22.11.11

Conte-me um Conto: Árvore de ouro e Árvore de prata

  Nova seção no blog: Conte-me um Conto! Com posts quinzenais, essa seção trará diversos contos para você! E para inaugurar está seção o conto será do livro Princesas e Damas Encantadas (confira a resenha aqui). A imagem ao lado representa Árvore de Prata.
  Tem alguma sugestão de conto ou quer divulgar os seus? Mande um e-mail para mademoisellelovebooks@yahoo.com.br ou entre em contato pelo formulário aqui ou pelo twitter ou deixe um comentário neste post.  E vamos ao conto de hoje: Árvore de ouro e Árvore de prata, a versão celta de Branca de Neve:

Árvore de ouro e Árvore de prata


Era uma vez um rei que tinha uma esposa cujo nome era Árvore de Prata e uma filha cujo nome era Árvore de Ouro. Num certo dia, entre outros dias, Árvore de Ouro e Árvore de Prata foram a uma ravina em que havia uma fonte, e dentro da fonte havia uma truta.
Árvore de Prata disse:
  – Trutinha, minha pequena camarada, não sou a mais bela rainha do mundo?
  – Oh! De verdade? Você não é não!
  – Mas quem é então?
  – Ora, é Árvore de Ouro, sua filha.
  Árvore de Prata foi para casa, cega de raiva. Deitou-se na cama e jurou que nunca mais ficaria boa se não conseguisse comer o coração e o fígado de Árvore de Ouro, sua filha.
  Ao cair da noite, o rei voltou para casa, e disseram-lhe que Árvore de Prata, sua esposa, estava muito doente. Ele foi até onde ela estava, e perguntou-lhe o que havia de errado com ela.
  – Oh! É uma coisa que só você poderá curar, se quiser.
  – Oh! De fato, não há nada que eu possa fazer por você que eu não faça.
  – Se eu obtiver o coração e o fígado de Árvore de Ouro, minha filha, para comer, ficarei boa de novo.
  Aconteceu que nessa ocasião o filho de um grande rei veio do estrangeiro para pedir Árvore de Ouro em casamento. O rei concordou, e eles foram embora para o estrangeiro.
  O rei então enviou seus rapazes à colina de caça para matarem um bode, e ele deu o coração e o fígado do animal para a esposa comer. Então ela ficou curada e saudável.
  Um ano depois, Árvore de Prata foi à ravina onde ficava a fonte, dentro da qual vivia a truta.
  – Trutinha, minha pequena camarada - disse ela -, não sou eu a mais bela rainha do mundo?
  – Oh! De verdade? Você não é não!
  – Mas quem é então?
  – Ora, é Árvore de Ouro, sua filha.
  – Ora, mas faz muito tempo que ela morreu! Já faz um ano desde que eu comi o seu coração e o seu fígado.
  – Bem, na verdade, ela não está morta. Está casada com um grande príncipe estrangeiro.
  Árvore de Prata foi para casa, implorou ao rei que mandasse preparar o navio real e disse:
  – Vou visitar minha querida Árvore de Ouro, pois faz muito tempo que não a vejo.
  O navio foi preparado e eles zarparam. A própria Árvore de Prata controlava o leme. Ela conduziu o navio tão bem que eles não levaram muito tempo para chegar.
  O príncipe estava fora, caçando nas colinas. Árvore de Ouro reconheceu o navio de seu pai.
  – Oh! – disse ela aos criados – Minha mãe está
chegando e quer me matar.
  – Ela não vai matá-la não, nós vamos prender você num quarto onde ela não vai poder chegar perto de você.
  E isso foi feito, e quando Árvore de Prata chegou à praia, começou a gritar:
  – Venha encontrar-se com sua mãe, pois ela veio visitá-la.
  Árvore de Ouro disse que não poderia ir ao seu encontro, pois estava trancada no quarto e não tinha como sair dali.
  – Você não poderia colocar seu dedo mínimo para
fora, pelo buraco da fechadura – disse Árvore de Prata –, para que sua mãe possa dar um beijo nele? Árvore de Ouro colocou seu dedinho para fora. Árvore de Prata pegou uma estaca fina envenenada e espetou nele.
  Árvore de Ouro caiu morta.
  Quando o príncipe voltou para casa e encontrou Árvore de Ouro morta, ficou desolado. Quando deu-se conta do quanto era bonita, não a enterrou, mas trancou-a num quarto onde ninguém chegaria perto dela.
