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Na Cracóvia, Polônia, de 1944, o medo se alastrava como fogo no álcool. Em 7 de outubro, os Sonderkommandos judeus (prisioneiros que haviam sido selecionados para trabalhar como “operários” nas câmaras de gás) organizaram uma revolta no Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau. Os 250 prisioneiros revoltosos foram capturados e imediatamente executados. Mas Adam, um dos revoltosos, conseguiu fugir. Ele acabou encontrando a ajuda que precisava em Julia Leinster, uma jovem filha de um comerciante cercada de dúvidas, problemas e doenças que o encontra no meio da noite e o abriga em segredo. Só que acho que todos sabemos que segredos não duram para sempre...
O cenário da historia guardada pelo diário era a própria Cracóvia, mas de muitos anos atrás, 1944 para ser exata, época em que o nazismo (e a Segunda Guerra Mundial) destruía e aterrorizava toda a Europa. Apesar de pertencer a um dos países que mais foram prejudicados pelos acontecimentos da época, a Cracóvia pouco sofrera e a vida de seus habitantes continuava normalmente, apesar de todos sempre estarem esperando o pior.
A personagem que vive e escreve toda a historia é Julia Leinster, uma alemã que vive na Polônia, mas que de maneira alguma apoia o nazismo. A vida de Julia seguia de forma natural e melancólica. Seu melhor amigo, Albert, partira para lutar na guerra, mas não antes de lhe fazer uma proposta inesperada de casamento.
“E talvez haja uma parte dele que, assim como a minha, não quer ficar comigo pela eternidade. Talvez seja apenas uma fachada, ou algo dito no calor da hora, como minha resposta. Pena que nunca saberei.” (Pág. 21)
Julia agora se vê solitária, com uma mãe que realmente não se importa com ela, um pai que vive em viagens a negócios, uma irmã com quem mal desenvolve uma conversa, um irmão doente e amigos distantes. A única companhia de Julia é Martha, a empregada de sua casa, que se torna sua cúmplice e a ajuda a manter um grande segredo: Adam, um rapaz de cabelos escuros que ela abrigou após o encontrar ensanguentado a sua porta.
Adam não seria um segredo se apenas um fato sobre ele não fosse verdade: ele é judeu. E na época tal fato já o condenava a uma vida de sofrimento e morte. Um judeu fugitivo, que quase morrera na fuga em massa de Auschwitz-Birkenau (um campo de concentração próxima a Cracóvia) só poderia resultar em uma coisa: problemas. E dos grandes.
Escondido no porão da família Leinster, Adam conta com a ajuda de Julia e Martha, que fornecem a ele alimento e cuidados, além de deixar sua existência em segredo. Elas jamais pensaram em denuncia-lo as autoridades, e fazem de tudo para protegê-lo. Tanta proximidade faz com que tanto Julia, quanto Martha desenvolvam afeto pelo rapaz. Adam primeiramente reluta em confiar naquelas que o ajudaram, mas aos poucos ele vai se abrindo e uma amizade perigosa surge entre ele e Julia.
Como qualquer segredo, um judeu escondido no porão, só poderia trazer a Julia confusões e problemas, mas Adam também trouxe a garota um choque de realidade, afinal a vida é mais que um tempo melancólico que passa devagar e a guerra e o nazismo são mais que problemas distantes.
Como Romeu e Julieta não desenvolve apenas uma historia de amor antiga contada por uma garota tímida e descoberta por uma menina entediada. O livro fala sutilmente de assuntos mais profundos, como a guerra e o nazismo tão presentes na época, mas tão distantes na vida dos habitantes da Cracóvia. No livro, a personagem principal faz, sem perceber, uma reflexão profunda sobre os acontecimentos da época, sobre família, amor e morte.
Eu simplesmente amei o livro, pois faz com que você reflita junto com a personagem, mas sem forçar uma opinião ou uma reflexão em si. Além de ter um romance que lembra o do casal mais famoso de todos os tempos. Só que dessa vez existe o "amor proibido", mas sem dramas. Simpatizei bastante com os personagens, pois são reais e marcantes. A escrita de Nina é bem desenvolvida e flui rapidamente. A capa é linda e transmite muito do que o livro tem a nos proporcionar.
Em algumas partes achei que a personagem refletiu demais, mas temos que levar em consideração que é um diário e não uma narrativa comum, logo reflexões estariam mais presentes do que cenas do cotidiano da personagem.
