Oi amores! Como estão?
Sei que nunca mais postei essa coluna, mas hoje ela está de volta e com um assunto, pelo menos para mim, bem delicado. O texto de hoje, como vocês dever ter percebido, é sobre emprestar livros. Confiram:
Não tenho nem de longe todos os livros que quero, mas todo mundo diz que tenho muitos livros. Como uma apaixonada por leitura, sempre tive livros, obsessão apoiada por meus pais, principalmente pela minha mãe, que também ama ler. Desde que criei o blog, o número dos meus livros aumentou consideravelmente. Hoje eles estão mais ou menos na casa dos 150, valor que não pensava em atingir, mas que agora percebo ser insuficiente. Estou sempre desejando livros e, conforma a vida permite, os comprando. Ultimamente tenho tentado me habituar a leitura digital, mas as vantagens dos ebooks jamais ganharam do prazer de se ter um livro em mãos, sentir e cheirar as páginas pessoalmente. Então, sempre que tenho oportunidade, compro um livro. Confesso aqui, para vocês, um desejo de infância que tornei uma das minhas metas de vida: ter mais de 1000 livros. Mas, hoje não venho para falar sobre comprar livros e sim sobre emprestá-los.
Fato: tenho muito ciúmes dos meus bebês. Livros são objetos eternos que, se bem cuidados, podem durar gerações. Imaginar-me velinha, relendo livros que adquiri na infância, me dá certa paz de espírito. Se conseguir superar todos os conflitos da vida e, no final, ainda tiver meus livros, saberei que fui feliz, mesmo se não tiver realizado os meus muitos sonhos. Esse carinho pelos meus livros sempre refletiu no modo como reagia quando alguém me pedia um livro emprestado. Lá dentro, no fundo da minha alma, não gostava de colocar uma das maiores preciosidades da minha vida nas mãos de outras pessoas, que poderiam não ser tão cuidadosas com eles como eu sou. Por isso, sempre dividi meus livros com duas pessoas apenas: minha mãe, que por ter me ensinado a amar a leitura, jamais poderia lhe negar um livro, e uma amiga, que sabia que cuidaria bem deles, já que os amava tanto quanto eu. Não que fosse fácil emprestar meus livros apenas para essas duas pessoas. Toda vez que colocava um exemplar meu em outras mãos, algo lá no fundo da minha pessoa se contorcia. Sei que a minha atitude era egoísta, mas, era assim que eu me sentia.
Nesse ano, 2013, finalmente realizei algo que desejava havia algum tempo: mudar de escola. Apesar de ter que deixar meus amigos para trás, foi uma decisão necessária, pensada para beneficio futuro. Queria uma escola mais rígida no ensino médio, visando claro, o temido vestibular, e consegui. Na nova escola, alguns colegas ficaram impressionados com o meu hábito de leitura insaciável, já que sempre me viam com um livro entre as trocas de horário ou no recreio. Assim como descobri novos amigos, descobri outros amantes da leitura na minha sala. Após conversarmos bastante sobre leituras, veio o que eu mais temia: eles começaram a me pedir livros emprestados.
Não consegui dizer não e emprestei meus livros, primeiro com o coração apertado, mas logo de forma completamente natural. Comecei a perceber que não era grande coisa e que minha reação antiga, além de egoísta, era exagerada. Meus livros não voltaram intactos, mas além dos poucos e imperceptíveis arranhados e estragados, eles ainda estavam conservados. Comecei a refletir sobre o assunto e logo me coloquei no lugar dos meus livros. Se eu fosse um livro, gostaria de ser lido uma, duas vezes e depois ficar quase que esquecido em uma estante por anos? Claro que não. Comecei a pensar também como uma escritora. Se algum dia eu realmente chegar a escrever um livro, o meu maior sonho atual, não gostaria de pensar em um exemplar da minha história esquecido em uma estante e sim nas mãos de quantos leitores possíveis.
Quando as pessoas me devolveram meus livros e trocamos opiniões sobre a história, comecei a ficar feliz por emprestar os meus livros. Mas, foi quando uma colega que jurava não ser capaz de ler um livro por inteiro me pediu um livro emprestado e, revelou mais tarde, que não sabia que ler podia ser tão bom, foi que percebi a importância do que estava fazendo. Sempre reclamava que as pessoas no nosso país leem pouco, mas, ao não emprestar meus livros, estava contribuindo para que a situação continuasse a mesma. Percebi que, ao emprestar meus livros para outras pessoas, eu estava disseminando a cultura, dando oportunidade de leitura para quem, talvez, não tivesse antes. Eu estava formando e incentivando leitores. Eu estava contribuindo, mesmo que indiretamente, para o futuro daquelas pessoas, para o futuro do nosso país.
