Título: Laços Inseparáveis
Autora: Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219473
Ano: 2012
Páginas: 448
Classificação: 4/5 [muito bom]
Sinopse: A autora de cinco romances de sucesso, Emily Giffin, lança uma história inesquecível de duas mulheres, as famílias que a fazem ser quem são, e a lealdade e o amor que as ligam. Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar no qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente.
Marian leva uma vida perfeita na bela e agitada Nova York. Seu programa vai bem, ela mora em um apartamento luxuoso no Upper East Side e namora um dos figurões da emissora onde trabalha. Entretanto, em apenas uma noite, Marian percebe que sua vida não é tão perfeita assim. Peter, seu namorado, se mostra receoso quando ela aborda o tema “casamento”, mas a maior revelação da noite acontecerá algumas horas mais tarde, quando Kirby bate a porta de Marian e a faz relembrar um dos maiores acontecimentos e erros da sua vida.
“Fico paralisada esperando as palavras que imaginava e temia, com as quais ficava apavorada e sonhava nos últimos 18 anos. Então, quando parecia que meu coração iria explodir, eu finalmente a ouço dizer: - Acho que você é minha mãe.” (Pág. 27)
Um pouco mais que dezoito anos antes, Marian se envolveu, no verão antes de ir para a faculdade, com um garoto chamado Conrad. Conrad era um rapaz bonito e talentoso, mas sem planos para o futuro e com um histórico familiar complicado. Entretanto, ele foi o primeiro amor de Marian, um rapaz gentil e que sempre a tratou como uma rainha. Após pouco tempo de namoro, a garota começou a suspeitar de que estava grávida. Apesar de Conrad ter a apoiado desde o início, Marian mente sobre o resultado da gravidez e termina tudo, deixando o garoto completamente confuso e sem qualquer suspeita da verdade.
Marian estava realmente grávida e, após muito pensar e quase cometer um aborto, ela decide ter a criança, mas dá-la para adoção. A garota escondeu a gravidez de todos, exceto de sua mãe, e, quando chegou a hora, teve a criança e a entregou para a agência de adoção. Art e Lynn Rose adotaram a criança, dando-lhe o nome de Kirby e criando-a com muito amor. O casal, muito religioso, teve outra criança logo após a adoção de Kirby, mas jamais fez diferenças entre elas.
Kirby cresceu ao lado dos pais e da irmã Charlotte e nunca teve dúvidas de que fazia parte da família e de que era amada. A menina cresceu sabendo que era adotada, mas nunca teve raiva dos seus pais biológicos. Entretanto, foi inevitável que, conforme crescia, Kirby começasse a sentir um vazio dentro de si, algo que apenas alimentava o lado rebelde que tanto irritava os pais. Ao fazer dezoito anos, a garota toma a decisão de conhecer a mãe biológica e, sem contar aos pais, ela viaja até Nova York.
Apesar de terem aparências semelhantes, Marian e Kirby logo percebem o quanto são diferentes. O primeiro contato das suas não deixa de ser embaraçoso e assustador. Os dias que se passarão também não são diferentes, principalmente por causa de Marian, que não sabe como agir. Após tanto esperar, Kirby finalmente pergunta aquilo que Marian mais temia. Ao ser questionada, a mulher finalmente revela a verdade para a garota: seu pai, Conrad, não faz ideia de que ela existe.
Kirby vai embora pouco depois de saber a verdade sobre o seu pai, pela primeira vez ela sente raiva de sua mãe biológica e se arrepende de tê-la procurado. Marian se sente um pouco aliviada com a partida de sua filha, mas sabe que sua vida jamais será a mesma. Diferentemente de antes, a mulher sabe que não pode simplesmente ignorar ou fingir que Kirby não existe. Enquanto Marian tenta colocar a vida de volta nos eixos e aprender como reparar os erros cometidos há tanto tempo, Kirby precisa aprender a lidar com a própria vida. A descoberta sobre os seus pais definitivamente a mudou, mas sua vida continua basicamente a mesma e ela se vê forçada a amadurecer, a lidar com os problemas relacionados a seu futuro e a sua família. Entre descobertas sobre si mesmas, essas duas mulheres tentarão aprender também a lidar uma com a outra e com outros aspectos desse seu laço incomum.