Assisti Orgulho e Preconceito ainda quando estava no começo do livro, e confesso que imaginei Como Romeu e Julieta mais como um filme do que como um livro. A historia daria uma ótima adaptação cinematográfica, daquelas que como o filme citado, nos faz pensar, sonhar e nos apaixonar.
Uma história sem muitos mistérios, mas que conquista logo nas primeiras páginas. Como Romeu e Julieta contem reflexões profundas, mas também cenas cheias de ação, romance e sentimento. Recomendo para aqueles que querem mais que uma historia de amor, e que curtem livros mais calmos, que não nos fazem simplesmente imaginar, mas também pensar.
“– Todos nós somos um pouco maus, Julia. Temos nossos pecados pessoais e nossos arrependimentos, todos temos nossa cota de maldade na alma. Somos capazes de causar dor a uma pessoa e desejar-lhe todo o mal do mundo, ou dar-lhe amor e querer protege-la das coisas ruins que acontecem mundo afora. E todos, sem exceção, nos julgamos. Pelo menos uma vez na vida. Esse hábito já está incorporado em mim. Diga, após algum tempo, não se torna natural, até?” (Pág. 126)
Oi!!
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
Não fazia ideia do que se tratava esse livro... Me lembrou de outro livro, "A menina que roubava livros", pois a menina do título também esconde um judeu em seu porão.
Normalmente eu não gosto de ler histórias relacionadas a guerras, mas talvez dê uma chance a esse ;)
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Adorei a resenha... E esse livro entrou pra minha lista! Pela excelente resenha e porque me interesso por tudo que seja sobre época da 2º guerra mundial. Principalmente se for na Polônia... Tenho origem polonesa... Adorei!!
ResponderExcluirO fato de ter alguém refugiado num porão e por se passar em tempos de guerra, me fez lembrar de A Menina que Roubava Livros de Markus Zusak, só que lá não tinha um amor proibido, gostei da sua resenha, mas pretendo ficar um bom tempo sem ler livros que comentem da epóca da guerra...são muito triste e pesado.
ResponderExcluirhttp://leiturasdepaty.blogspot.com/
Oie Ana!!
ResponderExcluirAdorei a resenha, e me lembrou demais de a menina que roubava livros, afinal também esconde um judeu no porão!!
Ah fiquei mega interessada em ler o livro, a capa é linda e simplesmente adoreei..
E sem contar que a Nina mandou super bem escrevendo este livro heim?
To anciosa para ler. Parabéns!!
Beijos
Ana Magiero
Garota Sonhadora Em Livros
Oie! Puxa adorei a resenha! Sério..não conhecia esse livro até você me dá essa dica..parecer ser ótimo..fiquei curiosa mas minha lista de leitura está enorme..rsrs
ResponderExcluirBeijos
Amanda
Muito obrigada pela resenha! *-* Sua opinião conta muito, e obrigada por ela. Como Romeu e Julieta parecer mais um filme que um livro? Essa eu nunca tinha ouvido antes haha, vou mencionar para meu amigo que resolveu escrever um roteiro do livro.
ResponderExcluir"O livro fala sutilmente de assuntos mais profundos, como a guerra e o nazismo tão presentes na época, mas tão distantes na vida dos habitantes da Cracóvia." - Só uma coisa: a guerra e o nazismo não estão distantes de Cracóvia. Cracóvia foi basicamente a cidade polonesa MENOS afetada pela guerra, mas teve universidades fechadas, habitantes mortos, o nazismo implantado e sofreu duas "dominações" - tanto alemã quanto russa, mais tarde, até ser liberta. Enquanto deixei a russa no ar, a alemã eu achava que tinha deixado bem clara... Desculpa, vou tentar melhorar o modo como passo as informações nos próximos haha.
Muito obriiigada! De verdade! Um amor da sua parte fazer isso *-* Beijos enormes,
Nina!
Adoro livros assim, que nos fazem imaginar um filme na nossa cabeça.
ResponderExcluireu ainda não tinha ouvido sobre Como Romeu e Julieta, mas achei muito fofo e interessante.
A sua resenha mostrou que ele deve ser lido sempre.
Beeijinhos e Parabens para Nina *-*
Me encantei com o livro. Gosto de romances, mas adoro ação, sentimentos e reflexões. Aliás, acho muito válido quando o autor utiliza sua criatividade inteligência, em qualquer tipo de livro. É fantástico.
ResponderExcluirVai para minha lista de leitura.
bjs
Gostei do livro mas bate um desânimo pensar q ele é histórico, livro desse tipo não me prende parece q demoro um ano pra acabar.
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