  Algum tempo depois, ele se casou novamente, e toda a casa ficou aos cuidados de sua esposa, com exceção daquele quarto. Ele mesmo cuidava dele e sempre guardava a chave em seu bolso. Um dia ele esqueceu de levar a chave consigo, e a segunda esposa entrou no quarto. E o que ela viu lá foi a mais bela mulher que já tinha visto.
  Ela começou a virá-la e a tentar despertá-la, e notou a estaca envenenada em seu dedo. Puxou-a, então, e Árvore de Ouro despertou. Estava viva e mais bela do que nunca.
  Ao cair da noite, o príncipe voltou para casa, vindo da colina de caça, parecendo muito deprimido:
  – Qual presente – disse sua mulher – você me daria se eu lhe fizesse sorrir?
  – Oh! Na verdade, nada poderia me fazer sorrir, a não ser ver  Árvore de Ouro viva novamente.
  – Bem, você a encontrará viva ali no quarto.
  Quando o príncipe viu Árvore de Ouro viva, rejubilou-se muito e começou a beijá-la e beijá-la e beijá-la. A segunda esposa disse:
  – Como ela é a primeira que você teve, é melhor para você ficar com ela, e eu irei embora.
  – Oh! Na verdade, você não deve ir embora, pois pretendo ficar com as duas.
  No fim do ano, Árvore de Prata foi à ravina onde se encontrava a fonte, na qual vivia a truta:
  – Trutinha, minha pequena camarada - disse ela -, não sou eu a mais bela rainha do mundo?
  – Oh! De verdade, você não é não.
  – Quem é então?
  – Ora, é Árvore de Ouro, sua filha.
  – Oh! Mas ela não está mais viva. Há um ano, eu espetei uma estaca envenenada em seu dedo.
  – Oh! Para dizer a verdade, ela não está morta não.
  Árvore de Prata foi para casa e pediu ao rei que preparasse o navio, pois queria visitar sua querida Árvore de Ouro, afinal fazia muito tempo que não a via. O navio foi preparado, e eles zarparam.   A própria Árvore de Prata estava ao leme, e conduzia o navio tão bem que não levou muito tempo para eles chegarem.
  O príncipe estava fora, caçando nas colinas. Árvore de Ouro reconheceu o navio de seu pai se aproximando:
  – Oh! – disse ela –, minha mãe está chegando e
vai me matar.
  – Não vai não – disse a segunda esposa –, vamos
até lá para recebê-la.
  Árvore de Prata desembarcou na praia.
  – Venha aqui, Árvore de Ouro, meu amor – disse
ela –, pois sua mãe veio visitá-la, trazendo-lhe uma bebida preciosa.
  – É um costume neste país – disse a segunda esposa – que a pessoa que oferece uma bebida tome um gole dela primeiro.
Árvore de Prata encostou a boca na taça, e a segunda esposa lhe deu um tranco para que uma porção do líquido descesse pela sua garganta. Ela então caiu morta. Só tiveram de levá-la para casa, já um cadáver, e enterrá-la.
  O príncipe e suas duas esposas viveram muito tempo depois disso, felizes e em paz.
  Deixei-os ali.


Gostaram do conto?
E não se esqueçam de mandar as sugestões ou seus proprio contos!

Beijos,

La Mademoiselle.

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4 comentários:

  1. Ah, bem legal! ^^

    www.falandodelivros.com

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  2. Que iniciativa legal! Espero que apareçam muitos autores por aqui.
    E cada vez mais a fim de ler o livro das princesas, beijos

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  3. ei, gostei sim! kkk
    mas que príncipe esperto ein, duas esposas.. concordo com isso não kk
    mas pelo menos a segunda era inteligente né kk
    adorei, beijos!

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  4. Que bela referência dos irmãos Grimm você fez aqui! xD

    Tá muito bom, uma pena que as rainhas más nunca aprendem a lição. E que trutinha sacana, essa! Custava falar que a mais bonita era a árvore de Prata? Só pra aliviar o lado da Árvore de Ouro rsrs

    Parabéns!

    @Pedro_Almada
    http://inspirados-oandarilhodotempo.blogspot.com/

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