“Eu deveria ter imaginado. Deveria ter acreditado com o fundo do meu coração naquelas palavras que deram início a tudo, naquela noite sufocante há tanto tempo: Você pode fugir, mas não pode se esconder.” (Pág. 13)
“Laços Inseparáveis” é um livro divertido, tocante e real. Apesar da trama aparentemente batida (garota encontra mãe biológica depois de muitos anos), a autora não traz uma história clichê ou muito dramática. Uma das coisas que mais me agradou no livro foi o fato da autora mostrar que, apesar de terem sido mudadas pelo encontro, tanto mãe quanto filha seguem suas vidas, as grandes mudanças sendo feita aos poucos e com bastante esforço de ambas as partes. Diferentemente daqueles filmes bobos de seção da tarde, o encontro das duas não transforma a vida delas em um conto de fadas, onde uma ligação amorosa simplesmente acontece e tudo fica milagrosamente bem. Pelo contrário, o encontro causa muitos conflitos, que, com o tempo e esforço, são resolvidos, e que deixam a história bem mais real e cativante.
Giffin soube criar com perfeição uma trama bem amarrada, que fluísse maravilhosamente bem. A narração em primeira pessoa, alternada entre Marian e Kirby, é leve e cativante. Com 34 capítulos e 448 páginas, “Laços Inseparáveis” é um livro extenso, mas não é cansativo, o li em apenas dois dias. Eu não mudaria nada na história, apenas por um pequeno detalhe no final*, que, tirando isso, foi perfeito. Na verdade, achei que todos os acontecimentos foram necessários, mas penso que a autora poderia ter economizado um pouco nas divagações dos personagens e se concentrado mais no que estava acontecendo na cena. Mas isso não chega a ser um ponto negativo do livro. Já tinha lido outra obra da autora, “Presentes da Vida” (resenha aqui), e, apesar de ter gostado, não tinha me apaixonado tanto pelos personagens e pela trama como em “Laços Inseparáveis”.
Todos os personagens foram bem criados e aproveitados, cada um tem sua personalidade e papel na trama. Marian foi uma boa protagonista, apesar de que sua falta de maturidade e tato em algumas situações me irritou um pouco. Ao contrário da mãe, Kirby é uma garota madura, mas que não deixa de ter seus momentos de adolescente, e talentosa. Ela foi minha segunda personagem favorita, por causa de sua personalidade divertida, inteligente e sensível. Talvez por se parecer tanto com a filha, Conrad foi o meu preferido de todos. Bonito, inteligente, talentoso e divertido, foi interessante e bastante real o modo como ele reagiu a notícia de que tinha uma filha, além de que muito fofo o modo como ele tratava a Marian quando os dois eram jovens. Também gostei bastante de Peter, ele é um cara muito doce e responsável, que também tratou a Marian com muito carinho. Talvez uma das coisas que me fizeram não gostar muito da Marian foi o modo como ela tratou os dois amores da sua vida, Conrad e Peter, que sempre a trataram com carinho e honestidade. Apesar de ter gostado mais de um do que de outros, todos os personagens me convenceram e me conquistaram.
A editora fez um ótimo trabalho com o livro. A capa é linda e combina com a trama. A tradução e diagramação estavam perfeitas, apesar de que encontrei um errinho ou outro ao longo do livro. O tamanho da fonte e cor das páginas ajudaram a deixar a leitura menos cansativa e, incrivelmente, apesar de ter 448 páginas, o livro não é muito pesado, não o tanto quanto se esperaria.
Ao mesmo tempo em que trouxe uma história romântica, tocante e emocionante, Giffin não deixou de trazer uma história real e atual, com referências contemporâneas, como Facebook e bandas da atualidade, e a formação de uma família em formato pouco tradicional, o que vemos bastante no dia a dia. A autora entrou para a minha lista de “escritoras queridinhas” e pretendo ler as outras obras dela assim que tiver oportunidade.
* Para não revelar um grande Spoiler do final do livro para quem ainda não leu, coloquei o comentário abaixo no final e em branco, porque não quero estragar a leitura de ninguém. Para quem quiser ler, basta selecionar o espaço abaixo com o mouse.
Como disse, apesar de ter gostado do final, mudaria apenas uma coisa nele. O desfecho foi coerente com a trama, mas não gostei da Marian ter terminado com o Peter e a autora ter deixado meio que uma sugestão de que ela e o Conrad poderiam ficar novamente juntos. Além de ter magoado bastante o Conrad, acho que a Marian tem muito mais a ver com o Peter: os dois trabalham no mesmo lugar e no mesmo ramo, moram na mesma cidade, tem os mesmos amigos, os mesmos gostos, as mesmas condições e perspectivas de vida. Então, mesmo que no final eles estejam separados, prefiro imaginar que a Marian e o Peter acabaram voltando mais tarde.