Sempre pensava que ser cidadã era ir a passeatas, votar ou me envolver com política. Mas, como bem disse um antiga professora de filosofia, cidadania se exerce a todo momento, a todo lugar. Ao emprestar livros, eu estava sendo cidadã e, quem sabe, ajudando a formar mais e melhores cidadãos, melhores pessoas. Ao me dar conta disso tudo, comecei a ficar feliz ao emprestar um livro. Confesso que ainda temo pelos meus livrinhos, que me entristeço quando um deles volta um pouquinho mais estragado que os outros. Mas, penso nesses estragados como cicatrizes de guerra. Como bem disse Mário Quintana: “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.”. Meus livros foram a luta e contribuíram para a causa. Elas não mudaram o mundo, mas, quem sabe, podem ter mudado pessoas.
Hoje sou feliz por emprestar livros e desejo o mesmo para vocês. Emprestem seus livros, acreditem ou não, será melhor para todos: para a pessoa a quem se empresta, para o próprio livro, para você, para a economia e para o mundo. Sei que não parece muita coisa, mas é assim que as mudanças começam: com pequenas coisas, com pequenos passos. Para um mundo melhor, de pessoas melhores, leitores melhores e muitos, muitos mais livros: emprestem seus livros. Sempre, claro, com um aviso para que cuidem bem do seu bebê, caso a pessoa queira manter sua integridade física. rs ;D
Eu fico morrendo de dó quando meus livros que tanto amo ficam parados na estante para sempre. Então sempre que alguém me pede indicação de livro, eu sugiro algum que eu já li e ofereço para emprestar. Mas sempre fico "não esquece de me devolver", "cuida bem dele, viu?", "eu faço questão de ter de volta" e coisas assim!
ResponderExcluirAcho que um livro bom vale a pena ser lido pelo máximo de pessoas possível e, como eu gosto de ter o livro na minha estante, não vou deixar de emprestar!
Beijos,
Own Mine
Oi amiga, poxa legal seu post de hj, bom, eu empresto livros, mais são para poucas pessoas, não ligo de emprestar se me pedirem, todos que pediram me devolveram..
ResponderExcluirHj em dia meu circulo de amigos está baixo e tenho emprestado para poucas pessoas, mais é magnifico poder conversar com alguém que tenha a mesma paixão que vc!!
Adorei seu post!!
Tem resenha nova no Daily
http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/
Beijos
Adorei o texto mas ainda não tenho essa "mente" aberta pra emprestar meus livros pra qualquer pessoa que me pedir tive duas experiências nada satisfatória em emprestar meus livros a primeira eu emprestei meu xodozinho e veio td torto com o plasticozinho da capa levantado meio sujo (claro que quase tive um infarto né) na outra vez outro livro que eu gostava bastante foi e emprestei e a menina perdeu o livro (mas ela disse que vai comprar um que eu quisesse) sabe antes eu queria dividir os livros que eu lia e gostava com outras pessoas saber se elas gostaram da estória tanto quanto eu comentar sobre tal personagem hoje eu digo pra quem me pedir pra comprar e assim podemos dialogar sobre tal livro...hj em dia mal empresto meus livros somente pra aquelas pessoas que eu sei que tem o mesmo cuidado como eu e como eu sei disso? porque elas tem a mesma neura de pegar o último numa pilha de livros quando vai comprar :)
ResponderExcluirhttp://livroaoavesso.blogspot.com.br/
Olá Olá!!! Vou ser bem sincera eu tenho uma dor no coração ao emprestar meus livros, é quase um infarto. Mas eu os empresto no momento apenas para meu pai, que também me estimulou bastante a ler e para uma tia e prima, por enquanto os livros tem voltado em bom estado, mas sério ainda não me sinto exatamente confortável. Já aconteceu de nunca me devolverem um livro que eu amei, e é como se tivesse um enorme vazio na minha estante. Prefiro emprestar só para pessoas de confiança mesmo. Mas gostei do seu desprendimento, quem sabe um dia eu tbm seja capaz de praticá-lo :) Parabéns!
ResponderExcluirhttp://blogliterata.blogspot.com.br/
tenho poucos amigos, e desses poucos, apenas 2 gostam de ler! uma eu sempre empresto livros, e ela cuida deles melhor do que eu... já a outra, pegou poucos emprestados.
ResponderExcluirtambém sou super ciumenta com meus livros, pois dou duro para conseguir comprar eles, e o meu sonho também é ter mais de mil livros *-*
eu sei que é bom emprestá-los, que ler apenas 1 vez e guardá-los na estante não é junto nem com eles nem com o autor, mas acho difícil, sempre tenho um mini ataque cardíaco quando alguém os pede emprestado ;~~
acho que é impossível ler um livro e deixá-lo intacto né? então nada mais justo do que empestá-los, e o máximo que podemos fazer é implorar (e rezar) para que a pessoa não estrague-o ;~~
Inveja santa da sua estante de livros hehe, eu sempre empresto livros tem uns que não vejo de novo e as vezes não voltam como eu queria mas gosto de emprestar por que geralmente já li o livro e não tenho com quem comentar e quanto mais gente lendo melhor hehe
ResponderExcluirbjos
Texto bacana!
