22.10.12

Cancioneiro #5 "Ambiciosa"



¡Hola, hola!


Hoje apresento Florbela Espanca, talentosíssima poetisa que inspira e faz suspirar...
Três maridos, três livros, quantos amores? E um suicídio...

Quem nunca teve a sensação de amar sem ser amado?! Doar-se para nada, doar-se por nada! Sentir que não vale à pena se entregar a uma paixão, pois os homens são vis e fugazes... inescrupulosos e insensíveis...

Florbela apresenta em “Ambiciosa” que o único e digno é o amor panteísta, o amor de Deus e da Natureza... Nossa poetisa teria de fato amado?! Alguém que tem muito para ser feliz mas não encontra a felicidade... Alguém que vive três casamentos, mas não encontra o Amor... Alguém que tem a graça de viver e tira de si próprio este direito...

O que amar? Existe Amor, de fato, ou seria esse mais um elemento inventado pelos seres humanos para manter as aparências sociais e não se comportar como animais no cio? Será mesmo que o maior anseio do homem é amar e ser amado? Ou somente ser amado, pois amar lhe custa tempo, esforço, dedicação...

Até que ponto me entregar para alguém para receber um risco de amor?
O quanto quero que você se entregue de modo que não me sinta sufocada?
O quanto sou capaz de mostrar quem sou? E sou capaz de enxergar quem és?
Ou meu egoísmo é maior que minha capacidade de amar?
Terei eu amor próprio?
Terei eu amor próprio maior do que o que tenho disponível para outrem?
E amar a quem não conheço? Amar a quem necessita de afeto, atenção, cuidado...?
Amar a obra Divina da criação?
Amar a Deus?
Amar o Bem? Amar o Mal?
Amar a Tudo e amar Nada...

E o que é o Amor?



Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar ...

Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar ...
__Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar !

Minh’ alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus !

O amor dum homem ? __Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem ? __Quando eu sonho o amor de um Deus ! ...



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 Florbela Espanca, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização,feminilidade e panteísmo. Escreveu poesia, contos, um diário e epístolas; traduziu vários romances e colaborou ao longo da sua vida em revistas e jornais de diversa índole, Florbela Espanca antes de tudo é poetisa. É à sua poesia, quase sempre em forma de soneto, que ela deve a fama e o reconhecimento. A temática abordada é principalmente amorosa. O que preocupa mais a autora é o amor e os ingredientes que romanticamente lhe são inerentes: solidão, tristeza, saudade, sedução, desejo e morte.

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5 comentários:

  1. Eu e minha mãe somos apaixonada por ela. Minha mãe escreve poemas e sempre estamos lendo e falando de Florbela Espanca.
    Realmente ela foi uma grande mulher, seus poemas são muito inspiradores.
    Belo post.
    Bjos....

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  2. Eu não gosto muito desse tipo de poema não mas tem quem goste hehe, três maridos deve dar trabalho hehe

    bjos

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  3. Adoro ela! Lembro que a primeira vez que ouvi falar de Florbela Espanca (que sobrenome legal - pensei na época rsrs) no Ensino médio foi um amor pela escrita dela sem tamanho! Ah adorei ver ela aqui no Cancioneiro :)

    Tem uma parte de um dos escritos dela que amo de paixão, vou colocar aqui:

    "E quando mais no céu eu vou sonhando,
    E quando mais alto ando voando,
    Acordo do meu sonho...
    E não sou nada!..."

    Florbela Espanca - "Vaidade"

    Sempre me emociono, sempre!
    Beijos

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  4. Como o comentário acima ouvi falar da Florbela no ensino médio,e estudei um pouco sobre a vida dela,foi um estudo inspirador,ótimos poemas!

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  5. Oi..

    Eu não conhecia essa poetisa Florbela Espanca, mas é sempre bom aprender um pouco.. E adorei a poesia dela que você escolheu... Quando era mais moça era viciada em poesia e até chegava a escrever uns modestos versinhos...kkk

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