Oie :)
ResponderExcluirNossa não sei porque ainda não comprei esse livro, acho a Emily uma autora impressionantemente habilidosa com as palavras, sua resenha ficou muito boa e o layout perfeito <3, beijos :D
http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )
Oi! Gostei muito da sua resenha, mas não tenho muita vontade de ler esse livro... eu acho que não gostei muito da capa dele (sim, eu sei, não é bom ler livros pela capa, mas... rs). Mas quem sabe um dia, leio.
ResponderExcluirGosto muito de livros que citam coisas do nosso dia a dia, e fiquei feliz em saber que esse é assim (facebook, e tal...)
Beijos,
Letícia
http://www.odomdaescrita.com.br/ (tem post novo lá :D)
Com certeza um escritora polêmica, na verdade ela conta muitos casos de família. Achei interessante o fato de o filho dela aparecer 18 anos depois.
ResponderExcluirhttp://enfimshakespeare.blogspot.com.br/
Oie!
ResponderExcluirEsse livro tem uma história bem real, apesar de batida, sempre lemos relatos de filhos que reencontram suas mães muitos anos depois. Fiquei interessada na leitura!
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
já li 2 livros dela e achei muito bons... gostei muito da escrita dela, flui muito facilmente
ResponderExcluire acho incrível o fato dela conseguir escrever tão bem sobre coisas da vida que são difices de lidar né?
depois de ler sua resenha me arrependi de não tê-lo comprado na promo da submarino :'(
Preciso deste livro, virei fã da Emily. Ela escreve tãooo bem e esse livro pela sua resenha é emocionante!
ResponderExcluirOioi :}
ResponderExcluirOlha, vou confessar a Rízia (minha parceria no blog) já leu alguns livros da Emily, mas esse é o único que me chamou atenção pela resenha pra começar a leitura.
E seu comentário final/spoiler HAEIAHEIUA eu li, e já imaginava que seria isso, mas não me tirou a vontade de ler, de fato sou uma pessoa que ama spoiler '-' KKKK
Beijos,
Nathália
Livroterapias
Olá!
ResponderExcluirEsse livro me chamou atenção desde o seu lançamento e nem sei bem o pq de ter postergado tanto sua leitura. O enredo é incrível e muito emocionante pelo que pude perceber. Espero conseguir incluí-lo na minha lista de leituras. Ótima resenha!
Zilda
http://www.cacholalliteraria.com.br
Oie (:
ResponderExcluirNa verdade eu diferente de você não achei o tema batido rs
Nunca li nada com tema semelhante e acho que esse livro poderia me tocar profundamente. Adorei a resenha e espero poder ler ele logo :D
Beijos
Descobrindolivros.blogspot.com.br
Gostei da resenha e achei o livro bastante interessante, ele já está na minha lista de desejados.
ResponderExcluirE devo confessar que a curiosidade foi tanta que li o spoiler "escondido".
;)
http://pseudonimoliterario.blogspot.com.br/
Olha eu adoro os livros da autora, esse eu ainda não tive oportunidade de ler, mas gostei do tema, drama familiar! Boa ideia pra esconder spoiler vou copiar hehe
ResponderExcluirbeijos
Fazia tempo que eu estava com vontade de ler algum livro da Emily Giffin, eu já tinha visto tantos comentários por ai sobre ele que foi impossível fugir disto, então assim que deu uma promoção legal no submarino eu o comprei.
ResponderExcluirAgora eu sei porque as pessoas adoram tanto esta autora, realmente ela conseguiu me segurar de uma forma que eu não esperava, principalmente porque seu livro não tem como foco central um romance, o que é justamente o que me chama mais atenção, o que me prende mais ao enredo, normalmente livros como Laços Inseparáveis ao qual tem como ponto principal a relação de uma mãe e uma filha ou algo do tipo me deixa entediada, mas a Emily tem algo em sua escrita que deixa qualquer um hipnotizado.
Estou prestes a colocá-la em minha lista de autores favoritos, porém primeiro preciso ler mais algum livro seu para ter certeza de que eu realmente vou amar suas obras, pois quando eu li “A culpa é das estrelas” do John Green eu pensei: “Esse cara é foda”, mas depois que eu li suas outras obras simplesmente fiquei entediada com cada uma delas, para mim John Green nunca mais vai escrever algo tão divino quanto “A culpa é das estrelas”, por este motivo o tirei da minha lista de autores favoritos. Espero realmente que a Emily não seja desse tipo.
http://worldbehindmywall.fanzoom.net