas pela blogosfera. Depois o sorteei no blog em parceria com a Turnê Literária, mas, ficou aquela vontade de ler e te-lo pra mim. Sua resenha só aumentou essa vontade. foi pra lista, mas, ainda não consegui concretizar o sonho, vamos ver agora né?
ResponderExcluirParticipando e desejando muito ganhar!!
Eu quero muito esse livro!!
ResponderExcluirAmo mistério e esse livro parece ser otimo. A resenha me convenceu de q é otimo!!!
o.O Menina você gosta mesmo de algo bem impactante rs eu não conseguiria olhar pra capa se fosse uma freira ensanguentada. Concordo com você quanto ao dom da moça (o jeito que se manifesta) bem inusitado e até bizarro. Fiquei imensamente curiosa para saber quem é o assassino! Fiquei feliz em saber que a revisão está ok, adoro o selo novos talentos da editora e quanto mais cuidado tiver melhor ainda ;)
ResponderExcluirJá vai para os meus desejados
Beijos
Desde o lançamento desse livro que fiquei com vontade de lê-lo. Primeiro porque o título é bem impactante, depois pela sinopse que me deixou mais curioso. Agora essa resenha só fez comprovar. Gosto de histórias recheadas de suspense, mortes, violência, investigação e tudo o mais. Espero ter a oportunidade de ler em breve.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Eu sei que é errado julgarmos um livro pela capa, mas eu sou assim, primeiro a capa tem que me encantar – o que aconteceu com Presságio, foi amor a primeira vista – depois eu vejo a sinopse. Não é uma forma muito legal de ir atrás de livros interessantes, mas é uma mania – quase um vicio – que não consigo deixar de lado. Então para tentar reparar um pouco meu erro, hoje em dia mesmo não gostando do trabalho da capa vejo a sinopse.
ResponderExcluirEnfim, mas com Presságio não tive trabalho algum de não gostar, assim que coloquei meus olhos naquela capa misteriosa, meio sombria, cheia de segredos desejei fervorosamente ter o livro em mãos e graças ao Leonardo Barros tive a grande oportunidade de ler sua incrível obra e por horas me deliciar com sua escrita encantadora, envolvente.
Estou em uma época que quero desfrutar novos gêneros, normalmente leio romances água com açúcar, cheio de drama ou comédia, nunca me interessei por suspense, para mim qualquer livro que tenha morte eu passo longe, pois me sinto angustiada e não consigo me focar bem na estória, mas novamente consegui ir até o final, talvez pelo fato da escrita do Leonardo ser agradável, leve com uma leve pitada de humor em comparação com algumas obras mais fortes que tive a oportunidade de ler como 72 horas para morrer de Ricardo Ragazzo, este foi o primeiro suspense que li.
Eu gostei principalmente da leitura rápida e direta, ela me deixou mais presa, mas senti um pouco de falta na descrição dos locais, mesmo essa pequena falha não me desanimou. A cada parágrafo fiquei mais presa, me vi loucamente tentando descobri quem era o assassino, às vezes me pegava tentando incriminar um personagem e logo em seguida com as novas provas eu mudava totalmente de opinião. Eu adoro quando o autor consegue fazer esse pequeno joguinho com seus leitores, pois isto significa que a estória está fluindo bem, como deveria.
http://worldbehindmywall.fanzoom.net