19.5.13

Resenha: Gossip Girl - Psycho Killer - Cecily von Ziegesar

Título: Gossip Girl - Psycho Killer
Autora: Cecily von Ziegesar
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501400017
Ano: 2012
Páginas: 322
Classificação: 4/5 [muito bom]
Sinopse: Psycho Killer é um mash up do primeiro volume da série, Gossip Girl - As delícias da fofoca, em edição reescrita e ampliada pela autora, mas desta vez com muito sangue, crime e violência envolvendo os personagens já conhecidos pelo público. Assim como na história original, Serena está de volta disposta a retomar sua amizade com Blair. Mas as coisas já não são as mesmas desde que Nate se colocou entre elas, e a solução pode passar pelos instintos homicidas que tomam conta do romance. Cecily garante que as cenas são muito mais divertidas e atrapalhadas do que assustadoras: “Minha mãe achou reconfortante ver essa gente toda morrendo”, explicou a autora em entrevista para a revista americana Entertainment Weekly.

No Upper East Side, bairro nobre da ilha de Manhattan, Nova York, vivem jovens de famílias ricas e tradicionais, que frequentam escolas particulares (um luxo para poucos nos EUA), vestem roupas caras e vão a festas fabulosas. O entediante mundinho desses adolescentes ricos é abalado quando Serena van der Woodsen é expulsa do internato onde passara o último ano e volta para a agitada Nova York. 

Serena é a garota mais linda e popular de toda Manhattan e leva confusões e fofocas aonde vai. A garota passou o verão viajando e fazendo loucuras pela Europa, o que faz surgir vários boatos, como o de que ela seria uma viciada em drogas, que agora trafica sua própria substância, ou mesmo vítima de doenças venéreas e mãe de um bebê que deixou na França. Mas, os maiores boatos estão relacionados com uma enorme quantidade de garotos com quem Serena, supostamente dormiu e, depois, matou. 

Apesar das fofocas absurdas, nem todas são apenas fofocas. Serena realmente cometeu loucuras e, como diz a Nate, foi uma garota má, o que pode ser logo percebido por seu comportamento psicótico. A garota não pensa duas vezes antes de matar alguém e é justamente uma das primeiras coisas que ela faz ao voltar para casa. Serena quer, principalmente, recuperar a amizade de sua antiga melhor amiga Blair, mas para isso é preciso tirar Nate do seu caminho. 
“A matemática não era o forte de Serena, mas não era preciso ser um gênio para entender que Nate era a variável constante que fodia tudo:
Digamos que Nate = x

sx + b = culpa e vergonha que, antes de mais nada a fizeram se afastar

s + bx = tristeza, fúria, assassinato e mais culpa e vergonha
s + b = 1 + 1
Assim, x deve morrer.” (Pág. 23)
Entretanto, quando o plano de Serena falha, ela acaba percebendo que não quer que Nate morra. A garota percebe que está apaixonada pelo antigo amigo, assim como sua atual namorada. Blair ama Nate e, ao perceber que o está perdendo para Serena, decide que precisa acabar com a antiga amiga. E se, para isso, for preciso matar a bela Serena, Blair o fará sem pensar duas vezes. 

“Nunca se sabe quando sua melhor amiga vai surgir dos mortos e lhe dar uma facada nas costas” (Pág. 283)
A volta de Serena não mexe com os instintos homicidas apenas de Blair. Jenny, uma garota peituda do sétimo ano, não consegue se conter ao saber que sua heroína está de volta. Ela, assim como seu irmão mais velho Dan, são obcecados por Serena e, ver a bela loira de volta a Manhattan irá mexer com ambos. Enquanto Jenny busca em Serena a inspiração para ser uma garota popular, linda e homicida, Dan começa a ter vontade de matar alguém além de si mesmo com a volta de sua maior paixão. O depressivo garoto não consegue parar de pensar em como seria matar Chuck, um colega de escola rico e desprezível que passar a maior parte do seu tempo comprando sapatos, fofocando e dando em cima de garotas. Chuck é um dos poucos que sabe que Nate traiu Blair com Serena, no passado, segredo que, se depender dele, não ficará guardado para sempre.
“A cada dia parecia ficar mais e mais silencioso. Algumas das meninas mais barulhentas estavam mortas ou desaparecidas. (...) Era de arrepiar. Mas pelo menos assim Jenny podia arrumar uma boa mesa.” (Pág. 198)
Entre fofocas, roupas, festas e homicídios, o mundo e interesses desses jovens acabarão por se encontrar, o que de forma alguma pode acabar bem. Seguindo de perto cada um deles, está Gossip Girl, uma misteriosa garota que publica em seu blog as fofocas mais quentes do Upper East Side. Todos os encontros e desencontros desses jovens psicopatas serão registrados e comentados na internet, isso se restar alguém vivo depois de tanta confusão. Vermelho-sangue e armas são as novas tendências em Manhattan.
“A vida é frágil e absurda. Assassinar alguém não é tão difícil. Na verdade, era ridiculamente fácil - era até mesmo divertido." (Pág. 313)
“Gossip Girl - Psycho Killer” traz a famosa série dos jovens ricos nova-iorquinos sobre uma nova, e sangrenta, visão. Aqui, os personagens acham saídas mais práticas para seus problemas, como matar aqueles que estão em seu caminho. Apesar dos assassinatos para todo o lado, a autora traz mais uma paródia do primeiro volume de sua famosa série “Gossip Girl” do que uma história de terror. O livro passa longe de ser assustador, a sensação ao lê-lo é de que a autora está debochando da sua história e personagens, os matando com tanta facilidade como se eles não tivessem importância. 