ResponderExcluirEu sei que tenho que desapegar, mas é difícil. Semana passada mesmo emprestei um livro para uma colega de trabalho do meu marido, isso porque ele insistiu muito por ela já ter emprestado um livro dela para ele. Mas e eu com isso?! Fiquei irada de oferecer um dos meus bebês. Nossa! Foi difícil, mas eu emprestei. Só que depois eu fico me lamentando e fico arrasada. Pode isso? rsrs
Acho que livro é pessoal como calcinha, escova de dente, essas coisas..rsrs..sei lá. Pode parecer meio doentio, mas não consigo agir de outra maneira. Quem sabe um dia eu supere!
Bjs! Zilda
Tem resenha nova no blog.
http://www.cacholaliteraria.com.br
Também tenho um carinho especial com meus livros, mas nunca me importei de emprestá-lo. Gosto de incentivar a leitura, mas é óbvio que só empresto para quem sei que vai cuidar.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Eu tbm acho suuper interessante e fico mtu feliz as raras vezes em que empresto meus livros e depois as pessoas veêm comentar sobre o mesmo super entusiasmadas :)
ResponderExcluirO único problema disso tudo é emprestar: eu só empresto para pessoas que confio e sei que têm a mesma consideração que eu com meus livros, tomei essa medida por trauma =\
Já aconteceu de eu emprestar livro e NUNCA mais me devolverem :(
http://autoracarolinaribeiro.blogspot.com.br/
Você é a primeira pessoa que eu vejo que fica feliz de emprestar :o Nossa, não sei o que pensar agora rs Eu não gosto de emprestar e vou falar por quê!
ResponderExcluirMeus primeiros livros foram House of Night e eu emprestei, uma amiga deixou impecavel, lia em 2 dias e me devolvia. Mas na segunda vez DESTRUIRAM, e ai nao quis mais emprestar. Não cuidam do jeito que eu quero, sou chato, então o melhor é eles ficarem aqui em casa! Só meu irmão que le meus livros, e ele eu posso brigar muito hehehe
Eu tbm nao tenho tantos quanto quero :c
Beijos
Descobrindolivros.blogspot.com.br
A leitura é um hábito que tenho desde muito tempo. Sei a importância de emprestar livros, tive uma professora na primeira série, que me emprestou vários daqueles livrinhos infantis e isso para mim foi importantíssimo. E com isso também cultivei o hábito de cuidar do que é meu e principalmente do que é dos outros.
ResponderExcluirSempre que posso empresto meus livros, uns foram e não voltaram; outros com arranhões e alguns vieram são e salvos. Fico chateado quando ocorre um amassado ou não me devolve, mas no fim dar uma paz na alma, porque fiz alguém ler um livro. Beijos!
Putz, me identifiquei bastando com o seu post, amo ler, e tenho o hábito de emprestar meus livros, realmente vejo isso como uma forma de fazer algo pela sociedade - e também ajudar a diminuir terríveis erros ortográficos com que convivemos diariamente-. Ah, e dê uma ollhadinha no meu blog -> umarcoirisdeletras.blogspot.com.br
ResponderExcluirQue texto lindo! Também era como você no início, não emprestava meus livros por nada no mundo... mas ao conhecer o grupo Livro Viajante no skoob eu comecei a perder o medo que tinha (E hoje empresto livros até pelos correios ahahaha) tenho muitos livros (Atualmente estão na casa dos 330 exemplares - ganhei até outra estante do meu pai, já que a outra lotou) e sempre que posso compro um (Principalmente quando leio resenhas empolgada) adorei a parte em que você fala da sua nova escola e em como emprestar livros é uma forma de fazer o mundo um lugar melhor, sem falar que é muito gratificante alguém devolver o livro e dizer que amou isso e aquilo :) Emoção de ler propagada ^^ Belo Texto
ResponderExcluirBeijos,
Jhey
www.passaporteliterario.com
Realmente, emprestar livros divide opiniões. Louvável seu texto, principalmente quando fala sobre cidadania. Muito bom que sua experiencia em emprestar livros te proporcionou uma experiencia boa.
ResponderExcluirEu empresto meus livros para alguns amigos, eles já sabem minhas 'neuras' e cuidam bem deles. Bom mesmo é a troca de experiencia quando eles terminam a leitura, nossas conversas e impressões.
Bye da Pah
Livros Estrelas
Oi! Acho que a gente tem que compartilhar, mas eu fiquei meio traumatizada, meus livros voltaram detonados!!!
ResponderExcluirbeijos