Resenha: A Breve Segunda Vida de Bree Tanner - Stephenie Meyer

Título: A Breve Segunda Vida de Bree Tanner

Série: Crepúsculo

Volume: Extra, essa é uma história de Eclipse (Vol. 3)

Autora: Stephenie Meyer

Editora: Intrínseca

ISBN: 9788598078809

Ano: 2010

Páginas: 192

Classificação: 4/5 [muito bom]

Sinopse: Pela primeira vez Stephenie Meyer oferece aos fãs uma nova perspectiva do universo de "Crepúsculo". Na voz de Bree Tanner, uma jovem vampira integrante do violento exército de recém-criados que assola a cidade de Seattle no terceiro volume da série, "Eclipse", somos apresentados ao lado sombrio da saga. Bree vive nas trevas, sedenta por sangue. Não conhece sua verdadeira natureza e não pode confiar nos de sua espécie. Sua breve história acompanha a semana que antecede o confronto definitivo entre os recém-criados e os Cullen - a última semana de sua existência.

Bree é uma vampira de apenas três meses que tenta se manter nas sombras. Ela vive com outros vampiros recém-criados e passa seus dias ao lado deles, trancada em porões escuros para evitar que a luz do sol a faça explodir em chamas. A vida no porão é complicada, os vampiros do grupo se dividem entre duas gangues e fazem de tudo para se distrair, como brigar e arrancar membros um dos outros.

“Para ser bem honesta comigo mesma, eu me transformara numa perfeita vampira nerd. Seguia as regras, não causava problemas, convivia com os garotos menos populares do grupo e sempre voltava cedo para casa.” (Pág. 35)

Comandando todos esses vampiros está Riley, um vampiro mais velho e misterioso que serve a Ela, a vampira que transformou todos eles. Riley escolhe grupos de vampiros para caçar todas as noites e, em uma dessas noites, ela manda Bree com vampiros de uma das gangues nem um pouco cautelosos. Apesar das ordens de Riley, os vampiros fazem uma verdadeira bagunça. Diego, o vampiro mais velho de todos os recém-criados e o mais próximo de Riley, aparece e Bree acaba indo embora com ele.

Enquanto caçam, Bree e Diego acabam se aproximando, de um jeito que a garota jamais imaginaria. Bree acaba descobrindo que Diego não era quem ela pensava, assim como Riley. Diego tem sérias desconfianças sobre Riley e acaba as dividindo com a garota. Os dois se tornam amigos e, após descobrirem que o sol não os machuca, acabam decidindo investigar as reais intenções de Riley. Eles começam a indagar o motivo de sua criação e se Riley realmente sabe de tudo, ou se é apenas mais um servo Dela.

"Desliguei meu cérebro. Era hora de caçar. Respirei fundo, inalando o odor do sangue no corpo das pessoas lá embaixo. Não eram os únicos humanos por perto, mas eram os mais próximos. Quem você caça é o tipo de decisão que deve tomar antes de farejar a presa. Agora já era tarde demais para fazer qualquer escolha." (Pág. 19/20)

“A Breve Segunda Vida de Bree Tanner” traz um novo olhar sobre acontecimentos e personagens do livro "Eclipse", terceiro livro da série Crepúsculo. Li a série há muito tempo, mas a autora desenvolveu esse livro de modo que fosse perfeitamente possível entender a trama. Arrisco dizer que mesmo quem não leu ou viu a série, poderia ler esse livro sem problemas.

Bree foi desenvolvida de forma coerente com o modo como foi mostrada em Crepúsculo. Ela é uma adolescente que virou vampira, criada apenas para lutar no exército de Victoria. Entretanto, em “Eclipse”, a garota parece apenas uma vampira assustada, que se rende com medo de morrer. Mas, como vemos nesse livro, ela era mais esperta e corajosa do que aparentava e desde o início resistiu à ideia de lutar e a lavagem cerebral feita por Riley. Nesse livro, fica mais claro como ele também foi manipulado por Victoria do início ao fim. O envolvimento dos Volturi também é esclarecido. Eles realmente sabiam e apoiaram, de certa forma, as intenções de Victoria.

Foi muito interessante ver a autora escrever fora do olhar da Bella. Apesar de ter gostado muito da personagem e da série, acabei perdendo um pouco do carinho que tinha pelos dois por causa da grande exposição da mídia pelos filmes e atores. Entretanto, ler “A Breve Segunda Vida de Bree Tanner” reanimou em mim a mesma sensação que tive ao ler “A Hospedeira”, também da Meyer. Gosto da escrita da autora e dos personagens e tramas que ela cria. Após terminar esse livro, reacendi minhas esperanças nela e espero ansiosamente por histórias futuras. Entretanto, espero que suas obras futuras se distanciem de Crepúsculo, já que a série já foi devidamente encerrada e explorada ao máximo. Apesar de que amei “A Hospedeira”, também gostaria que suas futuras obras não estivessem relacionadas a essa. O livro terminou de maneira perfeita e mesmo os personagens secundários tiveram seu encerramento.

“A Breve Segunda Vida de Bree Tanner” complementa a série Crepúsculo, preenchendo algumas lacunas deixadas pela narração em primeira pessoa da Bella. Aqui vemos os vampiros fora da família Cullen, onde eles ainda não têm autocontrole e a sede por sangue os consome. Para que não gosta dos vampiros “vegetarianos” de Crepúsculo, talvez ler esse livro mostre que a autora não fugiu tanto assim das histórias originais e apenas criou um modo de vida para os vampiros que servisse aos propósitos de sua trama.

Gostei do livro e, apesar de saber como terminaria, acabei me surpreendendo e torcendo para que acabasse de forma diferente. Apeguei-me tanto aos personagens, que, na minha mente, prefiro imaginar que eles tiveram um desfecho diferente. Recomendo “A Breve Segunda Vida de Bree Tanner” para todos, mesmo para os que não leram ou não gostaram da série.

A editora fez um ótimo trabalho com o livro. A diagramação e tradução estavam perfeitas, não encontrei nenhum erro. O tamanho e estilo da fonte estavam bons. As páginas amareladas ajudaram a deixar a leitura mais rápida e nem um pouco cansativa e adorei os detalhes na parte superior e inferior da folha, assim como nos números das páginas. O livro é leve e curto, dá para levar para onde quiser e ler em pouquíssimo tempo. A capa, igual a original, é simples, mas bonita, e combina com a história. A ampulheta reforça a ideia da “breve” vida da protagonista e a areia vermelha, em contraste com o fundo preto, lembra mesmo sangue, algo obviamente marcante na vida de um novo vampiro.