Entrevista com Fabiane Ribeiro

Oi pessoal, como estão?

Há algum tempo fiz uma entrevista com Fabiane Ribeiro, autora de Xadrez e Corações em Fase Terminal. Com as festas de final de ano, acabei esquecendo de postar a entrevista, mas hoje trago em primeira mão para vocês! Confiram:

01- De onde surgiu sua vontade de ser escritora? Você sempre sonhou com isso ou foi surgindo aos poucos?
  

  Eu sempre amei ler e escrever, mas confesso que nunca sonhei em ser escritora. Eu estava no quarto ano de faculdade de Medicina Veterinária, quando fiquei doente e parei os estudos por um tempinho. Nessa época, em meio a momentos difíceis, escrevi dois livros. Um deles é o romance “Xadrez”, minha primeira obra publicada. Faz mais de dois anos que isso tudo aconteceu e, desde então, a literatura passou a fazer parte da minha vida e dos meus sonhos.

02- O que você gosta de ler? Cite algumas obras e autores.

  Gosto de ler de tudo, mas principalmente drama e suspense. Admiro muitos autores, como: Khaled Hosseini, Kim Edwards, Carlos Zafón e John Boyne. Todos eles escrevem histórias que falam de alguma maneira sobre crianças, mas não são obras infantis. Assim como eles, gosto de usar personagens que sejam crianças para tocar o coração de jovens e adultos. Além do mais, cada um desses autores tem uma trajetória literária especial e de muita batalha. Todos eles começaram exatamente como estou começando agora, e hoje encantam o mundo com suas belas histórias.

03- Fale um pouco do seu livro Xadrez.

  “Xadrez” é a história de uma garota de oito anos que vive na Inglaterra do pós-guerra. Ela é separada dos pais e passa a viver uma nova e dura realidade, com um novo casal. Entretanto, o último presente que ela ganha do pai é um jogo de xadrez. Em sua nova vida, ela passa por momentos muitos difíceis, mas devido à sua fé inabalável, pessoas especiais cruzam seu caminho para ajudá-la. Uma dessas pessoas é Pepeu, que passa a ser seu companheiro para as partidas de xadrez, salvando-a da solidão. E devido à ligação que o jogo representa entre ela e os amados pais, que estão distantes, ela passa a sonhar com um Reino Xadrez, no qual é livre, e onde faz amizade com as peças do jogo, que também a ajudam nas dificuldades de sua nova vida.

04- De onde surgiu a ideia de Xadrez?

  Eu tenho muita dificuldade pra determinar quando e como surge alguma ideia. Tudo vai surgindo aos poucos em minha mente e eu vou anotando, até o dia em que percebo que tenho material suficiente para um livro. Costumo dizer que minha inspiração é a vida. As ideias surgem a partir de tudo ao meu redor, tudo o que já vivi, e tudo o que estava vivendo no momento em que escrevi o livro.

05- Fale um pouco da historia de Corações em Fase Terminal. De onde surgiu?

  Meu segundo livro é “Corações em Fase Terminal”. Ele conta a história de Cátia, uma dependente química que, após quase acabar com a própria vida, acorda em uma nova realidade, com o coração preso e manchado em uma caixa, e uma imagem real de si própria presa a um espelho repugnante. Sua missão passa a ser cuidar de seu coração, assim como todos naquele estranho lugar. E no caminho, ela encontra lições sobre: família, amizade, amor (sim, tem romance!), separações, escolhas, e descobre que as respostas para sua cura estão e sempre estiveram em seu interior.
  O livro acaba não tendo como foco a questão dos vícios, e sim a jornada de autodescobrimento e reparação, pela qual todos nós passamos em algum momento de nossas trajetórias. Mais uma vez, a inspiração é a vida.

06- Em Corações em Fase Terminal, Cátia precisa curar o seu coração. O seu coração já esteve "em fase terminal", por assim dizer?

  Acho que como o coração de todos, o meu já sofreu decepções, desilusões e mágoas, mas nada tão forte como no caso de Cátia. Uma das verdadeiras mensagens que tento passar no livro é que a gente não pensa na consequência de nossas atitudes, por isso, na história, os personagens vêem essas consequências literalmente, através de seus corações e de suas imagens no espelho. Seguindo a lógica do livro, eu seria como todo mundo, incapaz de julgar que cheguei a um estágio terminal...