Ao retirar um pouco do drama original, acrescentar uma bela dose de humor negro, ironia e deboche, a autora transforma “Gossip Girl - Psycho Killer” em uma história mais divertida e realista do que a original. Afinal, quem não nunca imaginou como seria matar alguém? Ainda mais de forma tão fabulosa como os personagens desse livro?! ;D Brincadeiras a parte, antes de ler o livro, achei que a receita “Gossip Girl” + assassinatos não iria ficar boa, mas acabei me surpreendendo. Aqui a autora e os personagens tratam o assunto com tanta naturalidade, que o livro acaba convencendo e proporcionando uma leitura gostosa. O livro é fácil e rápido de ler. A narração em terceira pessoa é divertida e flui com naturalidade. 

A forma como a autora apresentou os personagens também foi bastante convincente. Von Ziegesar conseguiu mesclar suas personalidades e conflitos originais com os impulsos homicidas e sede de sangue que são importantes para “Psycho Killer”. Como no original, os personagens são fúteis e dramáticos, o que resulta em mortes por motivos fúteis, mas bastante sangrentas. 

“Gossip Girl - Psycho Killer” não é uma obra de arte, mas um livro divertido e que vale a pena a ler. Foi interessante ver a autora caçoar da própria história, transformar um drama adolescente em algo leve, engraçado e, ao mesmo tempo, macabro. O livro é recheado de citações, assim como trechos de músicas e hakais, o que o torna mais divertido e atual (morri de rir com o Chuck assistindo Glee e cantando, assim como as referências a conhecidos filmes de terror). Recomendo “Gossip Girl - Psycho Killer” para todos, principalmente para aqueles que gostam de ter um novo olhar sobre uma história já conhecida ou que gostam de assassinatos com uma bela pitada de humor. 

A editora fez um ótimo trabalho com o livro. A capa é um remake da original, assim como a trama do livro, e é bonita. Confesso que a faca na mão da garota ficou meio forçada, mas todo o sangue espalhado pelas garotas deu um efeito divino na imagem e combina completamente com a história. A diagramação e tradução estavam perfeitas, encontrei apenas uma palavra sem acento. 
“ – Pensei que tivesse batido as botas – disse Ruby.
Até parece que uma lenda realmente morre.” (Pág. 281)


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13 comentários:

  1. Achei esta versão da história mais interessante que a original, afinal deve ter mais ação. Bom domingo.
    Bjos!!
    Cida
    Moonlight Books

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  2. Eu ri muito quando li esse livro! Mas pera, realista? Tem cada morte bizarra no meio do livro que não dá nem para acreditar: o jeito é rir mesmo hahaha.
    Eu gostei bastante dessa versão da história - esses personagens merecem mesmo morrer!
    Beijos!
    http://deia-galvao.blogspot.com.br/

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  3. Queria ler esse livro, deve ser mais legal que a própria série!
    Beijos, Susana.

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  4. A abordagem do livro é bem interessante, mas não me senti atraída para lê-lo. Talvez em outro oportunidade, no entanto, gostei da resenha e de saber mais sobre o livro. Achei a capa meio surreal, mas para quem curte o estilo, com certeza será uma ótima opção!

    Beijos

    Da Imaginação a Escrita

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  5. Eu pretendo ler todos os livros e terminar de a série tbm.
    Beijos...

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  6. Amiga, acho que nunca tinha parado para ler a sinopse deste livro, hehe e nem sabia que tinha tantos assassinatos, hehe Eu quero ler ^^
    Adorei a resenha e me fez desejar este livro..

    Beijos Mila
    http://dailyofbooks.blogspot.com.br/

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  7. Não li nenhuma das versões por estar em fuga de séries longas, mas achei bacana a autora fazer uma paródia de si mesma. Acho que isso ilustra a capacidade da autora inovar em cima de algo que já apaixonou tantas pessoas.
    Adorei conhecer seu cantinho.

    Beijos
    www.leitoraincomum.com

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  8. A capa é sinistra tem muito sangue hehe, é um livro com mortes e ainda é divertido? rsrs, bem não me interesso muito pra ler mas quem sabe no futuro

    bjos

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  9. não sou fã de Gossip Girl, mas desde que vi a divulgação deste livro, senti que precisava lê-lo!
    adoro essa coisa de assassinato e tudo o mais, então tenho certeza que irei gostar deste! *-*

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  10. Oie!
    Só de ler o nome do livro fiquei com a música Psycho Killer na cabeça...
    Nunca li nenhum livro da série Gossip Girl, nem vi a série de tv, mas esse parece ser bem diferente dos outros. Quero ler!

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  11. Não sou muito fã de GG, então não sei se leria essa ehh "paródia" mas eu vou confessar, achei interessante a autora brincar com novos ângulos e com os personagens já conhecidos também, corajosa ela rsrs
    Beijos,Jhey
    www.passaporteliterario.com

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  12. Nunca li nem assisti nada sobre GG e achei interessante essa "versão". Até que me deu uma vontade de ler.

    ;)

    http://pseudonimoliterario.blogspot.com.br/

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  13. Gossip é um livro que causou polêmica nos EUA, chegou a ser proibido. E claro, tudo que é proibido é mais gostoso,
    Tenho muita curiosidade desde então. Gostei muito da resenha, ela só complementa essa vontade de ler.
    Parabéns
    Ni
    Cia do Leitor

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