Resenha: Drácula - O Vampiro da Noite - Bram Stoker

Título: Drácula - O Vampiro da Noite
Autor: Bram Stoker
Editora: Martin Claret 
Ano: 2012
Páginas: 406
Classificação: 4/5 
Sinopse: Em Drácula, o irlandês Bram Stoker baseou-se no fabulário húngaro do século XVIII para criar a história do Conde da Transilvânia 9inspirado num personagem real, o rei Vlad, o Empalador), que se tornou o típico representante do mito do vampiro. Romance de cunho epistolar, páginas de diário, telegramas, cartas e recortes de jornais se misturam criando uma atmosfera verossímil e realista, pano de fundo para a narrativa ficcional repleta de elementos fantásticos. O leitor deste livro deve estar preparado para penetrar num universo completamente misterioso, gótico e envolvido de terror. E atenção: muito cuidado ao abrir estas páginas! Uma vez em meio a essa narrativa, você pode ser seduzido, hipnotizado, manipulado e ver-se completamente indefeso, incapaz de se desvencilhar de sua trama. Afinal, mistérios envolvem Drácula: o que faz dele esse clássico universal, lido em todo o mundo e adpatado inúmeras vezes para o teatro, a televisão e o cinema? Está preparado para descobrir? 

A história começa quando Jonathan Harker, um jovem advogado, vai para a Transilvânia a negócios. Ao chegar nesse estranho país, Jonathan fica encanto com as diferenças culturais e com as belíssimas paisagens. Entretanto, a maravilhosa viagem começa a se tornar estranha. Acontecimentos no mínimo sinistros na beira das perigosas estradas, além do comportamento estranho do povo daquele país assustam Jonathan. Mas, quando o advogado chega ao seu destino final, um castelo completamente isolado no meio das montanhas, seus temores parecem se dissipar.

“Os uivos dos lobos pareciam cada vez mais próximos, como se nos envolvessem, vindos de todos os lados.”  (Pág. 28)

Com o passar dos dias e com a convivência com seu misterioso cliente, o conde Drácula, Jonathan começa a se convencer de algo está terrivelmente errado naquele lugar e todos os seus temores voltam. Mas, já é tarde demais para voltar atrás e Jonathan percebe que se tornou um prisioneiro do Conde antes mesmo de sequer entrar em seu castelo. A única esperança que resta ao advogado é descobrir quais são os verdadeiros planos do Conde e para isso ele terá que entrar no jogo de Drácula, o que pode acabar resultando em uma morte nada prazerosa ou coisa pior. 

“Havia um sorriso zombeteiro no rosto intumescido que pareceu enlouquecer-me. (...) Ao dar uma última olhadela, percebi o rosto intumescido, sujo de sangue e apresentando uma careta fixa de malícia que poderia muito bem pertencer ao mais baixo dos demônios.” (Pág. 70 e 71)

"Drácula – O Vampiro da Noite" é um livro recheado de mistério. Apesar de algumas pessoas considerarem esse livro como um clássico de terror, eu, particularmente, não vi o terror. Para mim Drácula é mais um livro de suspense do que de terror. As cenas assustadoras e/ou bizarras que são características de obras de terror, quase não apareceram nesse livro, pelo menos não a meu ver. 

Outra coisa que não gostei foi a narrativa. O livro é contado através de cartas, diários, telegramas, etc. Quando um livro é contado através de relatos dos próprios personagens, a intenção do autor é deixar a história com um ar mais verídico. Como são diferentes personagens que narram Drácula, era de se esperar que a narrativa mudasse de acordo com o narrador, só que, para mim, isso não aconteceu. Como tive a impressão de que uma pessoa só que contou a história toda, acabei achando toda aquela narrativa epistolar (narrativa através de cartas, diários, etc.) muito maçante.

Apesar de a narrativa ser entediante, ela não é tão cansativa. A editora teve o bom censo de não deixar o livro com uma linguagem muito antiga (ninguém merece aqueles “tus” e palavras que ninguém usa a décadas!). Achei o tamanho das letras pequenas, mas isso é normal já que essa edição é em formato de bolso. Não encontrei nenhum erro de ortografia ou de digitação e acho que nem preciso falar que amei a capa do livro! 

Quanto aos personagens, confesso que me irritei muito com alguns deles. As respostas estavam debaixo dos seus narizes, mas eles simplesmente não conseguiam enxergar! O personagem que mais gostei foi o Drácula. Ele é verdadeiramente um vampiro vilão, mas não como os de hoje em dia. Drácula não perde a chance de morder uma jugular ou de transformar suas vitimas. Outra coisa que gostei no personagem é que ele tem poderes bem legais e bem bizarros. Como qualquer vampiro ele pode controlar a mente dos humanos e como o Damon (dos livros de Diários de um Vampiro) ele consegue fazer uma nevoa surgir do nada e também se transformar em animais, morcego e lobo no caso. Além de poder se transformar em um animal, Drácula também pode controlá-los, pelo menos é assim com os ratos e os lobos. Ah, outras peculiaridades do Drácula é que ele não reflete em espelhos e realmente dorme em um caixão. Outro personagem com que simpatizei foi o Van Helsing. O médico caçador de vampiros é um exemplo de coragem e inteligência, além de perseverança. 

Apesar de a narrativa ter me desagradado e alguns personagens terem me irritado, gostei da história. Como amante das histórias de vampiro, foi interessante conhecer a obra que mais inspirou escritores, roteiristas e cineastas na hora de criar seus próprios vampiros. "Drácula" é um clássico da literatura mundial e mesmo aqueles que não gostam de vampiros deveriam lê-lo.