07- Você se identifica ou se assemelha a algum personagem de Corações em Fase Terminal? Eles foram inspirados em alguém?

  Não exatamente, embora eu sempre perceba que acabo deixando rastros meus em minhas histórias e personagens, mas é sempre de forma inconsciente. Eles não foram inspirados em ninguém, exceto o Sábio, que teve uma grande inspiração (não posso estragar a surpresa, mas quem já leu o livro, sabe em quem ele foi inspirado). Tenho um carinho muito grande, além da Cátia, que é a protagonista, pelo Érick e pelo próprio Sábio.

08- Para você qual a melhor e a pior parte em ser escritora?

  Para mim, tudo é indescritível! Difícil resumir meus sentimentos em poucas palavras. Mas posso garantir que a melhor parte, além do processo de criação (que eu amo), é o contato com os leitores. Saber que alguém se apaixonou por algum personagem, se surpreendeu ou se emocionou com alguma cena que eu escrevi quietinha em casa, é surreal. Todas as etapas são muito legais: escrever, conseguir uma editora, ver a capa (foi um dos momentos mais emocionantes para mim), pegar o livro na mão, começar a divulgá-lo, ter as respostas dos leitores... Veja bem, é um longo caminho; mas vale a pena. Não sei se tem uma parte ruim, mas talvez seja o preconceito que os autores nacionais iniciantes sofrem em algumas etapas do processo de edição e publicação.

09- Se você pudesse tornar real a dimensão de Corações em Fase Terminal, você o faria? Por que? 

  Creio que não. Foi tudo muito metafórico, como descrito no livro. Mas creio que o básico do que se passa na história, a chance de mudar nossas escolhas e defeitos e de salvar a nós mesmos, aconteça todos os dias com todas as pessoas do mundo.

10- Fale sobre seus projetos futuros. Você pretende lançar algo novo em breve?

  Tenho muitos projetos. Desde 2009 nunca mais parei de escrever. Atualmente estou trabalhando em uma história que envolve minhas duas paixões literárias: drama e suspense. O título provisório do livro é “Apenas mais uma canção de ninar”. Mas creio que irei levar muitos meses até um próximo lançamento.

11- Se você pudesse dar um conselho para seus personagens de Corações em Fase Terminal, qual seria?

  Para não perderem os séculos que passaram naquela cidade, ou seja, após toda aquela experiência, seguirem colocando em prática todos os aprendizados.

12- Fale um pouco sobre você.

  Sou alguém que acredita que os sonhos existem para se tornar realidade. Então, levanto todos os dias, construindo os meus. Também acredito que em meio a tanto caos, o mundo precisa de histórias do bem, estou tentando colaborar um pouquinho com isso. 

13- Fale:

Um dia inesquecível:  Difícil falar só um, mas como estamos falando de livros, vou dizer que foi o dia em que consegui uma editora para meu primeiro livro, “Xadrez”. Eu lembro até hoje, que estava em uma aula prática na fazenda (fiz faculdade de Veterinária) e fiquei fora de casa das 6 da manhã às 22hrs e, quando cheguei em casa, suja e muito cansada, estava lá o e-mail com o qual eu vinha sonhando há um bom tempo. Eu abracei minha cachorra e chorei.

Um livro: Cidade do Sol

Um autor: Carlos Ruiz Zafón

Um personagem: Harry Potter

Um artista: Hugh Laurie

Um filme: A vida é bela

Uma música: Angel, de Katherine Jenkins (é a trilha sonora que escolhi para meu primeiro book-trailer, de “Xadrez”)

Uma paixão: Cães

Um sonho: Não parar de escrever

14- Quero agradecer imensamente pela entrevista e peço que deixe um recado final para os leitores:

  Agradeço a oportunidade e quero dizer para todos os leitores: vivam seus sonhos e não deixem nunca de acreditar que a vida nos reserva boas surpresas!

E aí? Gostaram da entrevista?

Eu adorei como sempre!! Reafirmo mais uma vez como os escritores são fofos e atenciosos!!

Beijos,

La Mademoiselle.